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Espanha. Bloco central, um governo à Costa ou outra conta pós-eleitoral?

19 dez, 2015 - 16:52 • Inês Alberti, em Madrid

Sondagens apontam para a necessidade de formar coligações para formar Governo em Espanha. Eleições gerais são no domingo.

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Espanhóis acreditam numa coligação, mas não sabem como
Espanhóis acreditam numa coligação, mas não sabem como

A apenas um dia das eleições gerais em Espanha está tudo em aberto. Nenhum partido, na última noite de campanha, esta sexta-feira, revelou os seus planos para depois das eleições. Há, porém, um aspecto em que todas as sondagens concordam: para governar, vai ser necessário haver coligações.

De acordo com o último barómetro do Centro de Investigações Sociais em Espanha (CIS), o Partido Popular (PP), liderado por Mariano Rajoy, vai à frente com 28,6% dos votos. Contudo, não chega à maioria de 176 deputados. Com quem se pode aliar Rajoy?

A primeira opção é a de um grande pacto entre os partidos tradicionais, PP e PSOE (Partido Socialista Trabalhador Espanhol), noticiado há umas semanas pela imprensa espanhola. Contudo, Mariano Rajoy, numa entrevista dada esta semana à rádio Cope, desmentiu que o seu partido tenha feito essa proposta e que nem está nos seus planos por agora.

Também o socialista Pedro Sánchez respondeu aos rumores. Na última noite de campanha, num evento em Madrid, perguntou à audiência: “Vamos dizer alto e bem claro a Mariano Rajoy a resposta à seguinte pergunta: queremos um pacto entre o Partido Popular e o Partido Socialista?”. O público respondeu com um forte “não”. Sánchez, como os seus concorrentes, subinhou que ainda estão em jogo para ganhar.

A segunda opção, e uma das mais apontadas pelos jornais de Espanha, é uma coligação entre o Partido Popular e o Ciudadanos. Apesar de Mariano Rajoy ter baseado os seus argumentos contra os partidos emergentes na sua falta de experiência, se quiser governar, esta será, provavelmente, a sua melhor opção.

Esta sexta-feira em Madrid, no encerramento da campanha, Albert Rivera disse aos jornalistas que não ia apoiar “nem o PP, nem o PSOE”, mas confirmou que vai legitimar o partido que ganhe com mais votos. “Eu já disse que, se não pudermos governar, se estivermos na oposição, vamos abster-nos para que forme governo aquele que ganhe as eleições. Neste caso, PP ou PSOE”, disse.

Em semelhança ao que aconteceu em Portugal, os socialistas podem unir-se com o Podemos à esquerda. Mesmo sem maioria, os dois partidos podem vir a ultrapassar o número de deputados de Mariano Rajoy. Neste cenário, idêntico ao que aconteceu em Portugal com os acordos das esquerdas, Pedro Sánchez seria presidente do Governo espanhol.

Durante a sua campanha, Pablo Iglesias tem evitado comentar o que faria em caso de necessidade de coligação.

Uma quarta e última opção é uma coligação tripartida entre o PSOE, o Podemos e o Ciudadanos. Contudo, Albert Rivera disse várias vezes que não iria apoiar um governo de perdedores, nem governar com o Podemos.

“Nunca, nunca, nunca governaria com um partido que quer separar Espanha ou fazer um referendo para separar Espanha”, disse Rivera num comício em Toledo, a 10 de Dezembro, referindo-se à proposta de Pablo Iglesias de lançar um referendo sobre a independência da Catalunha.

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  • Paulo
    19 dez, 2015 vfxira 19:10
    Em Espanha os protagonistas vão mudar assim como as politicas,tal e qual como em Portugal.

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