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Treze anos de prisão para homem que esfaqueou colega de trabalho até à morte

27 abr, 2016 - 16:59

Instância Central Criminal de Lisboa deu como provada a imputabilidade diminuída do arguido.

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Um homem foi esta quarta-feira condenado a 13 anos de prisão por matar um cozinheiro, seu colega de trabalho num hotel de Lisboa, em Novembro de 2014. O tribunal deu como provada a imputabilidade diminuída do arguido.

Na leitura do acórdão, que decorreu na Instância Central Criminal de Lisboa, no Campus da Justiça, o colectivo de juízes deu como provado que Gidson Tavares, 33 anos, esfaqueou até à morte a vítima e "agiu com profundo desrespeito pela vida humana e falta de autocontrolo, embora com uma imputabilidade diminuída, face ao quadro de psicose diagnosticada".

O tribunal procedeu à alteração da qualificação jurídica do crime, de homicídio qualificado para homicídio simples, devido à imputabilidade diminuída do arguido que "sofre de uma psicose de natureza tóxica, por consumo de canábis e álcool, determinantes para a prática do ilícito".

O arguido foi ainda condenado a pagar, no total, 406 mil euros de indemnização aos familiares da vítima, na casa dos 50 anos.

As conclusões dos primeiros relatórios não indicavam qualquer diminuição de imputabilidade ao arguido, que só foi diagnosticada após a realização de uma nova perícia psiquiátrica, aconselhada pelo perito, aquando da sua inquirição em sede de julgamento.

Apesar desta atenuante, o colectivo de juízes destacou a "gravidade e a brutalidade" do crime, cometido quando a vítima "estava isolada" e indefesa.

O tribunal não deu como provado que o arguido fosse alvo de "assédio sexual" no trabalho.

"O tribunal afastou esse elemento de cariz sexual, por aquilo que todas as testemunhas relataram em tribunal, pelo que conheciam da vítima e do arguido, além de os colegas nunca se aperceberem disso. O tribunal afastou essa motivação sexual", referiu o juiz-presidente.

O homem vai continuar sujeito à medida de coacção de prisão preventiva na cadeia de alta segurança de Monsanto, em Lisboa, onde tem acompanhamento e tratamento clínico, sem os quais, segundo o tribunal, representaria "um perigo para a sociedade".

À saída da sala de audiência, os advogados do arguido e da família da vítima disseram que vão primeiro analisar o acórdão, mas admitiram vir a recorrer da decisão para o Tribunal da Relação de Lisboa.

Quando estava em prisão preventiva ao abrigo deste processo, o suspeito terá matado, em Março de 2015, um outro recluso, no Estabelecimento Prisional de Lisboa.

A leitura deste segundo acórdão está agendada para Maio, na Instância Central Criminal de Lisboa.

Comentários
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  • Pinto
    29 abr, 2016 Custoias 00:53
    Normalmente são obrigados a indemnizar os familiares das vítimas, mas estes tipos não têm nada em nome deles como vão indemnizar?
  • Diogo
    27 abr, 2016 Funchal 19:14
    Gidson Tavares parece um nome de um cidadão brasileiro, não parece ser português. De todas as formas, posso agora estar a proferir uma grande barbaridade, mas como o consigo compreender, no sentido de que há tantos colegas tão difíceis, que conseguem levar um indivíduo até minimamente racional à mais pura insanidade... Este é daquelas que não tem meias medidas. Talvez ao que foi morto caiu-lhe uma sorte derradeira "desta vez" na rifa. É que há colegas e colegas.
  • JV
    27 abr, 2016 ALMADA 18:28
    A justiça em Portugal é uma barbuda! Ao fim de 3/4 anos está cá fora .Se fosse nos USA o que o esperava seria o resto ada vida na prisão e a trabalhar no duro ou outra ainda pior. É por isto que criminosos estrangeiros querem vir para Portugal. Isto para eles é o paraíso.Mas não só para estes mas para muitos que se passeiam por aí a gozar com o pagode.
  • LS
    27 abr, 2016 Lyon 17:42
    Ficamos a saber quanto vale uma vida humana ...
  • Pinto
    27 abr, 2016 Custoias 17:08
    13 anos vale uma vida? É pena que familiares de certa gente importante não seja morta à facada por causas fúteis.

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