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Mário Centeno esconde o jogo sobre recenseamento da Função Pública

13 fev, 2016 - 09:00 • João Carlos Malta

O último, garantiu o ministro das Finanças, é de 2005. Mas o Estado tem dados de Setembro de 2015. As Finanças não esclarecem a que se deve a aparente contradição. Dizem apenas que estudo sobre 35 horas estará concluído até finais de Março.

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O ministro das Finanças foi na quarta-feira ao Parlamento dizer que é necessário fazer um recenseamento na Função Pública. Mário Centeno lamentou a falta de informação fina sobre os funcionários, tal como existe no sector privado. Há, contudo, dados recentes da Direcção-Geral de Direcção-Geral da Administração e Emprego Público (DGAEP) sobre o número de empregados, entradas ou saídas e remunerações no Estado.

A discussão na Assembleia da República na audição parlamentar na quarta-feira tinha como pano de fundo a reintrodução das 35 horas na Função Pública.

Que dados pretendia ter ao dispor Mário Centeno e não tem? O mais recente relatório da DGAEP, com dados referentes a Setembro de 2015, aponta o número de funcionários existentes (cerca de 650 mil), a redução que ocorreu na variação entre trimestres e até o ministério que mais contribui para essa redução (Ensino Superior e Ciência). Há ainda dados precisos sobre remunerações.

Apesar da existência destes dados, o ministro anunciou que o Governo pretende aprovar uma resolução para fazer um levantamento dos funcionários públicos (o último, afirmou, é de 2005) que possa ser disponibilizado a todos os serviços, “para o bem do serviço público e dos serviços orçamentais do Estado”.

Para saber que dados faltam ao ministro das Finanças, a Renascença enviou um conjunto de questões a Mário Centeno:

  • O ministro Mário Centeno conhecia ou não estes números da DGAEP?
  • Se sim, que recenseamento é necessário fazer além do já existente?
  • Quem o irá realizar?
  • Quais os objectivos desse recenseamento?
  • Faz parte dos planos avançar com algum estudo do impacto da redução para as 35 horas em cada um dos serviços? Antes ou durante a aplicação da medida?
  • O ministro garantiu ainda que houve um aumento das horas extraordinárias com o aumento para as 40 horas. Em que dados se baseou para o afirmar? Podem disponibilizar esses valores?

A estas questões, a Renascença não obteve resposta detalhada. Apenas uma nota genérica do gabinete ministerial, enviada por e-mail: “Está em curso um levantamento exaustivo do impacto da redução do horário de trabalho para as 35 horas, em todos os sectores e organismos da administração pública. Este levantamento estará concluído até finais de Março.”

Durante a audição parlamentar, o ministro lamentou a falta de informação sobre os funcionários públicos, dizendo que não há nenhum estudo no Estado sobre o aumento das 35 horas para as 40 horas por semana, uma decisão do anterior Governo e que o executivo socialista se prepara para reverter.

Segundo Centeno, desde Outubro de 2012, quando entraram em vigor as 40 horas, o número de horas extraordinárias aumentou.

