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​ArcoLisboa. O que ver dentro e fora da feira

25 mai, 2016 - 07:20 • Maria João Costa

Lisboa é a nova Berlim, diz o director da Arco. A feira organizada há 35 anos em Madrid realiza a sua primeira experiência de internacionalização em Portugal. A ArcoLisboa abre ao público esta quinta-feira, na Cordoaria Nacional.

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A ArcoLisboa, que é inaugurada oficialmente esta quarta-feira na Cordoaria Nacional, é uma "feira boutique". É assim que o director Carlos Urroz fala da primeira experiência de internacionalização da feira de arte contemporânea com raízes em Madrid.

“A nossa ideia é uma feira ‘boutique’ que esteja vinculada à experiência da cidade. Este ano há 45 galerias na ArcoLisboa, das quais 18 são portuguesas, o resto são estrangeiras. Vêm galerias dos Estados Unidos, Brasil, da Colômbia, da Suíça e de Espanha, claro. Temos um programa cultural muito completo que se passa tanto dentro como fora da feira. Temos um programa de debates públicos para os quais não é preciso bilhete”, explica Carlos Urroz.

Com um orçamento de um milhão de euros e galerias de oito países, a ArcoLisboa trará à capital portuguesa mais de uma centena de coleccionadores e profissionais de arte contemporânea.

Há cinco anos que a ArcoLisboa estava a ser pensada. A capital portuguesa é, para a organização espanhola, uma porta de entrada para os mercados da América latina e África. O director fala do momento económico português e de um mercado em construção. “Há uma maior confiança por parte das galerias e dos coleccionadores. Claro que é um projecto que se tem de construir e que nós desejamos construir ao mesmo tempo que se constroem as realidades económicas e culturais do país e acompanhamos Portugal com a ArcoLisboa. Se tudo isso já estivesse feito, seria tarde para fazer a ArcoLisboa.”

A filosofia desta edição é diferente das organizadas em Madrid, porque a ArcoLisboa aposta num conceito de “Artista Destacado”. A feira abre ao público na quinta-feira, dia 26, a partir do meio-dia, e vai estar aberta até domingo, dia 29, às 18h00. A entrada custa 15 euros.

Os artistas na Arco

As obras seleccionadas abarcam as vanguardas históricas, os clássicos contemporâneos e a arte actual, explica a organização da ArcoLisboa.

Na lista de artistas com obras à venda na feira podem ser encontrados Pablo Picasso, Antoni Tàpies, Mario Merz, Marina Abramovic ou os portugueses Maria Helena Vieira da Silva, Almada Negreiros, Júlio Pomar, Álvaro Siza, José Pedro Croft, Pedro Calapez, Vasco Araújo, Daniel Blaufuks ou as duplas Pedro Paiva e José Maria Gusmão e Sara e André.

As 45 galerias presentes na feira elegem um artista em destaque: é o caso de Carlos Nogueira, na Galeria 3+1 Arte Contemporânea; os desenhos de Pedro Cabrita Reis, na Galeria João Esteves de Oliveira; a obra da artista Ana Jotta, na Galeria Miguel Nabinho.

Para esta primeira edição da Arco fora de portas, além de 20 galerias portuguesas vêm também galerias estrangeiras. De Nova Iorque chega a Leon Tovar, de São Paulo vêm, por exemplo, as galerias Baró ,com a obra de Tulio Pinto, ou a Luciana Brito, que traz obras de Hector Zamora. Presente na feira está também a espanhola Juana de Aizpuro, uma das galeristas fundadoras da ArcoMadrid.

A arte em debate

Tal como na Arco em Madrid, também em Lisboa a organização preparou um programa de debate e reflexão em torno da actualidade criativa e do mercado português de arte: o ArcoLisboa Fórum.

No Torreão Nascente da Cordoaria Nacional vai decorrer o Fórum de Coleccionismo no qual participarão, entre outros, Miguel von Hafe, Miguel Leal Rios ou Peter Meeker.

No mesmo espaço irá ter lugar o Fórum de Instituições no qual marcarão presença os directores do Museu de Serralves, Suzanne Cotter; do Museu Colecção Berardo, Pedro Lapa ou Penelope Curtis, directora do Museu Calouste Gulbenkian. No âmbito do Fórum será apresentado o MAAT – Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia da Fundação EDP ou poderá ter a oportunidade de fazer uma visita à ArcoLisboa com um comissário como João Laia ou Luiza Teixeira de Freitas.

ArcoLisboa fora de si

Fora da Arco, a cidade de Lisboa acolhe uma série de exposições. Desde logo no Torreão Nascente da Cordoaria Nacional poderá visitar “Sombras, máscaras e títeres”.

A mostra que celebra os 15 anos do Museu da Marioneta coloca em diálogo o espólio do museu com quatro instalações criadas pelos artistas contemporâneos António Viana, Francisco Tropa, Jorge Queiroz e Susanne Themlitz.

O Pavilhão Branco do Museu da Cidade inaugura, a 27 de Maio, a exposição individual “Mise en Abyme”, do pintor Eduardo Batarda. A mostra comissariada pelo artista Julião Sarmento pode ser vista até 28 de Agosto.

Também a Galeria Cristina Guerra apresenta “A forma do pensamento”, uma exposição colectiva com Eduardo Batarda, Julião Sarmento e Teresa Henriques - três artistas da galeria.

No Museu Nacional do Chiado continua patente a exposição “Depois”, de André Cepeda, com curadoria de Sérgio Mah, e no Novo Banco Art Collection continua também a exposição “Linhas de Diálogo”, da Fundação Coca-Cola, que coloca frente-a-frente as colecções de fotografia daquela fundação e do Novo Banco.

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