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Proença de Carvalho: "Será quase um milagre se o Governo chegar ao fim"

26 jan, 2016 - 23:53 • Raquel Abecasis

Em entrevista à Renascença, o advogado acredita que Marcelo Rebelo de Sousa é o Presidente da República ideal.

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Proença de Carvalho: "Será quase um milagre se Governo chegar ao fim"

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As exigências que o Governo de António Costa tem pela frente são muito grandes e é praticamente impossível cumpri-las com o actual apoio parlamentar, defende o advogado Daniel Proença de Carvalho, em entrevista ao programa “Terça à Noite” da Renascença.

"A situação é muito difícil. Eu diria que quase seria um milagre que as coisas corressem bem, até ao fim, com este Governo", afirma o advogado.

"Conseguir conciliar as necessidades de rigor financeiro, de apoio ao crescimento económico, de confronto com as entidades europeias, que de certa maneira supervisionam o nosso comportamento financeiro e económico e, ao mesmo tempo, também manter o apoio dos partidos [Bloco de Esquerda e PCP] que, como todos sabemos, têm programas e posições muito diferentes daquilo que deve ser o futuro do país, é um exercício extremamente difícil. Se o primeiro-ministro, António Costa, conseguir ter êxito perante esta conjuntura, eu diria que ele revelar-se-á um político de grande dimensão, pelo menos táctica", sublinha Proença de Carvalho.

A agravar esta situação, diz Proença de Carvalho, está o impacto nos investidores estrangeiros da decisão de passar para o "BES mau" as obrigações seniores do Novo Banco.

"Decisões desse tipo têm um impacto enorme na confiança que os investidores internacionais têm no nosso país que já é fraca, e isto abalou muito essa confiança. Este fenómeno foi um factor extremamente negativo que abalou muito a confiança", afirma o presidente do conselho de administração do grupo Global Media, dono do "Jornal de Notícias" e da TSF, entre outros meios de comunicação social.

"Marcelo, o Presidente ideal"

Estas são razões mais do que suficientes para que o homem que foi director de campanha de Freitas do Amaral, em 1986, considere que Marcelo Rebelo de Sousa, que ganhou as eleições presidenciais de domingo, é o homem certo no momento certo.

"Marcelo Rebelo de Sousa, nesse aspecto, também é o Presidente ideal, porque está numa posição que lhe permite ser um verdadeiro árbitro, verdadeiro juiz de como o Governo vai comportar-se e a oposição também.”

Proença de Carvalho defende que Marcelo “tem uma posição de grande independência para avaliar, em cada momento, o que é mais importante é melhor para o país”.

“Se apoiar o actual Governo, se amanhã este Governo perder o apoio parlamentar, qual é a solução melhor, se é novas eleições, se é procurar outra composição no actual quadro parlamentar e, portanto, tem ao seu dispor um leque de possibilidades que se lhe abre e que se ele tiver e terá, com certeza, autoridade - e independência não lhe falta - para poder construir essas novas soluções caso venha a ser necessário", conclui Daniel Proença de Carvalho.

