Tempo
|
A+ / A-

Nova lei do asilo na Dinamarca. "Não vale cada um por seu lado”, diz Carlos Coelho

26 jan, 2016 - 11:54 • Sérgio Costa

Nova lei do asilo na Dinamarca prevê o confisco de bens aos refugiados. O eurodeputado do PSD acredita num recuo de Copenhaga, mas insiste no que diz ser a necessidade de restrições na atribuição de fundos comunitários para os estados que limitem o acolhimento de refugiados.

A+ / A-

O eurodeputado social-democrata Carlos Coelho tem a expectativa de ver a Dinamarca recuar em alguns pontos da reforma da lei do asilo.

Carlos Coelho, que esteve, nas últimas horas, reunido com representantes do governo de Copenhaga, diz à Renascença que saiu do encontro com um misto de algum optimismo e preocupação.

"Admito que possa haver um recuo em alguns pormenores, sobretudo, no que diz respeito à apreensão de anéis e objectos de arte que tenham relevante valor afectivo”, confessa o eurodeputado, lamentando que Copenhaga mantenha a intenção de confiscar dinheiro.

O parlamentar eleito para Estrasburgo pelo PSD sublinha como positivo o facto da Comissão Europeia manifestar vontade de averiguar a conformidade das decisões da Dinamarca com o direito comunitário. Importa aguardar porque Bruxelas “não pode agir com base em intenções" e, por isso, "terá que aguardar pelas decisões do parlamento dinamarquês”.

Carlos Coelho diz ser real o risco de colapso do sistema de asilo europeu, mas afasta responsabilidades das instituições europeias. Para o eurodeputado, “as decisões foram bem tomadas”, mas há “falta de vontade dos Estados-membros de colaborar lealmente com o sistema”.

Coelho identifica a falta de coragem de governos, pressões da extrema-direita e sinais de xenofobia como principais entraves. A iniciativa da Dinamarca, diz, “prova isso mesmo: há países que em vez de procurarem uma solução europeia, comum, preferem fechar-se em soluções nacionais de legalidade duvidosa”.

Na opinião do eurodeputado, a pressão da opinião pública será determinante para inverter este cenário. É neste quadro que Carlos Coelho insiste numa ideia já expressa em declarações à Renascença: restringir a atribuição de fundos comunitários para os estados que limitem o acolhimento de refugiados.

Para o deputado europeu, um Estado que se recusa colaborar neste esforço de recolocação de refugiados não pode pedir aos cofres comunitários o dinheiro do fundo de fronteiras para auxílio às suas próprias fronteiras. “Não vale cada um por seu lado”, remata.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Santos
    26 jan, 2016 --------- 19:44
    É por termos "coisas" destas a representar-nos, que ninguém nos leva a sério.
  • Pedro
    26 jan, 2016 Beja 19:34
    Isto não é uma lei, é um escarro.
  • Antonio Rodrigues
    26 jan, 2016 Viseu 18:38
    Acho bem. Um refugiado com muito dinheiro ou carregado de ouro não necessita de ajudas das comunidades.
  • 26 jan, 2016 castanheira 18:22
    E dizem que a Dinamarca é um dos melhores países para se viver......(só se fôr para os dinamarqueses).
  • Pedro Santos
    26 jan, 2016 Porto 17:49
    Carlos Coelho tem toda a razão. Os comentários anteriores mostram um país mesquinho e xenófobo!
  • Vicente
    26 jan, 2016 Lisboa 17:05
    Ajudar sim mas não da maneira que está a ser feito pela EU. Os que estão a atravessar as fronteiras ilegalmente (só são refugiados se o pedido de asilo vier aprovado) fazem-no e ainda escolhem-exigem para onde querem ir, isto é no minimo ridiculo. Grande maioria quer a Alemanha, os Nordicos ou o Reino Unido, porque são estes paises que dão mais dinheiro per capita e claro todas as regalias relativas à saude e educação. E ainda cama,mesa à borla. Obviamente que toda a gente quer mais e melhor. A questão já nem é fugir da Guerra porque desde que entram na Turquia até chegarem aos paises que querem não há guerra em lado nenhum, a questão é mesmo economica....
  • Paulo
    26 jan, 2016 vfxira 17:04
    Vamos esperar ouvir noticias de ataques em Copenhaga.A união europeia deveria ter uma palavra a dizer,ou só endurece sanções para Portugal.
  • 26 jan, 2016 lISBOA 14:05
    FECHAR AS FRONTEIRAS JÁ!!! TODO O LIXO ENTRA NA EUROPA PARA MAMAR DO TRABALHO E DOS DESCONTOS DE ANOS E ANOS DE TRABALHO DOS EUROPEUS, PARA NÃO FALAR QUE ESTA VAGA (INVASÃO MULÇUMANA) DOS CHAMADOS REFUGIADOS É O TRANBALHO DO CLUBE DE BILDERBERG PALA IMPLEMENTAR NA EUROPA O PLANO KALERGI.
  • Nuno
    26 jan, 2016 Lisboa 13:14
    E por culpa de traidores como este que a Europa esta neste estado. A Dinamarca esta a endurecer as leis de imigracao para evitar mais entradas de ilegais que nada tem de refugiados sirios. Sao do Norte de Africa, da Palestina, e do Iraque. Os traidores liberais estao a cometer um suicidio de estados e deviam ser ilegalizados.
  • Alberto Sousa
    26 jan, 2016 Portugal 12:40
    Dá uma no cravo outra na ferradura. Por um lado diz ser real o risco de colapso do sistema de asilo europeu por outro quer interferir de um modo absurdo, prepotente e ridículo, na soberania de cada nação ao admitir restrições na atribuição de fundos comunitários para os estados que limitem o acolhimento de refugiados. Tenho pena destas situações, dos verdadeiros refugiados, mas quem manda em minha casa sou eu e ninguém me pode obrigar a aceitar dentro dela quem não desejo. Estas interferências das "instituições" europeias na vida "privada" dos países é que está a minar a confiança e o respeito entre estados o que está a levar a um. cada vez maior, deterioramento das relações entre povos e ao fim da UE.

Destaques V+