Tempo
|
A+ / A-

“É muito bom que o Presidente comece assim o seu mandato”, diz Patriarca

09 mar, 2016 - 23:01

​D. Manuel Clemente falava no final de uma celebração inter-religiosa na Mesquita Central de Lisboa, em que participou Marcelo Rebelo de Sousa.

A+ / A-

Veja também:


A cerimónia inter-religiosa desta quarta-feira foi uma boa maneira de Marcelo Rebelo de Sousa iniciar o mandato de Presidente da República, afirma o cardeal patriarca de Lisboa.

Em declarações aos jornalistas no final da celebração que teve lugar na Mesquita Central de Lisboa, D. Manuel Clemente disse que a cerimónia é "um bom caminho de contar com as diversas religiões como factores de paz que elas essencialmente são".

O patriarca salientou que "religiões quer dizer ligações ou religações àquilo que é comum na humanidade em geral, como princípio e como fim".

"Então que nos reencontremos para activar essa mesma realidade é muito bom e que o senhor Presidente da República comece assim o seu mandato também é um bom sinal. Cá estamos", sublinhou.

Questionado sobre o significado da visita do Presidente da República ao Vaticano, na próxima semana, D. Manuel Clemente considerou que "é uma boa maneira de começar o mandato presidencial".

O cardeal patriarca de Lisboa mencionando que, no seu discurso de tomada de posse na Assembleia da República, Marcelo Rebelo de Sousa "lembrou que Portugal é uma realidade muito antiga e que o primeiro reconhecimento internacional que teve foi precisamente na Santa Sé, no tempo do papa Alexandre III, quando reconheceu D. Afonso Henriques como rei em 1179".

O imã da mesquita de Lisboa, xeque David Munir, afirmou que o encontro inter-religioso que hoje se realizou "é marcante, é histórico, não é simbólico".

"Esperemos que este exemplo que Portugal está a demonstrar ao mundo sirva para os outros países. É possível juntar e dialogar entre as religiões", disse o xeque Munir, que acrescentou: "Isto só demonstra que há muçulmanos que têm boa vontade e há muçulmanos que querem mesmo a paz, apesar de haver alguns muçulmanos que não desejam a paz e não respeitam as outras culturas".

"Nós todos estamos preocupados com a paz e com o bem-estar, independentemente da crença e da cultura que a pessoa possa ter, pode até não ser crente; é ser humano, merece ser respeitado. Estas iniciativas irão continuar. Hoje, Portugal está de parabéns", salientou.

Durante a cerimónia, que durou cerca de 30 minutos, os representantes de 17 confissões religiosas leram, em conjunto, uma oração ecuménica universal.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • TUGA
    10 mar, 2016 LISBOA 09:02
    GRANDE PARTE DA GUERRAS NO MUNDO VÊM DE CONFRONTOS ENTRE RELIGIÕES!!! NO PASSADO, QUEIMARAM-SE PESSOAS, DIZIMARAM-SE CIVILIZAÇÕES, DESTRUIRAM-SE LIVROS QUE ATRAZARAM A CIENCIA EM MILHARES DE ANOS, ETC, TUDO EM NOME DA RELIGIÃO!!! POR MIM O QUE O MARCELO FEZ NÃO LHE DOU VALOR ABSOLUTAMENTE NENHUM, SÓ REFORÇOU A PRESENÇA DAS RELIGIÕES QUE INVADIRAM PORTUGAL E QUE NÃO SE SABE NO FUTURO QUAL O RESULTADO DESSA INVASÃO.
  • António Costa
    10 mar, 2016 Cacém 01:13
    As boas intenções são um ótimo principio. Claro que são. Mas só por si não levam a nada, e como diz o ditado popular "de boas intenções está o........." Sem Mudar as Leis não se pode chegar a lado nenhum. O Problema não está nos "rituais religiosos", nas "tradições" ou na enorme riqueza que é a diferença de culturas. Está apenas nas Leis que nos regem. Apenas nas Leis. E o Islão não é uma religião no sentido cristão do termo. "O Islão é a nossa constituição" disse um alto responsável saudita. O Islão é uma constituição de Direito "Divino", um conjunto de Regras e de Leis a que o muçulmano deve respeito e obediência total. Se não o fizer não é muçulmano. Não é possível respeitar umas regras e outras não.

Destaques V+