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Receitas em papel dão lugar a receitas electrónicas

01 abr, 2016 - 08:35

Se vai ter uma consulta médica não se admire se à saída não trouxer uma receita em papel. A partir desta sexta-feira passa a ser obrigatória a prescrição electrónica.

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As receitas médicas em papel começam esta sexta-feira a dar lugar às electrónicas no Serviço Nacional de Saúde. No fim do primeiro semestre deste ano, 80% de toda a prescrição de medicamentos deverá feita apenas via computador.

Na receita electrónica, é distribuído um código de dispensa de medicamentos a que o utente pode aceder através de um e-mail, de sms ou pela área do cidadão na Plataforma de Dados da Saúde. O utente pode ainda usar uma guia de tratamento para poder comprar aos medicamentos.

É através do código de dispensa de medicamentos, obtido através daqueles meios, que o utente compra os fármacos, juntamente com o cartão do cidadão.

Os médicos têm de estar autenticados e ter assinatura digital qualificada.

A receita sem papel pretende combater a fraude, uma vez que representa o fim das receitas fotocopiadas e falsificadas.

As receitas em papel, tal como nas excepções para as manuais, poderão continuar a existir em casos como falência do sistema informático ou consultas ao domicílio.

Processo em curso

Um despacho de Fevereiro determina que a partir de dia 1 de Abril passa a ser obrigatória a prescrição exclusiva através de receita electrónica desmaterializada (sem papel) em todo o Serviço Nacional de Saúde. Contudo, uma informação oficial fornecida à agência Lusa indica que o objectivo é atingir os 80% de receitas sem papel até ao final de Junho.

Este processo de receita sem papel está já em curso em várias unidades de saúde e, por exemplo, no Centro Hospitalar de Leiria 90% das receitas são já sem suporte físico.

Segundo o Ministério da Saúde, o número de prescrições de receitas sem papel está a crescer a um ritmo de 35% por semana.

Para o Ministério da Saúde, uma das vantagens é permitir a dispensa parcial da receita em momentos diferentes e em farmácias diferentes. Outro benefício será o de permitir ao médico aceder a informação sobre alergias do utente e reacções adversas anteriores.

O objectivo é também reduzir a possibilidade de trocas não intencionais no momento da dispensa e deixa ainda de haver necessidade de deslocação ao centro de saúde apenas para ir buscar uma receita.

Experiência piloto no Alentejo

No Alentejo, está em curso, desde finais de Fevereiro, uma experiência piloto. No momento de fazer o balanço, Fátima Breia, do Agrupamento de Centros de Saúde do Alentejo Central, reconhece que a prescrição electrónica traz vantagens.

“A primeira que realço é para o SNS. Como cada receita é validada pelo nosso cartão da Ordem dos Médicos ou Cartão de Cidadão, com o PIN, é garantia de que nunca mais posso dizer que não passei aquela receita. O combate à fraude é importante”, afirma.

Mais relevante, refere a médica, que é também ganham os utentes. “O doente não vai carregado com 5,6 ou 7 receitas e pode comprar a medicação que queira unicamente quando precisa dela”.

E os utentes, mesmo os mais velhos, estão a aceitar muito bem as receitas emitidas por via electrónica. “Costumo dizer que os meus doentes idosos são muito modernos” brinca a médica para mostrar a sua satisfação. “Estou muito contente com a aceitação”, reconhece.

