28 abr, 2016 - 12:08
O que é que a Mitsubishi fez e porquê?
Manipulou testes de desempenho energético em quatro modelos vendidos no Japão para conseguir uma melhor certificação na eficiência do consumo de combustível.
Pode ter existido pressão para competir com o rival Daihatsu Motor pelos altos níveis de eficiência que exibem.
A Mitsubishi ignorou as alterações legislativas no Japão estipuladas em 1991 e continuou a usar metodologia norte-americana para medir o desempenho energético dos carros.
Quais os veículos afectados?
A manipulação nos testes envolveu 625 mil miniveículos produzidos desde meados de 2013, da gama eK, e ainda 480 mil unidades fabricadas para a Nissan (Dayz e Dayz Roox). Todos foram vendidos no Japão.
A Mitsubishi já parou de fabricar e de vender estes modelos.
Quem descobriu a fraude e onde se estão a focar as investigações?
A Nissan detectou uma discrepância nos dados dos testes em Novembro, enquanto estava a actualizar o Dayz.
A Mitsubishi estabeleceu uma comissão externa para investigar o caso. O Ministério dos Transportes japonês vai testar os quatro modelos. Entretanto, já detectou irregularidades noutros produtos e quer esclarecimentos até 11 de Maio.
A tutela vai também examinar os dados relativos a todos os fabricantes de automóveis japoneses.
Quanto pode tudo isto custar à Mitsubishi?
As estimativas variam e há ainda alguma incerteza sobre a dimensão da fraude. Por agora está limitada ao Japão, onde a Mitsubishi vende apenas 10% dos seus carros.
A MMC (Mitsubishi Motor Company) poderá ter de compensar os condutores pelo combustível adicional consumido, devolver benefícios fiscais ao governo, compensar a Nissan e enfrentar possíveis processos jurídicos e multas.
Estima-se que a factura possa chegar aos mil milhões de dólares.
A MMC consegue aguentar o impacto do escândalo?
A Mitsubishi, que perdeu cerca de metade do seu valor de mercado numa semana, tinha cerca de quatro mil milhões de dólares em caixa no final de 2015 e muito pouca dívida. O fluxo de caixa poderá sofrer caso a má imagem venha a afectar as vendas. No Japão, já caíram para metade.
A MMC produz um milhão de veículos por ano, um terço dos quais vendidos na Ásia.