Comentários
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  • ver para crer
    31 jan, 2016 Santarém 19:03
    Pois as opiniões do senhor Proença de Carvalho parecem não criar grande simpatia perante os comentadores o problema é que também os nossos governantes poderão não criar empatia com os nossos credores e como no final são estes sempre a ditar as leis até porque se sentem no direito de reaver o dinheiro emprestado é de facto muito possível que muita gente agora também convencida de que as dívidas não serão para pagar venham daqui a algum tempo ter mais alguma surpresa desagradável com mais um apertar do cinto como certos senhores de determinada ideologia política já nos habituaram.
  • antonio figueiredo
    31 jan, 2016 Lisboa 09:55
    É triste ler estes comentários todos ! Assim vai Portugal caindo cada vez mais de pressa num poço sem fundo !!! São como o teimoso a afundar-se, já a afogar-se e ainda com as mãos fora de água a teimar,fazendo gestos com o polegar e dizendo : mata piolho, mata piolho , mata piolho !!! Realmente, com mentalidades destas... só por milagre não iremos fazer companhia à Grecia muito brevemente !!!
  • JMartins
    27 jan, 2016 Porto 10:39
    O Presidente ideal para mim seria o Tino de Rans. E isto porquê? Primeiro porque, eu sou um interesseiro que só olho para o meu nariz e faço tudo aquilo que é do meu interesse sem querer saber dos interesses ou necessidades de terceiros( tal e qual a maioria deste povo, que só tem atitudes mais ou menos razoáveis e simpáticas lá por vésperas do Natal); e segundo, porque aqui a rua em frente está cheia de buracos, e que por vezes lá vem 10 homens para os tapar mas só um é que trabalha, e no dia seguinte vem uma chuvada e os buracos reaparecem maiores do que os anteriores. É para isso que queria o Tino de Rans, para me calcetar a rua aqui em frente.
  • passado adiado
    27 jan, 2016 lisboa 09:16
    ao fim ele chega - todos chegam ao fim, agora ninguém adivinha é quando. convenhamos, qualquer político tuga tem duas excelentes caracteristicas: é um bom vidente e um óptimo homem de negócios . . .
  • rodri
    27 jan, 2016 caminha 09:00
    Lá está mais um cavaleiro da desgraça, que por ele acabava já com este governo. Os interesses dele e seus sócios deve estar em risco. E das mentiras e trafulhices que o anterior governo disse e fez, nunca deste senhor ouvi nenhum comentário. É falar por falar. Diz, disparates, porque não sabe dizer nada melhor, ou está ao serviço de algum interesse....
  • AP
    27 jan, 2016 Portugal 08:25
    Gastam-se palavras nas décadas, queima-se retórica para explicar a engrenagem política que na verdade é uma fantochada. Ninguém tem a coragem de explicar à malta que seja qual for a ideologia, alaranjada, amarelada, azulada ou lilás às pintas, todos terão que fazer o mesmo, todos são exactamente iguais, nas promessas e no seu incumprimento, no tamanho do ego monstruoso de quem as vocaliza. A nossa política interna tem que fazer continência com as bébias do cuzinho bem apertadinhas ao centro da Europa. A Europa é muito nossa amiga: empresta dinheiro a rodos para lhe comprarmos Audis, BMW's e Mercedes, dinheiro que pagamos com juros altos. Como não conseguimos pagar vem apontar-nos então o dedo e chamar-nos "gastadores" e espetar-nos ainda mais juros. Os azuis alarajados às pintas ajudam à festa e dizem-nos que somos piegas ou que temos que tornar o país mais pobr.. mais próspero! Nós que somos tolinhos, vamos queimar a nossa frustração em comentários na internet ou nos Facebuques, no mundo virtual porque fomos educados que somos muito evoluídos e modernos. O virtual é connosco! O real, que é o que nos mete o pãozinho no bucho , é dominado assim pelos azuis alaranjados às pintas que dão pulos de vitória com sorrisos grandes e rasgados enquanto alargam mais um furo no cinto. E quando vemos notícias do tipo "diferença entre ricos e pobres cada vez maior" ficamos pasmados, inertes, a sonhar que um dia também vamos ser ricos esquecendo hoje isso só se consegue à custa dos outros.
  • Manel Fernandes
    27 jan, 2016 Alverca 08:22
    Pode ser que se acabem as vossas velas, e se cansem de tanto rezar São no entanto preocupante os desejos destes patriotas, apenas por questões ideológicas, não os vi preocupados com a posição irrevogável..
  • GENEBRINO
    27 jan, 2016 GENEBRA 08:19
    " Marcelo o Presidente ideal " Francamente, que grande surpresa !!! Para os Fascistas sem dúvida. o ideal ...
  • maria miranda
    27 jan, 2016 Porto 08:01
    infelizmente Sr. Dr. Proeça de Carvalho , por quem tenho uma grande simpatia e respeito, é assim porque nunca fizeram frente a este tipo de coisas, não sei se é por conveniência , ou não, as elites devem muito á sociedade por tranquilamente deixa passar esta forma de fazer investigação em Portugal.
  • rosinda
    27 jan, 2016 palmela 01:02
    e dificil senhor careca!

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