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Durão Barroso alerta para o risco de "guerras generalizadas"

11 fev, 2016 - 09:50

Antigo primeiro-ministro diz que que, por força da globalização, os "Estados já não controlam os acontecimentos, havendo um problema de legitimidade e efectividade". Sobre a Europa defende que congelar Schengen seria uma “vitória” para os terroristas.

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O ex-presidente da Comissão Europeia Durão Barroso alertou para o risco de "guerras generalizadas" face à ausência de "uma ordem mundial definida", defendendo que o melhor modo para "lidar com ameaças à segurança interna é cooperar, trocar informações".

Numa entrevista publicada na revista “XXI”, da Fundação Francisco Manuel dos Santos, a que o “Diário de Notícias” teve acesso, Durão Barroso disse acreditar que "está ainda por construir a ordem política da globalização", e alertou "para o risco de guerras generalizadas".

O antigo primeiro-ministro português considerou que, por força da globalização, os "Estados já não controlam os acontecimentos, havendo um problema de legitimidade e efectividade".

Durão Barroso salientou que o "risco de guerras generalizadas (em que se pode incluir, por exemplo, uma guerra mundial) é uma probabilidade, visto que não está estabelecida uma ordem suficientemente clara nesta era da globalização".

O ex-governante recordou que na actual conjuntura "proliferam guerras regionais, muitas guerras civis", acrescentando que "isto é um grande factor de risco".

Congelar Schengen seria uma “vitória” dos terroristas

De acordo com Durão, o "congelamento dos acordos de Schengen (que permitem a livre circulação de pessoas e bens no espaço europeu) seria a vitória dos terroristas".

No entender do ex-presidente da Comissão Europeia, "o melhor modo de lidar com qualquer ameaça à segurança interna não é fechar fronteiras, é cooperar, trocar informações".

"A Europa deve reforçar a sua fronteira externa, mas é uma completa ilusão e demagogia dizer que se conseguem melhores resultados pelo encerramento de fronteiras internas, ou seja: entre membros da União Europeia", referiu.

Na entrevista, defendeu também um reforço das "secretas a nível europeu".

No que diz respeito à temática da migração, o ex-primeiro-ministro defendeu a política da chanceler alemã, Angela Merkel, salientando que é preciso "distinguir refugiados de imigrantes ilegais".

"É legítimo que os Estados se protejam de imigração ilegal alimentada por redes criminosas ", salientou Durão Barroso.

O ex-governante elogiou também e defendeu a política alemã de "integrar os refugiados, fazer que possam ter uma profissão e evitar guetos", mas alertou para o perigo da xenofobia e o crescimento dos nacionalismos.

"Veja-se o que se passa nos Estados Unidos, onde no campo republicano há um candidato com um discurso populista, xenófobo, com tons racistas, e que lidera as sondagens", lamentou.

Durão disse ainda que os "moderados do islão devem sair da sombra para combater o extremismo".

Comentários
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  • Pedro
    11 fev, 2016 Gaia 16:08
    Afinal não era teoria da conspiração. O Furão Ranhoso já disse ao que vêm os donos disto tudo. A União Europeia (plano Kalergi), os tratados de livre comércio (TTIP) e outras porcarias servem apenas um objectivo: a destruição das nações e das identidades dos povos e a sua transformação em zombies globais consumidores, nómadas sem raízes, sem lealdade a nada, apenas para serem explorados pela elite globalista.
  • António Costa
    11 fev, 2016 Cacém 15:34
    Os Estados já não controlam os acontecimentos...Não? Que graça! Então quem é que PAGA e TREINA os "terroristas", são os "marcianos"? E a última francamente, "os moderados do islão devem sair da sombra para combater o extremismo". Moderados? O Islão é basicamente um conjunto de regras de "direito divino". Se se é Muçulmano cumprem-se as regras do Islão. Se não se cumprem as regras do Islão , não se é muçulmano. Acabou. Onde está o "espaço" para os "moderados"? No Cristianismo há princípios. As regras "pertencem a César". As Leis Cristãs são criadas, mudadas e decididas por pessoas, que as tentam adaptar às novas realidades do dia-a-dia. As regras Cristãs, tentam acompanhar a evolução dos tempos respeitando os Principios Cristãos.
  • jacc
    11 fev, 2016 evora 13:51
    As voltas que o mundo dá .O mordomo da base das lajes principio de tudo o que atualmente esta a suceder preocupado!!! tanta hipocrisia mais um sem vergonha e espinha dorsal
  • Bush
    11 fev, 2016 White house 13:39
    Cala-te, "cherne gordo", rico, e ultra néo liberal, tu que foste um dos mentores da guerra no Iraque!
  • rfm
    11 fev, 2016 Coimbra 12:54
    ... quando se começa uma guerra, nunca se sabe quando acaba e o Sr. (ex/atual) maoista, Durão Barroso deve lembar-se muito bem da triste figura que fez (mais uma) nos Açores ao lado do Aznar, Toni Beir, e o Buch, sobre a necessidade de invadir o Iraque, foi o início. o Senhores faria melhor calado, as suas incongruências temporais já são históricas, por favor, Sr. .Durão Barroso, lágrimas de crocodilo , não, vá fazer novamente companhia ao seu camarada Arnaldo Matos.
  • Joca
    11 fev, 2016 Oeiras 12:17
    Não deixa de ser curioso que um dos participantes na Cimeira dos Açores, que abriu as portas à invasão do Iraque, se mostre agora preocupado com outras guerras. As voltas que o mundo dá.
  • Nazaré
    11 fev, 2016 Porto 11:33
    Quando se recorda tudo o que se passou com o Iraque e Sadam, talvez a primeira das causas de toda esta desgraça que resultou em guerras, terrorismo e nos problemas que para a Europa isso resultou, pergunto se Durão não terá memória do que fez para contribuir para tudo isto.
  • ALBINO COELHO
    11 fev, 2016 FAFE 11:18
    Maldito cherne
  • jose cortes
    11 fev, 2016 Lisboa 10:58
    Ordem mundial definida. Depois digam que é teoria da conspiração. Já nem têm cuidado com as palavras que escolhem.
  • Paulo
    11 fev, 2016 vfxira 10:28
    Não esteve presente na cimeira das lajes com o Bush e com o aval da Inglaterra para invadir o iraque,dar cabo deste país,da sua cultura e do seu povo?

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