10 fev, 2016 - 19:07
A Polícia Judiciária (PJ) anunciou esta segunda-feira a apreensão de fármacos ilegais que poderiam render 2 milhões de euros no mercado.
A operação denominada "Underground Pharma" levou ao desmantelado seis redes nacionais distintas, embora com alguns conhecimentos entre os seus membros.
Foram também desmantelados cinco laboratórios, na margem Sul, na zona Oeste, em Lisboa e no Minho.
Vinte pessoas foram constituídas arguidas, todas de nacionalidade portuguesa, muito jovens, com idades entre os 18 e os 30 anos.
O negócio era muito lucrativo. Só os 750 mil comprimidos e 50 mil cápsulas injectáveis que a Judiciária apreendeu nesta investigação, valeriam dois milhões de euros com uma margem de lucro de 800%.
As matérias-primas e alguns medicamentos já embalados – tudo contrafeito - vêm sobretudo da China a preços irrisórios e são depois vendidos exclusivamente na Internet, para o mercado português, mas também o espanhol.
Em conferência de imprensa, o inspector Manuel dos Santos explicou que o negócio é relativamente simples de montar.
“São locais com algum equipamento, mas não demasiado sofisticado, em que eles sintetizam matérias-primas compradas na internet de uma forma relativamente simples, embora com algum rigor. Rigor esse que não vai ao ponto, sequer, da rotulagem corresponder ao produto que lá está.”
Só uma das redes, com sete pessoas envolvidas, estava a fabricar 100 mil comprimidos por semana.
Qualquer pequena divisão de um apartamento permite fabricar e embalar estes produtos e a mão-de-obra não tem que ser especialmente qualificada.
“Existem indivíduos que têm conhecimentos e alguma preparação específicos para lidarem com este tipo de produtos, com balanças, pesagens e máquinas. Não estamos a falar de uma organização que tenha, por exemplo, engenheiros químicos a trabalhar para eles. Vão buscar as fórmulas à internet”, refere o inspector Manuel dos Santos.
A Polícia Judiciária dá por concluída esta investigação que começou em 2012, propondo ao Ministério Público que acuse os 20 arguidos de corrupção de substancias medicinais e tráfico de substâncias proibidas.