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Portugueses apostaram mais na Raspadinha e menos no Euromilhões

24 mai, 2016 - 21:06 • Sandra Afonso

Receitas de 2015 com os jogos da Santa Casa aumentaram 19%, para 2.240 milhões de euros.

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Os portugueses estão a apostar mais nos jogos sociais do Estado. As vendas no ano passado ultrapassaram, pela primeira, vez os dois mil milhões de euros.

Segundo as contas apresentadas esta terça-feira pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, as vendas em 2015 aumentaram 19%, para 2.240 milhões de euros, o que se traduziu num rendimento total de 696,4 milhões de euros, 13,2% acima do ano anterior.

A Raspadinha é o jogo que mais dinheiro dá a ganhar à Santa Casa: rendeu 1,1 mil milhões, mais 55% do que em 2014.

O segundo jogo que mais receitas gera é o Euromilhões, mas está a registar menos apostas, uma quebra de 10,5% face ao ano anterior, para 820,5 milhões. Também com menos apostas estão o Joker e a Lotaria Popular.

Ainda assim, o saldo é bastante positivo. Só em impostos o Estado arrecadou 178 milhões de euros.

O Placard, lançado no ano passado, gerou vendas brutas de 65,4 milhões de euros, já ultrapassando o Totobola, o Joker, a Lotaria Popular e a Lotaria Clássica.

Do total da receita, "97% foi devolvido à sociedade, o que equivale a 2.174 milhões de euros", através de prémios, remunerações aos mediadores, Imposto do Selo, patrocínios e financiamento de boas causas.

Excedente da Santa Casa podia ser maior

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) fechou 2015 com um excedente de quase 6 milhões de euros, mas o provedor da instituição diz que podiam ser mais de 30 milhões de euros.

De acordo com as contas apresentadas esta terça-feira, a SCML concluiu o ano passado com um saldo positivo de quase 5,8 milhões de euros. Destacam-se ainda o reforço do investimento na saúde e na área metropolitana de Lisboa e o alargamento dos projectos sociais a todo o país.

O provedor da instituição, Pedro Santana Lopes, sublinha no entanto que nem todas as despesas são decisão da Santa Casa e dá o exemplo dos equipamentos que o Estado passou para a instituição, no valor de 18 milhões de euros.

“Parte deles ainda deverá voltar ao Estado no final deste ano, assim estamos a tratar do processo”, adianta.

Há ainda solicitações do Estado que nunca chegam ao conhecimento do público. “Quando se fala dos encargos com a saúde e despesas, a propósito da sustentabilidade da Santa Casa, não são públicas as solicitações do Estado central para fazer face à falta de camas nos picos das urgências no Natal. E, portanto, isto são esforços que são pedidos às Misericórdias e, nomeadamente, à Santa Casa”, revela Santa Lopes.

Contas feitas, segundo o provedor, a Santa Casa apresentou um saldo positivo de mais de 5 milhões, mas podia ter sido seis vezes superior.

“Com os 18 milhões de euros de equipamentos da Segurança Social, mais este esforço adicional, mais aquilo que representa de medida inovatória os 3,2 milhões do fundo Rainha Dona Leonor, se somarmos tudo isto aos 5 milhões de resultado líquido que apresenta o exercício, eu posso dizer que se não fossem estes esforços adicionais que referi, a Santa casa podia apresentar um resultado líquido positivo superior a 30 milhões de euros. Portanto, quando se fala em sustentabilidade da Santa Casa pensemos sempre nisto, o que seria o resultado da Santa casa contando só com os seus recursos e as suas opções, se outras solicitações não lhe fossem feitas, nomeadamente pelo Estado central”, argumenta.

Para 2016, Santana Lopes promete novidades na área dos jogos sociais e garante rédea mais curta no combate ao acesso dos menores ao mais recente jogo, o Placard.

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