Comentários
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  • DR Xico
    15 fev, 2016 Lisboa 14:34
    Funcionários publicos a +?? só se for em algumas Câmaras municipais, onde os partidos distribuem lugares para os seus boys que em concurso, Cuidado é ke depois quando forem ás finanças não há +pessoal ...
  • Isaías
    14 fev, 2016 Israel 14:22
    Foi " a Malta " quem censurou o meu comentário? AH!! Bem me parece. A Malta, gente de baixa reputação, não aceita comentários de gente que defende a verdade e só a verdade. Converte - te . Desejo - te um bom Domingo, um bom dia de conversão .
  • José Carvalho
    13 fev, 2016 Cascais 12:46
    Ao cilindrarem-se as primeiras chefias todo o controle e muita disciplina foram anulados . Não admira agora que seja assim . Trabalha quem quer , param e faltam os do costume. Tardará saber-se quando mudará e se mudará para melhor. - A propósito , quantos deles estarão isentos de IMPOSTO SOBRE COMBUSTIVEIS pelo " direito " a uso de milhares de carros do Estado ?
  • mrsrosa55
    13 fev, 2016 Amadora 12:33
    O aumento do recurso a horas extraordinárias é uma aberração, seja no setor público seja no privado, tendo em consideração o enorme número de desempregados em Portugal, muito superior ao que mostram as estatísticas oficiais. Assim, só deveria ser possível por lei que se fizessem horas extraordinárias em casos muito pontuais: quando houvesse um acréscimo pontual do volume de trabalho ou quando não existissem de imediato profissionais disponíveis para o exercício dessas funções. Porém, as empresas têm também a obrigação de formar com antecedência o pessoal que prevêem vir a necessitar para funções específicas cuja habilitação não se obtém no sistema escolar e há muitos casos em que assim é. Infelizmente, o governo anterior fez precisamente o contrário: promoveu o recurso à pratica das horas extraordinárias, baixando o seu preço e criando o conhecido banco de horas em que nem sequer há nada a pagar pela entidade empregadora, que mais tarde concede o tempo exigido ao funcionário quando a empresa entende, tempo esse que é desperdiçado pelo trabalhador porque a família não o pode aproveitar para o gozo de férias ou simplesmente visitar em conjunto os familiares.
  • Manel Alentejano
    13 fev, 2016 Évora 12:27
    Isto é tudo é conversa da Treta "para ir passando..." depois de saberem quantos são...que importa isso? muda alguma coisa? Quando for para pagar, se o dinheiro em caixa não chegar, aumentam-se mais uns Impostos, qual é o problema? Os Portugas que trabalham, mas TRABALHAM mesmo, irão pagá-los!!!! 35Horas? Para os FP (força Corporativa Activa em Portugal) o resto é paisagem (vejam as UGTs/CGTPs + o tal TC, quem é que eles defendem mais?) mais alguns trabalhadores em Portugal, têm algo a reivindicar? Não! Só os Funcionários Públicos...mais alguns trabalhadores em Portugal, têm direitos Constitucionais? Não! só os FP.... o resto é paisagem, que se procura manipular com as mais diversas formas de Propaganda e Marketing (da qual os Média são servidores, na falta de discernimento Profissional em filtrar as Noticias...E CLARO, NISTO TUDO OS NOSSOS POLÍTICOS SÃO OS ACTORES PRINCIPAIS, e o PS é o MESTRE!!!!!
  • joão fazendeiro
    13 fev, 2016 Almas de Freire 12:20
    Além da descrição da notícia, também o título se mostra bastante tendencioso. Um orgão de comunicação social com o peso da responsabilidade da Renascença, visto ainda o seu cariz católico, entendo que deveria ser mais isenta relativamente aos poderes instituídos. Por exemplo, se o último levantamento do número de funcionários públicos é de 2005, porque razão em todos estes anos não colocou a pergunta aos governos anteriores de qual o número de fp e, este ministro porque quis esclarecer essa questão, é acusado de "esconder o jogo" como se de um qualquer mafioso se tratasse? Mantenham a v/ distância ou pretendem voltar ao tempo da perseguição das bruxas?
  • José
    13 fev, 2016 Sintra 12:04
    Que não se lembre o ministro de fazer um - basta um! - orçamento de base 0(zero). Então é que caía o Carmo e a Trindade... Saber quem faz o quê, tipo de contrato, quanto recebe, etc, etc. Mais, saber quanto se gastou em estudos, qual a utilidade, etc, etc. Haja coragem que se poupa muito, mas muito, dinheiro!
  • Jorge
    13 fev, 2016 Maputo 11:58
    Mais do mesmo, antes de irem para o poleiro prometem, prometem e depois só mentiras, começam os assaltos aos contribuintes e a continuação da destruição do Pais. Senhores Políticos aonde irão buscar dinheiro quando acabarem com o pouco que falta?
  • Pedro
    13 fev, 2016 Porto 11:56
    Então o Pedro Passos Coelho sempre revelou tudo o que ia fazer? jogo escondido na sobretaxa? na duração dos cortes? se o tivesse feito não teria chegado a primeiro ministro. O artigo diz que o "patrão" sabe quanto paga mas pelos vistos querem mais detalhes. É verdade que nas estatísticas que alguns adoram passam despercebidas algumas situações irregulares que devem ser corrigidas no terreno.
  • lv
    13 fev, 2016 Lisboa 11:54
    A renascença, mais parece um esgoto a céu aberto!

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