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Encontrada vala comum em Moçambique com mais de 100 corpos

28 abr, 2016 - 20:20

Descoberta por camponeses, a existência da vala não é confirmada nem desmentida pelo administrador da Gorongosa.

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Um grupo de camponeses encontrou, na quarta-feira, uma vala comum com mais de cem corpos na zona 76, no posto administrativo de Canda, Gorongosa, centro de Moçambique, disse à Lusa um dos agricultores que fez a descoberta.

A vala foi descoberta numa área que foi utilizada para a extracção de areia para a reabilitação da N1, a principal estrada de Moçambique, num lugar próximo de uma mina de extracção ilegal de ouro, entretanto abandonada devido à escalada da violência militar na região.

"A vala tem cerca de 120 corpos, uns já em ossadas e outros ainda em decomposição", disse à Lusa um dos camponeses, sem precisar se os corpos tinham marcas de balas, suspeitando apenas que foram descarregados por viaturas devido a sinais de manobras no local.

Apesar de não haver qualquer indício que relacione esta vala com a actual crise militar em Moçambique, um outro camponês que esteve no local lembrou a onda de perseguição e execuções por razões políticas e que a região tem sido palco de combates entre a ala militar da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), o principal partido da oposição, e forças governamentais.

"Não há vestígios militares visíveis e alguns corpos estão sem roupas", descreveu um camponês.

Em declarações à Lusa, o administrador da Gorongosa, Manuel Jamaca, não confirmou nem desmentiu a descoberta da vala, apelando ao grupo dos camponeses para contactarem as autoridades para ajudar na investigação deste caso.

O Governo e a Renamo têm-se acusado mutuamente de homicídios e raptos dos seus membros, ao mesmo tempo que se intensificaram nos últimos meses os confrontos militares no centro do país.

Moçambique vive uma crise política e militar caracterizada por confrontos entre as forças de defesa e segurança e o braço armado da Renamo e ataques em vários troços das principais estradas do país na região centro atribuídos pelas autoridades ao partido de oposição.

A crise foi desencadeada pela recusa da Renamo em reconhecer a derrota nas eleições gerais de 2014 e pela sua exigência de governar nas seis províncias onde reivindica vitória nas urnas.

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