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Passos sai em defesa das escolas com contrato associação

06 mai, 2016 - 21:26

Líder do PSD considera "retrógrada" discussão sobre o fim dos apoios estatais a estes estabelecimentos de ensino.

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O ex-primeiro-ministro Pedro Passos Coelho considera "completamente retrógrado" fazer a discussão sobre os contratos de associação das escolas, avançando como "muito possível" que o Estado seja colocado em tribunal.

Em resposta à pergunta "é uma atitude retrógrada acabar agora com os contratos de associação?", Pedro Passos Coelho não hesitou: "Completamente, e mais do que isso. É pôr em causa um dos poucos mecanismos que nos resta de promover a qualidade da educação".

O antigo primeiro-ministro, que falava no Porto à margem da apresentação das publicações "Europa - Pela Nossa Terra", vincou sempre que é necessário não "confundir o ensino público com as escolas estatais" e que "um ataque ao ensino público de qualidade é andar para trás em matéria de transparência".

"O que interessa é servir as pessoas com qualidade e transparência. Por isso é que é completamente retrógrado estar a fazer esta discussão", disse Pedro Passos Coelho.

Para o social-democrata, "em bom rigor" o que pode acontecer é "não só o Estado pôr em causa as próprias decisões que tomou em concurso público" e portanto estar a abrir-se "uma caixa de Pandora".

"Porque é muito possível que estas instituições coloquem o Estado em Tribunal, porque este não está a honrar os seus próprios compromissos", afirmou.

O líder social-democrata comentava a discussão em volta do despacho do Ministério da Educação sobre o fim dos contratos de associação que tem gerado contestação por parte dos colégios privados de todo o país.

Esta manhã, em Braga, o primeiro-ministro António Costa foi recebido por alunos e encarregados de educação do Externato D. Henrique e de Norte a Sul desenrolaram-se cordões humanos com estas escolas a exigir que o despacho seja revisto pelo "direito de escolha da escola".

De tarde, anda que sem se referir ao tema, numa cerimónia em Valongo, António Costa disse que é na escola pública que é fundamental concentrar os recursos porque por esta ser "a escola de todos, a que garante a igualdade de oportunidades a todos".

Mas para Pedro Passos Coelho "o que é importante é saber se quando contrata esse serviço público se o faz em condições de igualdade ou não".

"Imagine que tem um serviço público melhor e mais barato porque é que o Estado não o deve providenciar? Por ter uma cegueira ideológica", questionou, dando ainda o exemplo da Suécia para referir que "um país muito avançado" tem "despesa canalizada na educação para serviço público que por exemplo na área da Educação é liderada por escolas independentes".

Já sobre se acredita que as decisões da tutela nesta matéria estão a ser influenciadas pelos partidos que o suportam na Assembleia da Republica o ex-líder do Governo voltou a não hesitar: "Não tenho dúvida. Pelo PS, pelo PCP e pelo Bloco de Esquerda".

Comentários
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  • João
    09 mai, 2016 Porto 23:37
    O Ex. Sr. Dr. Passos Coelho é um especialista na Educação. Ele possuí uma experiência acumulada que como alunos poucos podem atingir. Ninguem melhor que o Ex. Sr. para dar grandes exemplos como a Suécia onde investidores de risco, investem nas "friskola", os alunos e Professores são sempre as principais preocupações dos investidores. Os lucros dos investidores ficam sempre em último lugar. Que saudades que tenho do Ex. Sr. Pedro Passos Coelho.
  • Elias Oliveira
    08 mai, 2016 Lisboa 13:25
    Claro que isso e negociata para amigos e políticos do partido dele, quer dizer fechou dezenas de escolas, aumentou impostos, agora paga o dobro em contratos é um cretino do Pior. Continuamos na mesma só criam leis para o seu próprio beneficio.
  • Humberto
    08 mai, 2016 Rio Tinto 12:13
    A ver se a gente se entende: o que levou um governo do PSD/CDS-PP, num momento de crise a não quebrar os contratos de associação onde eles não eram precisos? Mas o governo dizia frequentemente que não havia dinheiro, funcionários públicos foram para a mobilidade, obras interrompidas. Era uma questão ideológica? Os colégios com contrato de associação selecionam ou não os alunos, no momento da inscrição, com receio dos rankings? Os professores destes colégios trabalham muito mais horas do que no público o que pode provocar uma diminuição do rendimento? Porque é que a liberdade de escolha não existe na Finlândia? Ou este país só serve como exemplo para o que convém!
  • fanã
    07 mai, 2016 aveiro 19:15
    Querem os filhos no privado .....os Pais que suportem os custos , os meus filhos estudaram no publico , e foram bem sucedidos !
  • tugatento
    07 mai, 2016 Amarante 13:31
    Quem quiseer andar nas escolas privadas que ande, mas pague do seu bolso e não do meu. Os meus impostos nao tem nada que financiar escolas privadas .
  • Luís Líbano Monteiro
    07 mai, 2016 Lisboa 13:19
    A Constituição e a Lei de Bases do Ensino dizem que são os pais que devem escolher a escola para os filhos, e o devem fazer em liberdade e gratuitamente. E que a Rede Pública de Escolas do ensino obrigatório inclui em pé de igualdade as particulares, as cooperativas e as do estado. Se há uma escola do estado e outra privada no mesmo local, os pais que escolham a que preferirem. Se uma tiver que encerrar por falta de alunos que encerre, seja do estado ou privada ou cooperativa. O Ensino é fundamental e ainda não é livre, com o Estado a não cumprir a Lei da Liberdade de Ensino que temos.
  • Rui Riscado Sousa
    07 mai, 2016 Faro 02:10
    Negociatas para os amigos dele...claro!
  • Pinto
    07 mai, 2016 Custoias 01:29
    E as clínicas privadas que trabalhavam para o SNS? Já esqueceu que foi o senhor Passos que acabou com esses contratos? Que voto tem na matéria de continuar a pagar escolas privadas depois do que referi atrás?
  • Luis
    06 mai, 2016 Lisboa 22:32
    De escolas percebe o Farsola. Andou na escola até aos quarenta e tal anos. Quanto ao resto é um imbecil.
  • rosinda
    06 mai, 2016 palmela 22:26
    nao foram as crianças que contribuiram para o endividamento do nosso pais foram adultos!

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