Tempo
|
A+ / A-

Bruxelas duvida de estabilidade política em Portugal e da capacidade para cumprir contas

26 fev, 2016 - 15:04

Comissão Europeia continua a duvidar da redução do défice prevista pelo Governo.

A+ / A-

A Comissão Europeia continua a duvidar da redução do défice prevista pelo Governo português para 2016, admitindo, num documento de trabalho, que existe o risco de o executivo socialista não encontrar um acordo à esquerda parlamentar caso sejam necessárias mais medidas de consolidação orçamental.

Num relatório específico sobre Portugal, e no qual é dado seguimento ao mecanismo de alerta de desequilíbrios macroeconómicos no âmbito do Semestre Europeu, a Comissão Europeia afirma que "há riscos de deterioração" das perspectivas orçamentais deste ano.

Em causa estão as "incertezas que pesam sobre as perspectivas macroeconómicas, sobre possíveis derrapagens na despesa e os riscos de não haver acordo político sobre ulteriores medidas de consolidação para 2016", alerta este relatório, apresentado como um "documento de trabalho dos serviços da Comissão Europeia" que "não constitui uma posição oficial da Comissão nem condiciona qualquer posição dessa natureza".

Neste relatório, Bruxelas tem em conta ainda as previsões de Inverno, publicadas a 4 de Fevereiro, onde prevê um défice de 3,4% do PIB e um crescimento económico de 1,6% este ano.

Bruxelas lembra que essas previsões tiveram em conta ainda o esboço de plano orçamental, enviado a Bruxelas a 22 de Janeiro, e que ainda não incluem "as medidas adicionais que visam a melhoria do saldo de cerca de 0,5% do PIB que o Governo português anunciou em 5 de Fevereiro", com a entrega da proposta de Orçamento do Estado para 2016 (OE2016).

Entre a apresentação do esboço de plano orçamental, enviado a Bruxelas a 22 de Janeiro, e a entrega na Assembleia da República da proposta de OE2016, o Governo português acrescentou medidas no valor de 1.125 milhões de euros, depois de negociações com Bruxelas.

Assim, o Governo reviu as metas de défice, esperando agora que fique nos 2,2% do PIB este ano, e de crescimento económico, antevendo que o PIB avance 1,8% em 2016.

Ora, a Comissão Europeia estima que a economia avance 1,6% em 2016, mas admite riscos "menos animadores" também sobre esta perspectiva, que estão relacionados com "a natureza e o ritmo da desalavancagem das famílias e, em especial, das empresas".

Acrescem ainda riscos políticos: "A incerteza política poderá aumentar os prémios de risco e levar os consumidores a adiar despesas e as empresas a protelar investimentos".

Os técnicos da Comissão Europeia também consideram que “será muito difícil reduzir significativamente” a dívida pública portuguesa, “sem esforços adicionais de consolidação orçamental”.

Também defendem a necessidade de “reformas estruturais favoráveis ao crescimento para salvaguardar a sustentabilidade das finanças públicas”.

Bruxelas adverte que, com uma dívida próxima dos 130% do PIB, Portugal tem de levar a cabo um “esforço de ajustamento significativo” e prosseguir uma “firme das condições conducentes à redução da dívida durante as próximas décadas”.

"É necessário que a economia cresça a médio e a longo prazo para permitir uma redução dos elevados níveis da dívida. A prossecução continuada das reformas estruturais contribuirá para elevar o potencial de crescimento para níveis adequados, defende o relatório.

[notícia actualizada às 16h16]

Tópicos
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • JULIO
    27 fev, 2016 vila verde 10:49
    Toda a gente duvida de uma geringonça que rouba aos pobres para dar a parasitas do setor publico
  • alien
    26 fev, 2016 lisboa 17:26
    Bruxelas duvida de tudo que seja patriotico e em defesa do estado português, Porque nao duvidou do pacto com os ingleses que colocou a uniao europeia em completo frangalho e à beira do colapso?
  • rfm
    26 fev, 2016 Coimbra 16:32
    ... A "coca" do dia, na continuada cruzada, sendo que a história repete-se pelos piores motivos, voltando a 1968, primavera de Praga (Portugal = Checoslováquia e Bruxelas e CE, Moscovo e URSS) sendo que o s tanques são outros ainda piores a especulação financeira e o saque ao que ainda mexe em Portugal e o regresso ao cumprimento da Constituição da República Portuguesa.
  • fanã
    26 fev, 2016 aveiro 16:17
    Bem..........o meu direito é de duvidar fortemente da C .E no Pais das batatas fritas !
  • JP
    26 fev, 2016 Lisboa 15:53
    A conclusão que eu retiro desta notícia é que a comissão europeia está rodeada de incompetentes. Eles fazem relatórios com conteúdo político e não baseados em dados técnicos. É por isso que a UE está como está e estes tipos ainda não acertaram uma e como o PUF se subjugava a este burocratas políticos também não acertavam uma. Resultado 12 OE em 4 anos.
  • Anónimo
    26 fev, 2016 lisboa 15:51
    Nem acredita Bruxelas nem acredita ninguém que esteja na plenitude das suas capacidades mentais.
  • Manuel Simao
    26 fev, 2016 Porto 15:50
    Estão simplesmente a adiar um problema até não poderem mais. Depois, quem venha atrás que resolva! Esta é e sempre foi a treta da esquerda: empregos artificiais, greves que virão, reivindicações bacôcas e impossíveis, privilégios para alguns, e o fim do BPP, BPN, BES, PT e da TAP que poderá ser a próxima ( anão ser que seja comprada por um Chinês por € 50,00).
  • Porconta
    26 fev, 2016 Porto 15:47
    Eu penso que esta comissão anda a falar de mais á muito tempo, já está mais que na hora de alguém os mandar calar com firmeza.
  • Desatina carreira
    26 fev, 2016 Queluz 15:31
    Eu duvido de Bruxelas

Destaques V+