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Leigos para o Desenvolvimento: Balanço positivo dos 30 anos de missão

11 abr, 2016 - 17:59 • Ana Lisboa

Actualmente com projectos em Moçambique, Angola, São Tomé e Príncipe e Lisboa, esta ONGD católica foi a primeira organização a enviar leigos para os PALOP.

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Os Leigos para o Desenvolvimento assinalam esta segunda-feira, 11 de Abril, três décadas de existência.

“Fazemos um balanço muito positivo. Trinta anos já é algum caminho e quando nascemos era num tempo em que fomos a primeira organização a enviar leigos missionários para estes países com necessidades especiais. Hoje em dia, decorridos esses 30 anos, sendo as necessidades muito diferentes, continuamos a ter imensas solicitações para ter uma presença no terreno”, reconhece Carmo Fernandes, directora executiva da organização.

Os Leigos para o Desenvolvimento têm como missão “promover o desenvolvimento das pessoas e das comunidades locais” em vários países africanos de língua oficial portuguesa.

“Vamos junto de quem precisa”, explica, “a nossa maneira de estar no terreno e de viver em missão é num espírito de simplicidade e espírito de pobreza, como também é de serviço”.

A organização trabalha em projectos de desenvolvimento local, nomeadamente, nas áreas da educação, saúde, promoção de emprego e pastoral.

Em Lisboa também têm um projecto, que é apenas “uma intervenção mais residual”, nomeadamente um centro de educação para a comunidade imigrante. Tudo começou porque “notávamos muitas vezes que os alunos que vinham estudar para Portugal ou para o ensino secundário ou para o ensino universitário abandonavam os seus estudos, porque chegavam cá e as dificuldades de integração a nível escolar eram muitas. A ‘décalage’ era muito grande entre o que deixavam e o que encontravam cá e também por razões económicas, porque precisavam de trabalhar para estudar”.

Daí ter surgido este que é o Centro São Pedro Claver, em Lisboa “para dar esse apoio a que os alunos não desistissem de estudar”, explica Carmo Fernandes.

Voluntários procuram-se

Todo o trabalho que desenvolvem é graças aos cerca de 500 voluntários que têm. Destes, 13 são portugueses, formados durante um ano pelos Leigos para o Desenvolvimento. Os restantes são voluntários locais. Mas não são suficientes.

Carmo Fernandes admite que “precisávamos” de mais. “Houve um tempo em que havia imensa gente disponível para este tipo de experiência de missão. No último ano, por exemplo, tivemos falta de voluntários. Fomos recorrer a ex-voluntários para conseguir cobrir as necessidades que tínhamos no terreno. Sentimos que hoje em dia aquilo que implica muito compromisso, permanência, nem sempre é apelativo, e nem sempre é fácil as pessoas terem essa disponibilidade. A crise de emprego que existe coloca as pessoas numa situação de maior apreensão e, por isso, não arriscam tanto”.

A solução passa pela divulgação desta ONGD católica para conseguir atrair mais voluntários: “Estamos numa fase em que achamos importante voltar a fazer uma divulgação maior de quem somos, o que fazemos, como fazemos, o que é o resultado do nosso trabalho”, esclarece Carmo Fernandes.

Apoio financeiro diversificado

Para levar para a frente todos estes projectos, os apoios financeiros que os leigos recebem são “muito diversificados”.

“A nossa estratégia de sustentabilidade é a diversificação. Temos financiamentos a nível público, do Estado português, a nível do Ministério dos Negócios Estrangeiros há um apoio para as ONGD com esse propósito, que tem sido cada vez mais escasso ao longo destes anos. Temos também agências internacionais, fundações e outro tipo de organizações. Mas a nossa principal aposta – e é aí que nós queremos também crescer – tem a ver com empresas e com cidadãos individuais através de doações”, explica a responsável.

As comemorações dos 30 anos de missão dos Leigos para o Desenvolvimento começaram no sábado passado, na Igreja de São Luís em Lisboa, com uma missa de acção de graças.

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