Comentários
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  • Luis Felgueiras Rodr
    14 mai, 2018 Valença 17:31
    Queria ser eu a imprimir as receitas sem papel, creio que é possivel em vês de ser a farmácia, mas como ? ainda ninguem se disponibilisou para me dizer como ou o que tenho que fazer ! obrig.
  • SILVINA MARQUES
    02 abr, 2017 SABACHEIRA 18:07
    RECEITA SEM PAPEL
  • Maria
    28 mar, 2017 Funchal 23:14
    Acho muito bem combater a fraude, esse método deveria ser utilizado para todas as possibilidades de serviços, neste país, que é tão pequeno e infelizmente a corrupção é maior que o próprio país.
  • Isaura Silva
    09 ago, 2016 Lisboa 18:56
    Podia ser melhor para o utente se pudesse continuar a ter um prazo de validade como anteriormente havia para medicação crónica, foi-me passada receita com validade de 30 dias, quando antes era de 3 ou 6 meses e a médica enganou-se num dos medicamentos, só pude verificar o erro na farmácia, deste modo além de me obrigar a pagar a consulta para rectificar o erro tenho de pagar consultas de 30 em 30 dias, quando antes era de 3 em 3 meses. Será que a intenção era a de arrecadar mais receita? Parece-me que sim.
  • Joao M Robert Lopes
    19 jul, 2016 Lisboa (Benfica) 16:45
    Sou informático há 47 anos. Os meus parabéns por este novo serviço posto à disposição de todos. Agora, a pergunta simples: "como é que as pessoas se podem inscrever nesta área? Obrigado pela atenção Robert Lopes
  • Jorge Costa
    19 mai, 2016 Braga 14:43
    Quando nos é emitida uma receita eletrónica e nos chega um sms ao telemóvel, podemos verificar que a mesma é colocada na área pessoal de cada utente (registado) no portal do SNS. Eu tenho feito a impressão das mesmas sem qualquer problema.
  • Carlos Carreira
    28 abr, 2016 Amadora 23:28
    Pergunta a alguém que já tenha tido esta experiência: se eu quiser saber as quantidades de medicamentos que me foram receitadas ou a situação da "conta corrente", tenho alguma possibilidade de ter acesso a uma impressão da mesma ou a uma visualização no écran da mesma?
  • Ana Teixeira
    06 abr, 2016 Felgueiras 11:16
    Bom dia! Podem explicar-me o porquê de quando enviam a receita para o telemóvel, o utente não tem aceso à guia de tratamento? Tem de se deslocar à farmácia para saber ao certo o que lhe foi prescrito, para saber em quanto tempo pode levantar a receita!? Se querem facilitar, porque não pões os dados todos na mensagem? Porque é que esses dados apenas aparecem quando o utente tem uma guia em papel? Então o objectivo não era ficar sem papel?
  • Ermenegildo IV
    05 abr, 2016 Santa Mangalha 14:48
    Mais ilusões sonhadoras e infantis da parte de indivíduos ricos de fato e gravata que assumem que em um país pequeno e limitado como Portugal, onde uma percentagem significativa da população vive à margem da miséria, onde o desemprego, a corrupção política e financeira, e a info-exclusão continuam a ser a ordem do dia, toda a gente possui computadores, telemóveis, sistemas informáticos e electrónicos avançadíssimos, o dinheiro para os ter e manter e os conhecimentos para utilizá-los. Voltem aqui com os vossos pezinhos fedorentos ao Planeta Terra, senhores políticos e senhores doutores - muitas pessoas neste país nunca usaram um computador na vida nem têm meios para a sua aquisição, tal como muitas outras não dispõem de telemóveis (ou de elevador com cinco memórias, ou de tablets Microsoft, ou de aquecimento central com piscina térmica e duas garagens, ou de chip GPS cyber-incorporado na testa...). É óbvio que haverão sempre pessoas que, pelas mais variadas razões ou limitações, não poderão utilizar estes sistemas e continuarão a depender do método normal, testado e comprovado que funciona e sempre funcionou bem para toda a gente, desde há muito tempo. O progresso, a existir, tem que ser lento e gradual, não poderá ser nunca imposto à força e acelerado. Ora, se não acreditam, esperem para ver o caos e os prejuízos para o estado e para os cidadãos que esta medida vai gerar nos próximos meses...
  • Rogerio Correia
    03 abr, 2016 Lisboa 18:23
    Fui operado ao coração, uma operação um pouco complicado. No hospital foi receitado alguns medicamentos que disseram que os teria que tomar para sempre. Quando precisar de comprar quem passa receita Hospital ou centro de saúde?

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