18 jan, 2016 - 21:29
Portugal decidiu contribuir com 100 mil euros para o Fundo Fiduciário Regional da União Europeia criado em resposta à crise síria, indicou em Bruxelas a secretária de Estado dos Assuntos Europeus.
Em declarações no final de uma reunião dos chefes de diplomacia dos 28, que teve como principal ponto em agenda o conflito na Síria, Margarida Marques disse que teve oportunidade de dar conta aos seus parceiros de uma "decisão muito recente" do Governo, de contribuir com o montante de 100 mil euros para o chamado "Fundo Madad".
"É uma decisão muito recente que, aliás, lembrámos hoje, porque alguns países ainda não decidiram, estão em vias de tomar uma decisão, e nós já tomámos uma decisão: participámos com um montante de 100 mil euros", para um fundo que visa dar assistência designadamente no campo da ajuda humanitária na região, disse a governante.
Relativamente à discussão sobre a Síria no Conselho de Negócios Estrangeiros desta segunda-feira, a secretária de Estado - que substituiu o ministro Augusto Santos Silva - indicou que "Portugal reafirmou a importância de seguir uma tripla abordagem no conflito".
"Em primeiro lugar, combater o Daesh (acrónimo árabe que designa o grupo extremista Estado Islâmico); em segundo lugar, prosseguir com um processo político tão inclusivo quanto possível; e em terceiro lugar, acudir à tragédia humanitária. E, sobretudo, devem ser tomadas medidas urgentemente no sentido de gerar uma situação de confiança entre as partes, pois estamos consciente de que não existe alternativa a uma solução política inclusiva para a crise da Síria", declarou.
Margarida Marques disse que além de referir a contribuição do Governo português para o fundo da UE de resposta à crise síria, lembrou também "o trabalho que tem sido feito em Portugal, designadamente pelo ex-alto representante da Aliança para as Civilizações, Jorge Sampaio, que criou a plataforma dos estudantes sírios, que tem desenvolvido um trabalho de recepção de estudantes sírios e de aceitação desses estudantes por parte das universidades portuguesas".
No contexto deste Conselho dominado pela Síria, teve também lugar um almoço de trabalho com o ministro dos Negócios Estrangeiros da Jordânia, "precisamente para discutir o papel que a Jordânia tem realizado e as formas de apoio" que a UE pode prestar "para que a Jordânia possa continuar a receber um número significativo de refugiados" e para que aqueles que já lá se encontram "possam ter condições de vida razoáveis", completou a secretária de Estado.