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ACP diz que obras “desrespeitam” quem vive e trabalha em Lisboa

25 mai, 2016 - 10:26

Automobilistas dizem que a autarquia iniciou um vasto conjunto de obras na rede viária "sem ter minimamente em atenção as suas consequências para quem vive ou trabalha na cidade".

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O Automóvel Clube de Portugal (ACP) considera que a Câmara de Lisboa manifestou "incompetência" e um "completo desrespeito por quem vive e trabalha na cidade" com as obras na rede viária da capital portuguesa.

Em comunicado publicado na imprensa, o ACP salientou que a autarquia iniciou um vasto conjunto de obras na rede viária, "muitas delas com fortes implicações no funcionamento do sistema de acessibilidades da cidade, sem ter minimamente em atenção as suas consequências para quem vive ou trabalha na cidade".

"No âmbito das discussões sobre o projecto na Segunda Circular ou da intervenção no rebaptizado 'Eixo Central' de Lisboa, a autarquia acolheu a parte das propostas do ACP que não punham em causa os objectivos políticos definidos para estas duas intervenções, mas que permitiram melhorar significativamente as propostas iniciais", adiantou aquela entidade, liderada por Carlos Barbosa.

De acordo com o organismo, a autarquia comprometeu-se a intervir prioritariamente na melhora da capacidade de funcionamento das transversais, segundo um conjunto de propostas então apresentadas pelo ACP. "Mas, ao contrário do que prometeu, a câmara lançou-se na obra do 'Eixo Central' (e em breve na da Segunda Circular) sem que nenhuma destas intervenções tivesse ocorrido, nem sequer começado", é indicado.

Segundo o ACP, "para disfarçar os problemas que essas obras estão a provocar, a câmara adoptou medidas que ainda agravaram mais a situação nas transversais existentes nesta zona da cidade ou em arruamentos que podiam contribuir para aliviar o tráfego que circula no 'Eixo Central', ao mesmo tempo que lançou novas obras que funcionam como verdadeiros estrangulamentos às possíveis alternativas".

Intervenções a eito e sem qualquer avaliação

O ACP dá como exemplo, entre outros, as obras na Rua 1.º de Maio, em Alcântara, "que não só dificultam o acesso à Avenida de Ceuta, pois todo o tráfego, incluindo o dos autocarros, foi desviado para a Avenida da Índia, sem que fossem alterados os tempos de semáforo no cruzamento de Alcântara-Mar e disponibilizando apenas uma via para ligar esta artéria à Avenida de Ceuta, através da Rua de Cascais".

"Não contente com a inversão de prioridades de intervenção na rede viária de Lisboa e com o abandono dos programas de articulação entre o transporte individual e o colectivo, a câmara manifesta, com este tipo de intervenções a eito e sem qualquer avaliação das suas consequências no funcionamento da cidade, um completo desrespeito por quem vive e trabalha na cidade e revela uma incompetência que não é admissível em quem gere uma capital europeia", salienta o ACP no comunicado.

A entidade indicou também que a "secundarização do papel e a marginalização dos serviços de tráfego, só veio piorar a situação do trânsito em Lisboa e vem demonstrar que decisões políticas que não se baseiam em estudos sérios e em técnicos habilitados para o realizarem, têm consequências nefastas para todos e para a cidade".

No início de mês começaram as obras no Eixo Central, que compreendem a zona entre o Marquês de Pombal e o Campo Grande".

Na terça-feira, o vereador do Urbanismo da Câmara de Lisboa anunciou que as obras na Segunda Circular, divididas em dois troços, vão "começar imediatamente", estimando que a segunda empreitada, de maior dimensão, se inicie em Agosto.

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      • Calum
        25 mai, 2016 Lisboa 12:25
        Para Carlos Barbosa primeiro estão os automóveis e só depois, se sobrar algum espaço, estão as pessoas. As transformações viárias em perspectiva visam melhorar a qualidade de vida na cidade o que implica menos automóveis e maior prioridade às pessoas que dela usufruem. e esse é o caminho certo.
      • Alexandre
        25 mai, 2016 Lisboa 12:18
        Os Automoveis devem ser para circular na estrada e não para ficarem estacionados na via publica muito menos cortando a passagem aos peoes.Carros devem estar estacionados em garagens e parques subterraneos.È assim no mundo inteiro e se Lisboa pertende se modernizar e tornar-se mais competitiva e agradavel para se viver deve Reabilitar toda Lisboa.A ACP devia era calar-se pois eu vivo em Lisboa e finalmente vejo a camara a fazer algo pelos seus habitantes.Lisboa deve ser uma cidade de pessoas e não de carros.
      • antonio
        25 mai, 2016 lisboa 12:17
        Dou razão ao ACP. Não é só um completo desrespeito para quem mora, como para quem circula em Lisboa. Em minha opinião são milhões de euros dos contribuintes gastos por um Presidente que se quer dar a conhecer e promover para as próximas eleições. Possivelmente as obras irão acabar quando outro já for eleito. Obras fora prazo. Um abuso do Presidente e de quem o apoia. E assim se gasta apressadamente o dinheiro dos contribuintes, provenientes de taxas e taxinhas....
      • ACP
        25 mai, 2016 Pt 10:43
        Sempre o mesmo Barbosa do partido dos pópós e militante PSD! Nunca acertou uma afirmação que produziu.

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