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Será este o anúncio mais racista de sempre?

27 mai, 2016 - 17:43

Como é que um anúncio de detergente pode ser considerado um dos mais racistas de sempre? Uma marca chinesa conseguiu, mas estava a copiar italianos.

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Uma marca chinesa de detergente para máquinas de lavar roupa conseguiu a proeza de produzir o que alguns consideram ser o anúncio mais racista de sempre na televisão.

O anúncio de apenas 50 segundos mostra uma mulher chinesa, de calções e decote sugestivo a dirigir-se ao que parece ser uma lavandaria comum do prédio. A caminho, um homem negro – que, pelas marcas de tinta na cara e na roupa, deve trabalhar numa obra que decorre no edifício – segue-a com os olhos e assobia.

A mulher chinesa acena então para ele a seguir e, já junto à máquina, enfia-lhe uma pastilha de detergente na boca e coloca-o à força no tambor do aparelho, sentando-se de seguida em cima do mesmo para evitar que o trabalhador consiga sair.

Ouvem-se gritos e pancadas, mas o anúncio termina com a rapariga chinesa a abrir novamente a máquina de onde sai, já devidamente “lavado”, um homem chinês.

Os anúncios que mostravam africanos a serem “branqueados” por marcas de sabonete ou detergente já foram comuns, noutros meios e sobretudo noutros tempos, mas a verdade é que este anúncio chinês é inspirado noutro, muito mais recente, de uma marca italiana.

Há cerca de uma década a Coloreria Italiana, uma marca que produz detergente colorido, fez um anúncio em que um homem branco, escanzelado e de cuecas tenta seduzir a mulher, mas quando ela o coloca na máquina de lavar o que emerge é um africano musculado e claramente em grande forma física.

Comparando os dois anúncios percebe-se que o chinês utiliza não só o mesmo esquema como até a mesma música.

O anúncio causou alguns comentários quando foi para o ar na China, mas só quando chegou às atenções do resto do mundo é que a polémica estalou mesmo e se tornou viral.

Comentários
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  • Carlos Lopes
    30 mai, 2016 Coimbra 15:22
    Esse jornalista é um racista! Quer dizer, só porque é preto e vem cheio de tinta é trolha da obra??? Poderia ser um pintor famoso a fazer a sua master piece com uma técnica de pintura semelhante ao Pollock!!!! Acho que um jornalista que vem aqui espalhar o seu racismo na internet deveria ser demitido!!!!
  • jaime magalhães
    29 mai, 2016 porto 20:23
    e o anuncio italiano não era racista?? ou o racismo só funciona numa direcção?
  • eu mesmo
    29 mai, 2016 açores 16:50
    Mais racista é a análise que o jornalista faz do anúncio. Por ser preto e estar sujo de tinta, deduzio que era trabalhador de construção civil. Porque não pode ser o proprietário do edifício que está a fazer um pequeno arranjo? Quem é que é racista???
  • fields
    28 mai, 2016 lx 12:17
    Se fosse uma mulher preta e um homem branco, alguém ligava alguma coisa? claro que não! O facto de ela o estar a meter na maquina de lavar também não interessou a ninguém, porquê? Porque é ficção! Também ninguém reparou que o homem estava sujo, precisava de uma boa lavagem! Só ocidentais estúpido conseguem ver racismo num anúncio publicitário, era aliás uma reação que os orientais esperavam da estupidez ocidental, um excelente golpe publicitário. lol!!!
  • Frank
    27 mai, 2016 Idanha 20:56
    Não generalizando, a publicidade acaba por ser um espelho da sociedade. Nós tb já tivemos o anúncio do Restaurador Olex, que era uma espécie de racismo envergonhado.
  • Jorge Ferreira
    27 mai, 2016 Pragal, Almada 20:09
    Sei de fonte segura que, para os chineses, só eles são «filhos do dragão» celestial. Todas as outras pessoas são «filhos do diabo». Claro que essa diferenciação releva de valores culturais que em qualquer parte do mundo eleva aos píncaros o que é nosso e reduz a cinzas o que é dos outros.A coisa tem mais acinte, quando se deixa publicar um anúncio assim. O problema não está no pensar, mas no enunciar, não é?...

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