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Dia histórico para a ciência

Einstein tinha razão. Ondas gravitacionais detectadas pela primeira vez

11 fev, 2016 - 15:34 • Ricardo Vieira com Reuters

Descoberta abre a porta a uma nova maneira de observar o cosmos e pode ajudar a compreender alguns dos enigmas do Universo.

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Dois minutos para ficar a saber o que são ondas gravitacionais
Dois minutos para ficar a saber o que são ondas gravitacionais

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É um dia histórico para a ciência: as ondas gravitacionais previstas por Albert Einstein há um século, em 1916, foram detectadas, foi anunciado esta quinta-feira, em Washington. A descoberta abre a porta para uma nova maneira de observar o cosmos e pode ajudar a compreender alguns dos enigmas do Universo.

Cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia, do Instituto de Tecnologia do Massachusetts (MIT, na sigla inglesa) e do LIGO (Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory) revelaram, em conferência de imprensa, ter registado um sinal correspondente a ondas gravitacionais.

Estas ondas foram emitidas na sequência da colisão de dois buracos negros, um com 36 vezes a massa do Sol, o outro com 29.

Os dois buracos negros foram localizados a 1.3 mil milhões de anos-luz do planeta Terra. O fenómeno pode ser comparado, a uma outra escala, com as pequenas ondas formadas pela queda de uma pedra num lago. Só que, neste caso, as ondas não se propagam na água, mas através do Universo à velocidade da luz.

A hipótese avançada há 100 anos pelo físico Albert Einstein foi agora confirmada graças a dois detectores de lasers gigantes, instalados no Louisiana e em Washington, nos Estados Unidos.

Ondas gravitacionais fazem "Whoop"

As primeiras ondas gravitacionais foram detectadas no dia 14 de Setembro do ano passado, mas só agora foram reveladas ao mundo.

Os dois detectores de lasers do LIGO trabalham em conjunto na busca das ondas gravitacionais. São capazes de detectar pequeníssimas vibrações provocadas pela passagem das ondas gravitacionais pela Terra.

Depois de registarem os sinais, os cientistas converteram-nos em ondas rádio. O que permite ouvir o som da colisão dos dois buracos negros e “observar o Universo de uma nova maneira", anunciaram os cientistas.

“Nós conseguimos, realmente, ouvi-los chocar. Captámos o sinal que chega à Terra, conseguimos passá-lo para uma coluna e podemos ouvir estes buracos negros a fazer: ‘Whoop’”, explica Matthew Evans, físico do MIT.

Em entrevista à agência Reuters, a astrofísica Nergis Mavalvala, do MIT, considera que "estamos a assistir à descoberta de uma nova ferramenta para fazer astronomia". A Humanidade conseguiu "ligar um novo sentido". Já conseguia ver e agora também consegue ouvir, sublinha a astrofísica.

Albert Einstein propôs a existência de ondas gravitacionais, em 1916, na sequência da sua visionária e famosa Teoria da Relatividade, que apresentava a gravidade como uma distorção do espaço e tempo desencadeada pela presença de matéria.

Comentários
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  • João Rainha
    11 fev, 2016 V. N Sto Andre 23:34
    Tanga, é quando não se percebe de "Fisica" e se manda bitaites!
  • Josué Eduardo
    11 fev, 2016 Porto 22:37
    Tanga.
  • César
    11 fev, 2016 Bragança 21:36
    O que é o tempo e o espaço?
  • João
    11 fev, 2016 Lisboa 21:04
    Qualquer onda apresenta frequência e amplitude. Por isso, podem-se simular ondas sonoras a partir de qualquer fenómeno com essas propriedades. Basta transpor esses dois valores para uma simulação sonora e num intervalo perceptível aos nossos ouvidos. Isto significa que se está a simular som a partir de um fenómeno que não produz som. Por exemplo, também se pode simular ao que cada cor soaria, embora a luz, que apresenta igualmente frequência e amplitude, não possa ser ouvida.
  • rosinda
    11 fev, 2016 palmela 20:33
    as televisoes estao a caminhar para um pouço sem fundo qualquer hora do dia serve para falar destes assuntos!Ha jovens que estao em casa sozinhos que os pais foram trabalhar escutam estas barbaridades e acabam por ser encentivados a violencia pela propria televisao !
  • A Carvalho
    11 fev, 2016 Leiria 20:31
    Ondas gravitacionais: De fa(c)to “e gravata”, o tempo, está cheio de buracos negros! Se a humanidade fosse justa… O Universo não tinha tantos buracos negros na mente de muitas pessoas e só através do tempo é que os buracos negros vão desaparecendo nas ondas gravitacionais. Oak
  • rosinda
    11 fev, 2016 oalmela 20:21
    os jovens e as crianças normalmente sao interessados por este tipo de noticia!Penso que sao noticias muito mais importantes !Hoje entrei num estabelecimento comercial encontrei pessoas amedrontadas " tema de conversa roubos mortes e pessoas cortadas as postas!
  • TONI
    11 fev, 2016 Lx 19:46
    Sr homem do futuro é exatamente isto (ciência) que vai contribuir para reduzir o sofrimento humano. Ou prefere o Estado Islamico? Em ciência há a descoberta da verdade e não charlatanice, medo e ignorância pois a natureza é o que é, foi assim que o Universo foi criado seja por quem for. Pode-se não gostar dos calhaus e preferir as rezas mas olhe se fosse a si usava a cabeça para se lembrar como era a vida há 50 ou 100 anos, ou há 2000.... E apesar de preferir a ciência à religião mesmo assim gosto de si.
  • JAFOSTE
    11 fev, 2016 Lisboa 19:40
    Pera aí então Whoop não significa o som a regressar à origem aliás estes buracos não engolem tudo inclusive o som, luz etc nada escapava do buraco negro estou confuso alguém pode explicar melhor ?
  • Carlos Rodrigues
    11 fev, 2016 Lisboa 18:58
    Não pretendo dar resposta ao Sr. Eugénio nem justificar nada mas, é mesmo isso e é assim que somos: temos conhecimentos (que podem ser acima da média) e somos comuns mortais. No entanto, estes cientistas estudam estas "coisas" durante anos, por vezes, durante décadas. Não implica isto que nós não conseguíssemos chegar a este patamar de conhecimento e de investigação mas, para que tal acontecesse, teríamos de frequentar durante alguns anos as universidades, só para podermos entender o que falam. Repito, é mesmo assim, não é fácil, diria mesmo impossível, de falar destes assuntos com uma linguagem ainda mais acessível. Apesar de não entender tudo, considero que é positivo noticiarem estas descobertas.

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