17 mai, 2016 - 01:04 • José Pedro Frazão
Veja também:
O antigo ministro do PSD Nuno Morais Sarmento denuncia a falta de "vontade" do Governo PS para mudar "estruturalmente" o país e associa esse comportamento a fragilidades nos parâmetros macroeconómicos.
“Olhamos para aquele Programa Nacional de Reformas e qual é a mudança estrutural que o PS oferece ao país para os próximos quatro anos? Na minha opinião, nenhuma. Essa desconfiança para o futuro está na origem, seguramente, da quebra absoluta de investimento estrangeiro em Portugal, do congelamento no tempo de qualquer projecto mais significativo que envolvesse financiamento a Portugal”, acusa o antigo dirigente social-democrata no programa "Falar Claro" da Renascença.
No debate político desta semana, o socialista Vitalino Canas defendeu uma estratégia a favor da eficiência da actual estrutura da administração pública, como parte integrante de uma reforma do estado proposta pelo PS.
“O que é mais eficaz, eficiente e, se calhar, mais rentável para as pessoas? Pegar numa estrutura que nós temos, já profissionalizada, capaz e pô-la a funcionar melhor ou é desestruturar isso tudo e entregar aos privados? Nós achamos que é pegar na estrutura que temos e pô-la a funcionar melhor", contrapõe o antigo secretário de Estado.
Vitalino Canas exalta o papel da actual ministra da Modernização Administrativa na reforma do Estado. "O Simplex é uma parte integrante e importante da reforma do Estado”, insiste o comentador socialista para resposta imediata de Morais Sarmento. " Para eles [o Simplex] é tudo. Talvez no tempo dos nossos filhos consigamos cumprir o défice e coisas dessas", responde o social-democrata.
Nuno Morais Sarmento acusa António Costa de gerir o Estado "como ele está" de uma forma meramente táctica.
"Agora, se o Estado está a fazer o que deve ou não deve, se está nas funções certas ou erradas, isso já é uma conversa que não interessa. Isso é que é mudar estruturalmente, o resto é gerir tacticamente", denuncia Sarmento para quem o actual primeiro-ministro "não consegue ter uma consistência que lhe permita ir mais longe", mas igualmente não demonstra uma "vontade de mudar estruturalmente".