02 fev, 2016 - 19:45 • João Carlos Malta
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O presidente da Associação de Empresários da Região de Lisboa comenta o projecto da nova 2ª Circular de forma taxativa. “Faz-se o bonito quando há dinheiro, quando não há deixa-se estar o que existe”, afirma à Renascença António Ferreira Carvalho.
Quando a Renascença o contactou, esta terça-feira, Ferreira Carvalho ainda estava convencido que o projecto da autarquia para a 2ª Circular previa a redução de uma faixa de rodagem. Mas, mesmo ao saber que não haveria menos vias em cada um dos sentidos, não alterou o tom crítico para com o projecto em que a autarquia vai investir dez milhões de euros.
“Para deixar as três faixas e só pôr lá as árvores no meio, este projecto é perfeitamente dispensável, ainda para mais num país pobre como o nosso. A vantagem que vai trazer? Só desvantagens”, evidencia o líder da associação empresarial, que agrega mais de 700 associados.
"Para quê mexer?"
Ferreira Carvalho defende ainda que “pôr árvores na 2ª Circular é uma despesa" incompreensível. “Pôr bonito, eu acho lindo, mas isso é quando há muito dinheiro, o que não é o caso. É despesismo. Há muita obra para fazer na cidade para resolver os problemas actuais, não é preciso criar outros”, acrescenta.
Já a redução da velocidade naquela via dos actuais 80 quilómetros por hora para 60 km/h não é criticado pelo líder dos empresários da região de Lisboa. E a questão da velocidade leva-o novamente a dizer que o projecto é completamente desnecessário. “Para quê mexer em algo que não funciona mal? As coisas como estão estão bem”, argumenta.
Para António Ferreira Carvalho, planos como este dão a entender que a Câmara de Lisboa “tem dinheiro a mais”. “Será que não podem gastar noutras coisas que são necessárias? Há coisas que não se percebe."
O projecto de remodelação da autarquia para a 2ª Circular será novamente discutido na Assembleia Municipal marcada para a próxima quarta-feira, 10 de Fevereiro. A consulta pública terminou na última sexta-feira.