02 mar, 2016 - 22:28 • José Pedro Frazão
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Depois de ter assumido um “não“ a uma candidatura presidencial, Pedro Santana Lopes assume um auto-afastamento da vida política activa que está para ficar. Reconduzido por mais três anos à frente da Misericórdia de Lisboa, Santana coloca mesmo em dúvida um regresso a esse tipo de intervenção pública.
“Não vislumbro quando será e se alguma vez voltará essa intervenção na vida politica activa”, afirma em entrevista à Edição da Noite da Renascença.
“Estou empenhado neste trabalho na Misericórdia e estou muito contente por ter um mandato de três anos para levar mesmo a cabo aquilo com que estou comprometido. Esse é o meu gosto e o meu sonho”, acrescenta o antigo primeiro-ministro.
Santana Lopes recorda que, quando recusou protagonizar uma candidatura a Belém, sublinhou a sua opção preferencial pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
“Ainda antes das eleições presidenciais tive ocasião de deixar claro que a minha prioridade em responsabilidades públicas, ou neste caso numa instituição de direito privado de interesse público, era continuar na Santa Casa e nos projectos que lá tenho”, sublinha o antigo líder do PSD.
Candidatura à Câmara de Lisboa nunca foi “ponderada”
Um regresso à Câmara de Lisboa foi ventilado nas últimas semanas na imprensa. Santana Lopes foi sublinhando nas redes sociais que em breve seria dada “uma resposta”. Nesta entrevista à Renascença, o antigo primeiro-ministro reconhece que se referia à recondução à frente da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.
“Quando essas notícias surgiram outra vez há umas semanas, a minha recondução já estava acertada com o primeiro-ministro e com o ministro da Segurança Social. Esperava que fosse tornada pública, depois da recomposição da equipa que veio a acontecer”, assegura Santana Lopes.
O provedor da Misericórdia de Lisboa reconhece ter sido incentivado a assumir essa candidatura. “As pessoas falaram e falam-me nisso. Começaram a falar-me disso tinha eu acabado de tomar uma decisão em relação a outra eleição”, confessa.
“Com toda a franqueza, não cheguei a ponderar. Aceitei [esta recondução] e devo dizer que foi matéria que não me foi sequer colocada pelo Governo. Por isso mesmo fiquei contente. Na vida, a educação, a correcção, os procedimentos são algo muito importante. Isso foi meio-caminho andado para chegarmos a este ponto. Tudo foi tratado com muita correcção”, acentua Pedro Santana Lopes.