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“Mundo não pode confundir a família querida por Deus e outros tipos de união”

22 jan, 2016 - 13:42 • Filipe d'Avillez

Num discurso aos membros da Rota Romana, o tribunal do Vaticano, o Papa disse que “a família e a Igreja, em planos diferentes, concorrem para acompanhar o ser humano rumo ao fim para o qual existe”.

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O Papa Francisco diz que o mundo não pode confundir a família com outras formas de união, numa altura em que cresce a pressão, sobretudo no mundo ocidental, para legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo e as uniões de facto.

Num discurso ao Tribunal Apostólico da Rota Romana, a mais alta instância de recurso do sistema jurídico da Igreja, o Papa sublinhou, contudo, a necessidade de se acolher com amor também as pessoas que vivem em situações irregulares.

“A Igreja pode mostrar o indefectível amor misericordioso de Deus para com as famílias, em particular aquelas que estão feridas pelo pecado e pelas provas da vida, e ao mesmo tempo proclamar a irrenunciável verdade do casamento segundo o desígnio de Deus”, disse o Papa, concluindo que o mundo “não pode confundir a família querida por Deus e outros tipos de união”.

Na qualidade de mais alta instância judicial, a Rota Romana lida muito com casos de processos de nulidade, procurando verificar se um casamento foi validamente contraído ou não. “Quando a Igreja, por meio dos vossos serviços, se propõe declarar a verdade sobre o matrimónio num caso concreto, para o bem dos fiéis, ao mesmo tempo tem sempre presente que aqueles que, por livre escolha ou pelas infelizes circunstâncias da vida, vivem num estado objectivo de erro, continuam a ser objecto do amor misericordioso de Deus e, por isso, de toda a Igreja”.

O bem-estar da família é algo que importa muito à Igreja, até porque ambas as instituições têm a mesma missão, diz Francisco.

“A família e a Igreja, em planos diferentes, concorrem para acompanhar o ser humano rumo ao fim para o qual existe. E fazem-no certamente com os ensinamentos que transmitem, mas também com a sua própria natureza de comunidades de amor e de vida. De facto, se a família se pode chamar ‘igreja doméstica’ à Igreja aplica-se justamente o título de ‘família de Deus’”.

Falta de fé não basta para nulidade

Durante o seu pontificado, Francisco tem dado grande atenção às questões da família. Para além de ter convocado um duplo sínodo para discutir as dificuldades que a família enfrenta nos tempos actuais, promulgou em Agosto de 2015 novas normas para processos de nulidade, visando torná-los mais céleres e simples.

Nessas normas incluíam-se alguns factores que podem ser fundamento para declaração de nulidade, incluindo a seguinte expressão: “aquela falta de fé que pode gerar a simulação do consentimento ou o erro que determina a vontade”, o gerou muito debate sobre se a ausência ou fraqueza de fé de um dos noivos poderia ser causa de nulidade.

Contudo, neste discurso à Rota Romana o Papa esclareceu essa dúvida. “É bom confirmar com clareza que a qualidade da fé não é condição essencial do consenso matrimonial”, dizendo ainda que “a falta de formação na fé e também os erros sobre a unidade, indissolubilidade e dignidade sacramental do matrimónio, só afectam o consenso matrimonial na medida em que determinam a vontade” dos noivos. Isto é, mesmo que um dos noivos não tenha fé, desde que tenha noção das implicações do casamento e o contraia livremente. “Precisamente porque estes erros afectam a sacramentalidade do matrimónio, devem ser avaliados muito cuidadosamente”, diz Francisco.

Não obstante as dificuldades que podem surgir, e de que são prova os casos que chegam à Rota Romana, “a igreja continua a propor o matrimónio, com renovado sentido de responsabilidade, nos seus elementos essenciais – filhos, bem dos cônjuges, unidade, indissolubilidade, sacramentalidade – não como um ideal para poucos, não obstante o modelo moderno centrado na efemeridade e no transitório, mas como uma realidade que, na graça de Cristo, pode ser vivida por todos os fiéis baptizados”.

Comentários
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  • Álvaro de Jesus
    22 jan, 2016 Porto 14:33
    - "Não Julgarás." - JESUS Logo, tribunais de igrejas... não, obrigado! Isso foi na Idade Média, não hoje, às portas de uma 5ª Dimensão, e onde já não há Lei do carma. - "Tudo relembrarás e Evoluirás, porém, por Ti mesmo, ao longo de Tuas Encarnações." - JESUS - "Não estais na Terra para aprender, mas sim para Relembrar." - "Conversas com Deus" - Neale Donald Walsh. - "Não há pecado contra DEUS, pois fostes criados por DEUS Livres, Simples e Ignorando." - O CRISTO - Cartas de Cristo - "Tudo, em todas as vossas Vidas físicas, depende unicamente de vós. " - O CRISTO - Cartas de Cristo - "As igrejas que seguiram um determinado cristianismo erróneo, vão ter morte natural nos próximos 30 anos." - O CRISTO, Cartas de Cristo. - "Cada um está onde deseja estar e está bem, mesmo que esteja na imperfeição." - DEUS Perante estas máximas, chegadas à Terra nos dias actuais, só podemos esperar que a Mudança aconteça e que a Quinta Dimensão se nos apresente bem depressa. Verdade, Paz, Amor e Luz!

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