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França. Estudante muçulmana mandada para casa por usar saia "demasiado longa"

09 mai, 2016 - 19:36

A adolescente de 16 anos, de origem portuguesa, converteu-se ao islão há um ano. Tira sempre o véu antes de entrar na escola, mas a directora não gostou que a jovem usasse uma saia até aos pés.

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Uma jovem luso-descendente convertida ao islão foi mandada para casa por usar uma saia "demasiado comprida" na escola que frequenta, nos subúrbios de Paris.

A directora da escola de Montereau-Fault-Yonne disse à adolescente de 16 anos que o comprimento da sua saia significava uma "ostentação de um símbolo religioso" - algo proibido nas escolas públicas francesas desde 2004.

A adolescente de 16 anos, identificada como K De Sousa, era católica e converteu-se ao islão há um ano, com o consentimento da família. O sistema de educação francês investigou se ela pertencia a um movimento radical islâmico, tendo considerado que essa hipótese não se verificava.

A sua mãe, Marie-Christine de Sousa, de origem portuguesa, disse à revista francesa L’Obs, citada pelo "The Independent": "A minha filha respeita a lei. Eu respeito a religião dela. Até agora, a escola nunca fez nenhum comentário sobre a forma como ela se veste".

K De Sousa usa véu em público, mas tira-o todos os dias antes de entrar na escola, como a lei manda. Algumas escolas começaram a interpretar as saias compridas usadas por jovens muçulmanas como um símbolo religioso, mas a maioria não o faz.

A família De Sousa diz estar agora a preparar uma acção legal. A situação estará a ser discutida na escola francesa esta segunda-feira.

Este novo caso veio reacender a "hashtag" #JePorteMaJupeCommeJeVeux (Eu uso saia como eu quero) no Twitter, depois de um caso semelhante ter causado polémica nas redes sociais há um ano.

Comentários
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  • Custódio Maciel
    11 mai, 2016 Lisboa 12:08
    Olá, boa tarde ! Só pergunto uma coisa aos que condenam estas práticas de religião muçulmanas ou outras quaisquer ! Nos países muçulmanos também deixam as mulheres usarem mini-saia e decotes mais atrevidos, por exemplo ? De certeza que não e bem pelo contrário ! Por isso deixem-se de hipocrisias ! Acho muito bem ser proibido , se quiserem praticar essas coisas que as pratiquem nos países de origem e não nos dos outros !
  • AP
    11 mai, 2016 Portugal 10:18
    A minha opinião: fardas para todos! ai depois os xenófobos não gostam? azarito!
  • vicente
    11 mai, 2016 porto 00:10
    Acho que ninguém leu a noticia... 1- a jovem em causa é francesa de nascimento e luso descendente de 3a geração, logo a terra dela é a França ou quanto muito Portugal. 2- converteu-se ao Islão e a família respeita, muito bem, a sociedade devia fazer o mesmo. Eu como católico espero mas também dou respeito. 3- se eu fosse aluno daquela escola iriam proibir a minha entrada por levar um crucifixo ( sim a lei proíbe todos os símbolos religiosos), eu iria reclamar e bem, todos temos direito a professar a nossa fé, esta faz parte de nós, não pode nem deve remeter-se á esfera privada. A declaração universal dos direitos humanos, que a França ( Portugal e resto da UE) subscreveu e transpôs para a sua carta constitucional é clara, todos os seres humanos nascem iguais, e não podem ser descriminados em função, do género, ideologia política, raça ( que sendo cientificamente correcto não existe na espécie humana...) orientação sexual e religião. Não defendo o pseudoestado islâmico, mas o estado francês também não é um exemplo a seguir...
  • Joao Magalhaes
    10 mai, 2016 Lisboa 12:53
    Mais nada, não gostam sempre pode sair e regressar ao seu Pais, incrivel como invadem outros Paises sem serem convidados e depois ainda reclamam??? Não estão bem mudem-se.
  • TUGA
    10 mai, 2016 LISBOA 11:50
    NINGUÉM SE QUEIXA DE A FRANÇA TER PERDIDO MUITO DA SUA CULTURA, DA SUA IDENTIDADE EUROPEIA, PARA NÃO DESAGRADAR AOS MUÇULMANOS!!! AGORA PREOCUPAM COM ESTE LIXO?? QUER VESTIR SEGUNDO A SUA CULTURA VÁ PARA A TERRA DELA!!! ACHO BEM, A EUROPA NÃO PODE ANDAR DE JOELHOS PERANTE MINORIAS INVASORAS!!!
  • J
    10 mai, 2016 N 10:33
    Exactamente R, concordo plenamente. E se eu (não muçulmana) quiser usar uma saia pelos pés, também me vão mandar para casa? Uma saia comprida não pode ser de todo um símbolo religioso.
  • 10 mai, 2016 Lx 10:15
    Em França as escolas não fazem piqueniques (tipo de carne das salsichas e afins) porque pode afectar os meninos muçulmanos > Ninguém se queixa.. Epá... azar. Usem as saias na terra deles, são muito bonitas. Por outras palavras: Aqui não se trata de ser uma saia, mas de ser um objecto religioso > Já agora, para os muçulmanos tudo é religião > isso sim é fundamentalismo.
  • R
    10 mai, 2016 França 09:24
    Que cambada de ignorantes que aqui comenta! Não entenderam a "notícia" certamente. A escola proibiu ESTA JOVEM EM PARTICULAR de usar saia comprida por ela se ter convertido à religião muçulmana. Não existe lei nenhuma em França que proíba a utilização de saias compridas, ou saias curtas ou mini-saias. Há sim uma lei recente que proíbe a utilização do véu (e que mesmo assim sou contra, pois o que têm os outros a ver com a escolha pessoal de cada um? Prejudica ou faz algum mal aos outros uma rapariga usar o véu na escola? O único efeito de medo ou desconfiança dos outros provém dos preconceitos de cada um face ao desconhecido), e que a rapariga respeita como indicado em cima. Se fosse uma rapariga dita "normal" (=branquinha loira de olhos azuis, cristã ou ateia de preferência) a usar uma saia comprida porque lhe apetece, a escola não diria nada. É este o problema e discriminação em causa. Perceberam agora?
  • Baisinger
    10 mai, 2016 Setubal 07:43
    Cuidado com esta menina e esta família, não os deixem entrar em Portugal.
  • Antonio Rodrigues
    10 mai, 2016 Viseu 00:22
    A caso para ficar com um pé atrás, própria mãe a incentivar a filha para a confusão ? Cuidado com essa família !...

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