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Amantes de felinos, rejubilem: o primeiro café de gatos português já abriu

27 abr, 2016 - 20:00

O Aqui Há Gato nasceu para juntar dois conceitos vencedores: comida e gataria. Lá dentro quem manda são os bichos, da Nessi ao Baguete.

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Bruno, Bruna, Nessi, Tâmara e Baguete. Eles e elas “trabalham” num café de Lisboa. Na verdade, não fazem mais do que ser acariciados. Vida invejável, a dos gatos.

Expliquemos: no Aqui Há Gato, os gatos são os anfitriões. É o primeiro espaço do género em Portugal. Abriu esta quarta-feira, no número 74 da Calçada da Estrela, em Lisboa.

Neste café, os clientes podem pedir uma salada e brincar com gatos… mas não ao mesmo tempo (a ASAE a isso obriga – já explicamos). O Aqui Há Gato é um café-restaurante, mas também uma biblioteca. A separá-los há uma parede com janelas de vidro. De um lado, é um café que também serve almoços ligeiros; do outro lado, uma biblioteca que, além de livros, tem gatos.

A ideia para o espaço surgiu na cabeça de Catarina Mendes, de 42 anos, em 2012.

O conceito não é novo: em várias capitais do mundo os amantes de felinos podem visitar cafés onde podem comer um croissant enquanto acarinham um gato. Mas Catarina foi alertada que em Portugal a legislação não permite ter os animais no mesmo espaço onde serve comida.

“A ASAE disse-me que se eu metesse os gatos aqui na área da restauração imediatamente teria de fechar”, afirma a proprietária.

Foi essa a razão da criação da biblioteca, que não será alvo de inspecção. “A inspecção da ASAE fica do lado da área da restauração, sendo que o lado da biblioteca não é da competência da ASAE. Tem é que estar seguro que não há passagem de pêlos dos animais para o lado da restauração porque a lei portuguesa não permite a entrada de animais em espaços comerciais, à excepção dos cães-guia.”

Os felinos Bruno e Bruna acompanharam a dona na apresentação da ideia no programa da SIC “Shark Tank”. Foi assim que Catarina conseguiu 25 mil euros, parte do financiamento para a abertura do espaço.

O cego Baguete e o Tomé oriundo da rua

Os restantes gatos são oriundos de uma associação e foram todos esterilizados, vacinados e desparasitados interna e externamente, explica a proprietária.

Para já, são cinco e alguns deles são “especiais”. Catarina quis ter no seu espaço felinos com deficiências ou doenças não-infecciosas para provar que gatos assim também têm direito a ser adoptados.

“Temos o Baguete, que é praticamente cego, e, no entanto, está ali feliz e orienta-se muito bem; temos a Nessi, que é FIV positiva (Vírus da Imunodeficiência Felina) e vive em contacto com os outros porque a probabilidade de contágio entre gatos é muito pequena (cerca de 1 a 2%) nesta comunidade assim controlada; temos a Tâmara, que já é uma gata adulta, mas é muito pequenina; para a semana, teremos o Tomé, que foi resgatado da rua, só tem um olho e também é FIV positivo. E já me desafiaram para receber um gato com apenas três patas.”

Matar saudades dos gatos

No dia de abertura algumas pessoas já visitaram o novo espaço da Calçada da Estrela. Stephanie Heaton, dos Estados Unidos, foi uma delas. Está a participar num programa de mobilidade em Lisboa.

“Vou estar longe de casa por dez meses e até agora do que mais senti saudades foram os meus gatos. Por isso, quando soube que este espaço ia abrir quis logo visitá-lo. É uma espécie de conforto.”

A biblioteca, além de ser o cantinho da gataria, será também utilizada para o desenvolvimento de actividades. Esperam-se concertos de música clássica, exposições de fotografia e “workshops” sobre gatos.

Comentários
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  • Esperança Melo
    25 mai, 2016 Cortes, Leiria 17:49
    Muito giro! é sempre interessante ter uns miauzinhos por perto! Tenho 4 gatinhos de 5 semanas para dar: 2 siamêses, 1 preto e 1 riscado...nove seis seis dois um zero um oito nove
  • Msabel
    28 abr, 2016 Almada 18:11
    Que bom. Fiquei muito feliz pela inicativa. É bom lembrar a algumas pessoas que todos somos animais. Irracionaos e racionais. Só que infelizmente muitos ditos racionais, raciocinam muito menos do que os ditos irracionais e no nosso país então é o que não falta. Parabéns pela ideia e oxalá que muitos mais proprietários de espaços assim copiem a ideia.
  • Guilherme Dias
    28 abr, 2016 Lisboa 17:21
    Correção: Não é a ASAE quem obriga, é a Lei! A ASAE apenas fiscaliza o cumprimento da lei.
  • nelma
    28 abr, 2016 porto 10:44
    Agradeço a proprietária pela ideia genial que teve em conciliar no mesmo espaço gatil, livros e café e onde fica mesmo ? Havia de ser permitida a entrada de animais em todos os estabelecimentos já que foi aprovada o estatuto de personalidade jurídica aos animais podia ser alargada à pratica não?
  • Pedro Gomes
    28 abr, 2016 Ponte de Lima 10:00
    Parvoeira. Já diz o povo "o que é demais é erro" Os 'Tius' e as Tias, os betinhos e as betinhas, vão fazer selfies à fartazana para por no "face" e logo partilhar com triliões de "amigos", em todo o mundo, como eles preocupadíssimos com o futuro institucional de gatos e cães. Segregação NÃO: queremos os gatos na cozinha, na arca frigorífica, no micro-ondas, a passearem por cima das mesas, a lamberem o molho do hambúrguer. Haja igualdade.
  • Alexandra
    28 abr, 2016 Sintra 09:30
    Muito giro. Só para mentes abertas e amantes dos animais!!!
  • 28 abr, 2016 09:21
    Parabens pela iniciativa!! É pena não ser café , tambem só vai quem quer e quem gosta de gatos e quem não gosta não tem que entrar!!!
  • desousa
    28 abr, 2016 ermesinde 08:40
    Santa paciencia
  • Filomena Pires
    28 abr, 2016 Viana do Castelo 08:22
    Parabéns pela iniciativa.
  • FRANCISCO OLIVEIRA P
    28 abr, 2016 VILAR DE ANDORINHO VNG 08:13
    Acho muito bem que tenhamos camas quentinhas em lençoes de super algodão; mesas decoradas ricamente; cadeiras altamente confortáveis; comida e bebida do melhor existente no mundo, para os VOSSOS gatinhos. Os nossos humanos que trabalharam uma vida inteira para VOS sustentar que vivam num barraco a meter água e comam ratos que também lá habitam, para poderem sobreviver. VIVA A NOVA MENTALIDADE. VIVA !!!

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