12 fev, 2016 - 18:15 • Pedro Azevedo
Fernando Santos é o engenheiro do apuramento da equipa portuguesa para o Europeu de 2016. Ganhou todos os jogos oficiais desde que assumiu o cargo de seleccionador nacional e a selecção apurou-se sem a necessidade do recurso à calculadora. O contrato de Fernando Santos é válido até Julho mas o seleccionador está disponível para continuar. “Tenho uma relação muito forte com o presidente. Apostou em mim atravessando-se com um treinador que tinha oito jogos de castigo. Vamos decidir no momento certo. Não tem que ser antes do Europeu. Não há prazos. Estou disponível para continuar sempre. Qualquer treinador gostava de ser seleccionador nacional”, declara Fernando Santos, em entrevista à Renascença.
Sobre as aspirações de Portugal no campeonato da Europa, Fernando Santos recusa descer a fasquia. “Quero ganhar o campeonato da Europa em França e as pessoas acreditam. Nos últimos 20 anos não me lembro da selecção assumir uma candidatura ao Europeu. Portugal é candidato mas não é favorito devido ao histórico. Espanha, Alemanha, França e Itália são as candidatas naturais. Portugal nunca ganhou. Por essa razão não é favorito”, argumenta.
Reserva do centro de estágio até ao dia seguinte à final de Paris
Fernando Santos está confiante numa boa prestação da selecção nacional no europeu desde o dia em que assumiu o cargo de seleccionador. “Fizemos a reserva do centro de treinos de Marcoussis, em França, muito antes de garantirmos a qualificação para o europeu. E a reserva está feita até ao dia seguinte da final. A dúvida é saber se vamos dormir lá ou se vamos festejar com os portugueses cá. É o que nós queremos. Agora o que vai acontecer, não sei”, ressalva.
Ter Ronaldo
A presença de Ronaldo na selecção portuguesa, não garante o sucesso da selecção no Europeu de 2016. “Ter o melhor do mundo é muito importante mas não chega. Se conseguirmos equilibrar em relação aos adversários a organização, paixão, vontade, determinação e trabalho técnico e táctico, a qualidade dos jogadores pode marcar a diferença. Mas a qualidade por si só não é suficiente”, enfatiza o seleccionador nacional.
Pistas para a convocatória
Dos nomes de jogadores que nunca foram convocados e que têm sido apontados à equipa das quinas, destaca-se Renato Sanches. Fernando Santos pouco acrescenta sobre o tema. “Conheço bem todos os jogadores e tenho a noção exacta dos 30 ou 35 que estão na porta de poder jogar no campeonato da Europa e é precoce fazer uma avaliação”. Renato Sanches? “Faz parte desse lote. Mas a convocatória é um puzzle que não se pode construir já porque a esta distância ainda pode acontecer muita coisa. A minha selecção não está fechada. Está sempre aberta”, sublinha.
Bulgária e Bélgica, em Março
Nos jogos de preparação com Bulgária e Bélgica, nos dias 25 e 29 de Março, Fernando Santos explica objectivos. “Vou testar a equipa para tentar perceber, o que tenho que alterar para melhorar, para que em França possa ser campeão. Estes dois jogos são muito importantes”, sublinha.
Fora desses dois jogos de preparação estão Fábio Coentrão e Tiago. “Tiago vai parar cinco a seis semanas e não é tão grave como se pensava inicialmente. É um jogador que estará em condições de ser convocado tal como o Tiago. Vamos ver a evolução deles”, refere.
Preferência pela Renascença
Fernando Santos foi uma das personalidades que passaram pela Renascença em dia de Open Day. O seleccionador declarou a sua preferência na rádio. “A rádio é algo que me marcou sempre muito. Quem se interessou pelo fenómeno desportivo muitas vezes foi levado aos jogos através da rádio. A Bola Branca é algo que marca quando se está no futebol e a mim marca mais porque a minha rádio (e peço desculpa às outras) é a Renascença”, revelou.