13 fev, 2016 - 21:57
Um ciclista foi arrastado pelas águas do rio Vouga, quando circulava na estrada da Cambeia, que liga a ponte de Cacia a Angeja, em Albergaria-a-Velha, disse à Lusa fonte da corporação local de Bombeiros.
O alerta foi dado às 17h14 por populares que viram o homem a ser levado pela corrente, disse o comandante dos Bombeiros de Albergaria-a-Velha, José Valente.
Segundo a mesma fonte, o homem estava a tentar atravessar a estrada, que estava inundada devido às fortes chuvas dos últimos dias.
De imediato foram accionados para o local meios dos Bombeiros de Albergaria-a-Velha e iniciadas as buscas com uma equipa de recuperadores aquáticos, auxiliados por um barco, uma mota de água e cinco viaturas.
As buscas para encontrar o homem foram suspensas, cerca das 19h00, por falta de condições de segurança e visibilidade e vão ser retomadas logo que possível, disse o comandante José Valente.
No local estiveram ainda a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) do Hospital de Aveiro, além da GNR.
O presidente da Câmara de Coimbra, Manuel Machado, admite a necessidade de, durante a noite, ser necessário abrir os diques da bacia do Mondego, para conter a subida das águas do rio.
As previsões apontam para que, durante a noite, volte a chover com intensidade e "não excluímos a possibilidade de ter de abrir os diques", para travar a subida do nível das águas no leito do rio, disse à agência Lusa o autarca.
Por isso também a Câmara já alertou as populações ribeirinhas, a jusante de Coimbra, para que "adoptem medidas tendentes a minimizar estragos e se coloquem em posições seguras, desde logo a si próprias, bem como animais e bens que possam sofrer danos".
Mas mesmo sem a abertura dos diques fusíveis, aliviando o leito do rio pelo espraiamento da água, há possibilidade de inundações, se a chuva voltar a cair durante a noite com a mesma intensidade com que se fez sentir durante o dia, sublinhou Manuel Machado.
O recurso aos diques de segurança será adoptado, no entanto, de modo a minimizar tanto quanto possível os seus efeitos, no Baixo Mondego, considerando, designadamente, "tanto quanto possível, as marés, salientou o presidente da Câmara de Coimbra e responsável pela Protecção Civil municipal.
"A situação está difícil", mas todas as entidades envolvidas estão a actuar de forma coordenada, assegurou Manuel Machado, referindo que "já foi pedido o reforço de meios público e privados" para "socorrer, na medida possível, a todas as situações".
Ao longo do dia de hoje o mau tempo fez-se sentir em toda a região Centro, especialmente na zona da bacia do Mondego, sendo Coimbra uma das áreas mais afectadas, com o Mosteiro de Santa Clara-a-Velha a ser de novo inundado pelas águas do Mondego, que submergiram também as esplanadas do Parque Verde e ameaçaram a localidade de Cabouco, nas margens do rio Ceira.
A Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) registou, até às 20h00, um total de 580 situações devido ao mau tempo, a maioria inundações e deslizamentos de terras.
Segundo informações prestadas à Lusa pelo Comando Nacional de Operações de Socorro da ANPC, os distritos mais fustigados são Coimbra (com 129 situações reportadas), Aveiro (102) e Porto (84).
Inundações (291), deslizamentos de terra (107), limpeza de vias (96), quedas de árvores (58), quedas de estruturas (24) e salvamentos (quatro) foram os casos registados.
De acordo com a ANPC, 95% das estradas cortadas, devido a cheias e inundações, são municipais.
O mau tempo obrigou também à interrupção da circulação de comboios na zona de Estarreja e Alfarelos, na linha do Norte.
Ao todo, entre as 00h00 e as 20h00 de hoje, estiveram envolvidos 1.910 operacionais, entre bombeiros, elementos da Protecção Civil e agentes da GNR, apoiados por 773 viaturas.