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Entrevista

Roberta Medina: "Os problemas, infelizmente, são rock'n'roll"

29 mai, 2016 - 23:00 • Maria João Costa

A vice-presidente do Rock in Rio Lisboa faz o balanço desta edição. O festival estuda novas datas e concertos mais cedo.

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Apesar do cancelamento do concerto de Ariana Grande e os problemas de som no concerto dos Korn, o Rock in Rio 2016 mobilizou milhares de pessoas.

Roberta Medina, vice-presidente do Rock in Rio Lisboa, faz o balanço e deixa novidades: em 2018, o festival pode mudar de datas por causa do tempo e os espectáculos poderão começar mais cedo. Até lá, haverá uma primeira edição em Buenos Aires.

Está confirmada nova edição do Rock in Rio Lisboa em 2018. O que será o festival ideal daqui a dois anos? Que mudanças, que melhoramentos poderão fazer?

O meu festival ideal são pessoas felizes, brincando no parque, grandes concertos, a música unindo todo o mundo, pessoas de credos e raças diferentes, idades diferentes mas que neste ambiente ficam todas iguais. 2018 vem aí, se Deus quiser. Já estamos a trabalhar nas próximas edições. Até lá ainda temos Rio de Janeiro, estamos também prestes a confirmar Buenos Aires e Estados Unidos. Já estamos a pensar algumas coisas para 2018 como mudar a data um pouquinho mais para Junho para sairmos do tempo mais instável. Como Lisboa tem estado muito cheia já nos mês de Maio nos últimos anos e como o Rock in Rio é um meio mobilizador da economia, quem sabe, estamos a conversar com a cidade. Mas tudo indica que devemos ir para um período mais para a frente. Eu, Roberta tenho uma meta mais pessoal de fazer toda a programação começar toda mais cedo e os espectáculos acabarem um pouco mais cedo. Acho que isso era muito saudável dado o perfil do público que temos aqui. Há sempre muitas crianças. É uma tarefa daqui até lá.

Ouviram esses pedidos também por parte do público?

Na verdade os únicos comentários por causa dos horários foi no dia de Bruce Springsteen porque era dia de trabalho no dia seguinte. Fora isso, não. Lisboa é uma cidade que tem a vida nocturna muito tarde e foi por isso que criamos estes horários do festival. Acho que estamos num ponto que pode dar para inverter isso.

A edição de 2016 foi marcada por vários incidentes: a falha de som dos Korn, o cancelamento de Ariana Grande, a chuva na noite dos D.A.M.A.. Acha que isso pode ter afectado a imagem que o público tem do Rock in Rio Lisboa.

Estou convicta que não. As situações com os artistas infelizmente são rock'n'roll. Foi muito claro que o problema dos Korn foi da banda, oferecemos tudo, até para eles tocarem depois dos Hollywood Vampires, fizemos o possível e eles não quiseram. No caso da Ariana só soubemos na véspera à meia-noite que ela não podia vir. O nosso papel é fazer um dia feliz na cidade do rock. Vieram milhares de pessoas que estão a aproveitar o evento. Não tenho nenhuma preocupação em relação à imagem da cidade do rock por causa disso.

Numa altura em que preparam uma nova edição em Buenos Aires, o que é que continua a ser a mais-valia do Rock in Rio Lisboa?

O Parque da Bela Vista é a grande diferença. O público também é muito transversal, o que é lindo porque acho que é o que tem o maior “astral” de todos. O concerto dos D.A.M.A foi um arraso, maravilhoso! Dos adultos às crianças todos cantaram, nem a chuva afastou as pessoas. Aquela energia e paixão. Acho que esta edição não deixou nada a desejar em relação às anteriores. Todo o mundo disse que a "cidade do rock" está mais bonita. Estamos muito felizes, por isso vamos voltar em 2018.

Lisboa é cada vez mais procurada por turistas. Esta edição sentiu que ouve mais procura estrangeira no festival?

Tivemos um número muito parecido em relação ao ano passado, o que é muito bom, tendo em vista que há dois anos tivemos Rolling Stones, que move muito público de fora. Vamos continuar a apostar nisso. O Rock in Rio já fez e faz muito bem a Lisboa em termos de promoção internacional e hoje cada vez mais Lisboa faz bem ao Rock in Rio, tornando o festival um produto cada vez mais apetecível para que as pessoas venham, não só ver um concerto, mas fazer um grande passeio.
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