Tempo
|
A+ / A-

Jerónimo. Direitos dos trabalhadores "não dispensam” acções de luta

28 mai, 2016 - 18:29

Líder comunista reforça que “é possível encontrar sempre soluções”.

A+ / A-

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, considera que os direitos dos trabalhadores "não dispensam" as acções de luta, dando como exemplo o caso do acordo alcançado entre os estivadores e operadores do porto de Lisboa.

"O resultado não está ainda adquirido nem fechado, mas isto demonstra que é possível encontrar sempre soluções, mas que essas soluções não dispensam a luta", disse.

Para o secretário-geral do PCP, que falava em Alter do Chão, no distrito de Portalegre, após um almoço convívio com simpatizantes e militantes do partido, o que "não é possível concertar" são os "interesses económicos absolutos" e o "prejuízo e liquidação" dos direitos dos trabalhadores.

O acordo alcançado na sexta-feira à noite entre os estivadores e operadores do porto de Lisboa prevê a assinatura, dentro de 15 dias, de um novo contrato colectivo de trabalho com um prazo de vigência de seis anos.

O acordo foi alcançado no final de quase 15 horas de reunião.

Segundo um comunicado do Ministério do Mar, além da suspensão imediata do pré-aviso de greve, foi acordada a redacção e assinatura, no prazo de 15 dias, de "um novo contrato colectivo de trabalho com base nas matérias acordadas e nas negociações decorridas entre 7 de Janeiro e 4 de Abril".

Na sua intervenção, Jerónimo de Sousa lançou ainda duras críticas ao anterior governo PSD/CDS, ao Banco Central Europeu (BCE) e à União Europeia.

"Esta mesma gente que obrigou o país a andar a toque de caixa, o Governo anterior a executar uma política desgraçada, que resultou em mais desemprego, mais pobreza, mais défice, mais dívida, não resolveu nenhum problema nacional, mas eles exigiram essa política, e agora vêem dizer 'vocês têm que ser multados' porque praticaram essa política", lamentou.

Para Jerónimo de Sousa, são "inaceitáveis" as posições tomadas ao longo dos tempos pelo BCE e pela União Europeia, considerando que estas instituições comportam-se como "ocupantes" do país.

"O problema é que estes senhores já se comportam como ocupantes, esquecendo que Portugal é um país, conforme diz a nossa Constituição da República, independente, soberano e que essa soberania reside no povo, e aquilo que lhes temos de dizer é que quem manda em Portugal é povo português, é o povo português que decidirá do seu futuro colectivo", declarou.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Eborense
    29 mai, 2016 Évora 14:55
    Isso! Luta, manifestações, reivindicações! Só falta já e não deve demorar muito tempo para termos aí um novo PREC, porque um governo patriótico e de esquerda já temos! Viva o Costa, o Jerónimo, a Catarina, o Nogueira e tantos outros! Viva a revolução!
  • Alberto
    29 mai, 2016 Funchal 10:38
    O PCP inspira-se sempre nas Centrais Sindicais da Coreia do Norte!!
  • Bento Fidalgo
    29 mai, 2016 Agualva 00:52
    Infelizmente o povo português, ou pelo menos algum, não pensa que, ao não querer que mandem em nós, também não deve querer mandar no dinheiro dos outros, naquele que pede aos outros, emprestado, sem olhar a juros, e só na hora de pagar é que reclama. Quando é que a tão querida constituição nos começa a defender, assim como faz em relação À Ditadura, também em relação aos parasitas que roubando o estado, nos roubam, estando infestado de cola cartazes, bate-palmas, porta bandeiras e animadores de comícios, por todos os cantos, Deviam fazer uma lei que obrigasse as empresas a reservar uma determinada percentagem dos lucros para aumentos de vencimentos. Empresa sem lucros não pode ter greves. Funcionários do estado não devem ter aumentos enquanto este tiver dívidas e défices, como em qualquer empresa que não dá aumentos quando tem prejuízo. AH pois! Mas estes merecem, tem direito, por eles próprios concedido, e então pede-se emprestado para os escravos parasitas pagarem. Já é a 3ª ou 4ª? vez que estamos na banca rota. Porque não reduzem os deputados? As percentagens, em qualquer número, têm a mesma força. Pois, menos tachos para o pessoal dos partidos não é? Sejam cds, psd, ps, be, ou pcp, quando se juntam fora do teatro, assembleia, lutam todos pelo mesmo interesse, levar o povo à ruina, só que cada qual à sua maneira. Não há um melhor que o outro. E o raio da lei contra a corrupção que não há meio de sair. Quando um quer o outro não lhe apetece, e vão-se safando todos.
  • António Mateus
    28 mai, 2016 Santiago do Cacém 21:55
    PCP no seu melhor, Jerónimo não está preocupado em contribuir para levantar o país, desestabilizar para reinar continua a ser o seu principal objetivo o que torna este partido nada confiável.
  • Lopes
    28 mai, 2016 lisboa 19:18
    Era bom que alguém dissesse a este senhor que Portugal deve uma pipa de massa e quem emprestou o seu dinheiro quere o dinheiro de volta, mais os juros
  • viva o comunismo
    28 mai, 2016 Santarém 19:05
    O senhor Jerónimo é muito engraçado, foi desta forma que ele aprendeu o comunismo na URSS e seus satélites, fartavam-se e fartam-se por lá os trabalhadores a fazerem greves sempre que as condições de trabalho não lhes agrada, sabemos do destino daqueles que arriscaram ou tentem arriscar pôr um regime destes em causa contrariando a sua imposição, por cá estes ditadores à sombra da democracia usam e abusam do poder que lhes conferiram através do sindicato.
  • Mrsrosa55
    28 mai, 2016 Amadora 19:00
    É claro que os trabalhadores têm que lutar pelos seus interesses se os querem ver tidos em consideração e para isso organizam-se em sindicatos. Os patrões fazem o mesmo, por isso também têm os seus "sindicatos", conhecidos por "associações patronais", que também lutam pelos seus interesses de forma a que tenham por exemplo, descontos nos combustíveis, paguem menores impostos, paguem menores salários, possam prescindir dos seus assalariados mais facilmente e com menores indemnizações, etc... Há muita gente que isto lhes faz confusão, mas também há quem por interesse pretenda confundir a outra parte, difamando-a se for preciso. Um governo sério e honesto deve servir de árbitro e não favorecer uma das partes esmagando a outra, como conhecemos no anterior governo. O rápido acordo entre trabalhadores da estiva e os seus patrões com a mediação séria do governo serve de lição para os defensores da requisição civil que seria senão uma tomada de partido por uma das partes (do patronato) e o desprezo pelos direitos dos trabalhadores em luta pelos seus direitos.
  • Jorge
    28 mai, 2016 Coimbra 18:44
    Estão a cavar a própria sepultura, mas vocês é que sabem!

Destaques V+