12 fev, 2016 - 11:35 • Hugo Monteiro
O ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, apresenta, esta sexta-feira, o plano de investimentos ferroviários para o período entre 2016 e 2020, que tem por meta "melhorar a mobilidade dentro do país.
"O plano pretende, certamente, melhorar a mobilidade dentro do país, mas apostar, sobretudo, no transporte de mercadorias a partir e para os nossos portos, e, também, no transporte internacional de mercadorias”, avança o ministro, em entrevista à Renascença.
O programa, que conta com um apoio da União Europeia de mil milhões de euros, faz "uma aposta clara nos dois corredores internacionais de mercadorias - o Norte e o Sul-– com a Linha da Beira Alta e com a ligação do Porto de Sines à Europa, com investimentos que visam melhorar a capacidade dos comboios que transportam mercadorias”, sublinha Pedro Marques.
O ministro sublinha o facto do plano criar, no imediato, “postos de trabalho na fase de construção”, a que se junta “uma criação de competitividade para o país, para as empresas portuguesas exportadoras”.
Pedro Marques destaca ainda que, tecnicamente, as alterações que serão efectuadas, vão permitir que a linha férrea portuguesa “fique preparada para a actual bitola (a bitola ibérica), mas, também, ficará preparada para uma rápida mudança para a bitola europeia”, quando essa transformação ocorrer, na totalidade, no lado espanhol da fronteira. “É uma solução flexível, concordante com o avanço que venha a ocorrer do lado espanhol”, salienta Marques.
Projecto Aveiro-Vilar Formoso é fundamental
De acordo com o Ministério do Planeamento, no corredor internacional norte, um dos destaques é o projecto Aveiro-Vilar Formoso, uma obra que custará cerca de 56 milhões de euros e deverá estar concluída no último trimestre de 2020. Este corredor visa melhorar a ligação ferroviária entre os portos do norte/centro e a fronteira de Vilar Formoso, promover a interoperabilidade ferroviária com a rede espanhola e a europeia e reduzir os custos de operação da Infraestruturas de Portugal (IP) da ordem dos 500 mil euros por ano.
Já no corredor internacional sul, o plano visa assegurar a ligação ferroviária entre os Portos do sul do país e a fronteira do Caia. Entre as principais intervenções, destaca-se o projecto de redução do tempo de trajecto dos comboios de mercadorias entre Sines e Elvas/Caia em cerca de 1h30 e a utilização de tracção eléctrica em todo o trajecto. Os projectos do corredor internacional sul permitirão um aumento das receitas anuais da IP em 3,60 milhões de euros.
O Plano de Investimentos Ferroviários 2016-2020 abrange ainda a Linha do Norte, cujo objectivo é melhorar a ligação ferroviária do eixo Atlântico de Portugal com a Europa, que entre outros aspectos, vai permitir reduzir em cinco minutos o percurso entre Lisboa e Porto e os custos anuais da IP em 3,30 milhões de euros.