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Entrevista

Ex-advogado de Sócrates afirma que atraso na acusação é mau, mas habitual em Portugal

27 jan, 2016 - 00:20 • Raquel Abecasis

Daniel Proença de Carvalho lamenta que casos como este se arrastem na justiça portuguesa sem nenhuma consequência.

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Ex-advogado de Sócrates afirma que atraso na acusação é mau, mas habitual em Portugal

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A investigação da “Operação Marquês” é mas um triste episódio da justiça portuguesa, acusa Daniel Proença de Carvalho, ex-advogado de José Sócrates, em entrevista ao programa “Terça à Noite” da Renascença.

"Só posso achar que é negativo, mas a mim isso não me surpreende porque, ao longo destes anos, esse é o comportamento habitual do nosso sistema de justiça."

Daniel Proença de Carvalho lamenta que casos como este se arrastem na justiça portuguesa sem nenhuma consequência.

"Os prazos de inquérito devem ser prazos peremptórios, ou seja, há um momento para investigar e esse momento pode se maior ou menor, mas uma vez esgotado esse prazo, o Ministério Público só tem duas hipóteses: Ou tem elementos para acusar, ou então deve arquivar o processo.”

“Porque não é admissível que qualquer cidadão possa ficar por tempo, por vezes, indefinido numa investigação em que é suspeito, até foi declarado arguido, mas depois não se segue nenhuma acusação", afirma Daniel Proença de Carvalho.

O advogado acusa também o Ministério Público de procurar crimes, em vez de investigar crimes, como acontece no caso Sócrates.

"É claro que, porventura, o Ministério Público não pode investigar tudo. Pois não, não pode, não há meios, nunca haveria meios, nenhuma polícia do mundo tem meios para investigar tudo e, nomeadamente, muitas vezes, investigar nem sequer a existência de crimes, porque em Portugal muitas vezes o que se investiga é à procura de crimes.”

É o que se passa no caso em que José Sócrates é arguido? “Parece que em parte também e isso. Não se parte da existência clara de um crime para investigar quem foram os seus autores", responde Proença de Carvalho.

Comentários
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  • Burro sou Eu
    27 jan, 2016 Algodres 18:04
    Este Proença e o Júdice (entre outros), são duas das criaturas que mais têm mamahdo do Estado à mais de 30 anos (em terra de cegos...quem tem um olho é rei)!
  • O Tuga
    27 jan, 2016 Lx 17:20
    Tem razão Dr. Daniel, a justiça portuguesa chegou a um estado em que chafurdice entre políticos, banqueiros, "patos bravos", magistrados e até sucateiros se tornou insustentável. Resta o quê? Esperar apaticamente que se faça justiça ou talvez em breve, se nada mudar, termos de vir nós a fazê-la?
  • lagidiv
    27 jan, 2016 Almada 14:48
    Pois é, mas a trampa continua, e cheira tão !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
  • Silva
    27 jan, 2016 Lisboa 14:22
    Bem lá vai mais um dinheirinho entrar na conta do Sócrates
  • jv
    27 jan, 2016 açores 13:29
    Nem mais, tudo o resto faz parte duma novela, com os maus e os vilões, ao gosto e preferências dos telespectadores. No entretanto alguém, um cidadão, já foi condenado, antes de ser julgado, na praça pública, com a agravante de que, quem o fez, veio de todas os quadrantes da sociedade inclusive de magistrados.
  • kadim
    27 jan, 2016 POMBAL 13:06
    Paguem ja uma compensacao ao Sr ai SSSeeeNNOURRRI com as reformas dos velhos

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