16 dez, 2015 - 23:03 • Liliana Carona
Se existe ordenado mínimo nacional, para o Bispo da Guarda deveria existir também o ordenado máximo nacional. Na mensagem de Natal, D. Manuel Felício critica as desigualdades existentes no país e afirma que “não há a cultura de fazer contenção onde se deve fazer contenção”.
A propósito da mensagem que o Papa Francisco publica para o Dia Mundial da Paz, dia 1 de Janeiro, D. Manuel Felício, bispo da Guarda, retoma o assunto na mensagem de Natal, e a necessidade de combater a indiferença.
“Olhar para tanta gente que sofre, e que está desenquadrada da sociedade, não podemos encarar isso como uma fatalidade, e a solidariedade é um dos caminhos a promover”, defende o prelado diocesano, afirmando que “as desigualdades continuam e fortemente muito patentes”.
D. Manuel Felício dá como exemplo os escalões de ordenados, “conforme há um ordenado mínimo, também deveria existir um ordenado máximo, e as pessoas distribuíam-se por aqui, não há a cultura de fazer contenção onde se deve fazer contenção, faz-se contenção no ordenado mínimo, porque as empresas precisam de empregar gente menos qualificada para ter resultados”.
“Ainda não temos a cultura de apostar na qualidade, para ganharmos a batalha do desenvolvimento através da qualidade, ainda não chegamos lá, haveremos certamente de percorrer esse caminho para lá chegarmos”, acrescenta.
A misericórdia e a solidariedade são para todos e para as gerações futuras. D. Manuel Felício aborda o tema das alterações climáticas sentidas na própria diocese da Guarda.
“Praticar a misericórdia e criar condições às famílias para que se sintam bem, envolve estar atento a esta dimensão”, assume D. Manuel Felício.
O bispo da Guarda aborda ainda as alterações climáticas, uma preocupação de Francisco. Lembra que o mês de Outubro foi o mais quente de que há memória e o mês de Novembro, o mais quente desde há 40 anos. "Isto há de ter consequências, não devíamos estar com problemas de água e estamos, as barragens estão vazias, e a misericórdia e a solidariedade não são só para os que hoje vivem, são também para as gerações futuras e uma responsabilidade nossa”, concluiu.
D. Manuel Felício falava à margem do encontro com os jornalistas para divulgação da mensagem de Natal.