Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Deficientes motores pagam estacionamento no hospital de Gaia

29 jan, 2016 - 18:22

“O facto de ser deficiente físico não quer dizer que não tenha capacidade para pagar”, diz a administração.

A+ / A-

O Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho assumiu esta sexta-feira que desde Outubro as pessoas com deficiências motoras passaram a pagar parque de estacionamento, porque “incapacidade física não significa insuficiência económica”.

“O facto de ser deficiente físico não quer dizer que não tenha capacidade para pagar”, disse à Lusa Belmiro Rocha, vogal do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Gaia.

Para o responsável, “ser deficiente físico não significa ser insuficiente económico” pelo que desde que o parque de estacionamento do hospital foi concessionado no ano passado que todos, sem excepção, estão sujeitos ao pagamento, embora com os “primeiros 15 minutos gratuitos”.

Belmiro Rocha lembrou que efectivamente, antes da nova gestão do parque “as pessoas com incapacidade não pagavam”, mas explicou que “tal era uma excepção” porque não existiam lugares de estacionamento específicos para deficientes mais próximos das unidades de saúde.

“Aquilo era uma míngua para as dificuldades que tínhamos”, recordou.

Com as obras no centro hospitalar, foi necessário entregar a construção e gestão de um novo parque a uma empresa privada que criou mil lugares de estacionamento, “25 dos quais para pessoas com incapacidade que estão distribuídos nos diversos pavilhões”.

“Não queremos criar uma situação de exclusão das pessoas. Têm o acesso garantido. Tinham antes quatro lugares, passamos a 25 lugares”, realçou o responsável, reiterando que “ser deficiente físico não significa ser insuficiente económico” e “até pode ter bens”.

Belmiro Rocha frisou que “de acordo com a legislação” foram criados os “lugares em proximidade dos pavilhões” para pessoas com incapacidades, mas garantiu que “ao fim de um ano de utilização” do parque será feita uma avaliação sobre “se será necessário alguma alteração ao contrato inicial” com a empresa com a concessão.

O vogal do Conselho de Administração do Centro Hospitalar de Gaia reagiu desta forma ao alerta de um utente que relatou esta sexta-feira à Lusa que “os deficientes motores sem alternativa” são agora “obrigados a pagar estacionamento”, o que antes não se verificava.

Vitor Cardoso contou que numa visita ao hospital, e “ao contrário da norma habitual”, foi “obrigado a pagar o estacionamento” depois de lhe ter sido informado que para a empresa privada agora a gerir o parque “os deficientes motores não representam nenhum grupo de excepção”.

“Ora, sendo o parqueamento automóvel fora do hospital muito longe das instalações hospitalares, resulta que os deficientes são obrigados e sem alternativa a estacionar dentro do hospital”, criticou o utente para quem a situação é uma “vergonha” e mais uma “barreira criada aos cidadãos com dificuldades especiais”.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+