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Governo insiste que Banco de Portugal cometeu falha de informação “grave"

04 mai, 2016 - 23:15

Secretário de Estado Adjunto Ricardo Mourinho Félix está a ser ouvido na comissão parlamentar ao Banif.

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O Governo reafirma a convicção de que o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, cometeu uma falha de informação grave ao não o informar das diligências que fez junto do BCE relativamente ao Banif.

"Mantenho. Acho que foi grave que não me tivesse sido dado conta naquele dia que havia um procedimento em Frankfurt sobre o acesso à liquidez do Banif, quando eu trabalhava numa forma de assegurar a liquidez do Banif até ao final dessa semana", afirmou o secretário de Estado Adjunto, do Tesouro e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix.

O membro do executivo de António Costa rejeitou mesmo o argumento de que Carlos Costa não podia prestar informações sobre a situação do Banif.

"As explicações que me foram dadas, não colhem", realçou Mourinho Félix durante a sua audição na comissão parlamentar de inquérito ao Banif.

Mourinho Félix recordou que o tratado europeu não impedia que se dessem informações relativamente ao banco.

"O que está escrito no Tratado da União Europeia não é que eu não posso ser informado, é que eu não posso influenciar uma decisão" do Banco de Portugal, vincou.

"Não é ilegal, não é ilegítimo, mas diz bem do grau de independência em que as pessoas se sentem. Independente é quem pensa pela sua cabeça, não é quem oculta informação", considerou o governante.

Mourinho Félix reforçou que, neste caso, "não há violação da lei". "Há discussão pública e discussão política. E disso ninguém está livre", salientou.

Em meados de Abril, o Governo acusou o Banco de Portugal de ter cometido uma "falha de informação grave" na resolução do problema do Banif, ao ter omitido que pediu ao BCE para limitar o financiamento àquela instituição financeira.

Em declarações ao “Público”, Ricardo Mourinho Félix, alegou não só desconhecimento da iniciativa do Banco de Portugal junto do supervisor de Frankfurt, como a qualificou de "falha de informação grave".

O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, sugeriu ao Banco Central Europeu (BCE) que limitasse o acesso do Banif à liquidez do Eurosistema, ao mesmo tempo que pedia ao executivo português para encontrar forma de garantir dinheiro para o banco, tendo já explicado que essa limitação era a menos gravosa para o Banif face à difícil situação de liquidez do banco naquela altura.

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