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Igreja portuguesa diz que não pode haver bloqueios ao fluxo de refugiados

08 mar, 2016 - 17:52

Manuel Barbosa, porta-voz da Conferência Episcopal, assinala a “atenção particular” que a Igreja Católica tem de ter no acolhimento e nas famílias para com os refugiados cristãos.

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O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) defendeu esta terça-feira que não pode haver bloqueios ao fluxo de refugiados, congratulando-se com “alguma aceleração” que diz existir no processo de acolhimento.

Confrontado pelos jornalistas, em Fátima, no final da reunião do conselho permanente da CEP, sobre o acordo entre a União Europeia e a Turquia para gestão da questão dos refugiados, o padre Manuel Barbosa disse desconhecer a questão em concreto, mas defendeu que não pode haver bloqueios ao fluxo de refugiados.

“A dignidade da pessoa (...) não admite qualquer bloqueio nem qualquer muro, seja farpado seja de cimento, seja o que for. Os governos terão a suas razões, mas diante de uma vida humana, não pode haver qualquer forma de bloqueio”, afirmou.

O porta-voz da Conferência Episcopal frisou que os bispos portugueses analisaram, na reunião do conselho permanente, a “situação dramática que os refugiados vivem neste período de inverno” e também a resposta “muito lenta” que está a ser dada pelos governos da Europa.

Manuel Barbosa assinalou que, no entanto, está a ser feito um esforço para acelerar o processo de acolhimento: “Temos notícias de que há uma aceleração e um convite a que nesse acolhimento haja prontidão”.

A Igreja Católica está integrada na Plataforma de Apoio aos Refugiados (PAR) através das Cáritas Diocesanas, garantindo que está em curso um reforço no acolhimento e na prontidão daquelas instituições perante a vaga de refugiados.

“Esta aceleração não depende só de nós, é um apoio que tem de acontecer aqui, tem de ser acelerado, mas também no local de origem”, defendeu o porta-voz da CEP, alegando que algumas instituições da Igreja estão preparadas para apoiar nomeadamente famílias, enquanto outras estão mais preparadas para o apoio a pessoas que chegam sozinhas.

“Sabemos que há crianças que vêm sozinhas, são órfãos, não tem pais e esse cuidado está a ser tido no acolhimento”, disse. “Tem de haver aceleração, é impensável continuar a ver toda esta gente que passa mal, passa fome e morre, passa por tudo aquilo que é condenável para a dignidade humana."

Embora alegando que, na questão dos refugiados, “não se pode fazer acepção de pessoas” e que “cada pessoa vale e vem quem vem”, Manuel Barbosa assinalou a “atenção particular” que a Igreja Católica tem de ter no acolhimento e nas famílias “para com aqueles que porventura são cristãos”.

“O que é normal, como outras religiões também o farão”, sublinhou.

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