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Porto de Lisboa. Saída do maior armador mundial é "enorme prejuízo"

15 dez, 2015 - 19:39 • Henrique Cunha

Presidente do conselho de administração diz que o armador Maersk vai para Leixões e Sines enquanto durar a greve dos estivadores.

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A presidente do conselho de administração do Porto de Lisboa, Marina Ferreira, confirma a saída do maior armador mundial, a Maersk, da capital enquanto durar a instabilidade laboral.

A saída dos dinamarqueses da Maersk representa um “enorme prejuízo” para o Porto de Lisboa, disse Marina Ferreira à Renascença. A dinamarquesa Maersk vão passar a operar para o Brasil e para África a partir dos Portos de Leixões e Sines.

“A Maersk, enquanto durar a actual situação, irá suspender as suas linhas para o Brasil e África, reencaminhando-as para o porto de Leixões e de Sines. É um enorme prejuízo não só pela importância e as excelentes relações históricas que a Maersk tem com o Porto de Lisboa, como também porque está associada a várias outras linhas, como a Hapag-Lloyd, que também é importantíssima e que também já deixou de escalar o Porto de Lisboa, ou o próprio grupo Sousa, que, em grande parte, é responsável pelo abastecimento das ilhas da Madeira.”

O presidente da Associação dos Agentes de Navegação de Portugal (AANP), Belmar da Costa, diz que a Maersk vai deixar Lisboa porque “os navios não podem estar parados no porto vários dias”. Têm de “trabalhar rapidamente e seguir o seu rumo”, argumenta.

O armador pode deslocalizar toda a sua frota para Leixões, porque “tem capacidade de absorção e um excelente índice de produtividade, reconhecido por todos os armadores”, adianta o presidente da AANP.

O sindicato dos estivadores avançou esta terça-feira com um novo pré-aviso de greve nos portos de Lisboa, Setúbal e Figueira da Foz, a partir de 31 de Dezembro até 21 de Janeiro de 2016. Será mais um protesto a juntar a outros que de forma parcial têm afectado em particular o funcionamento do porto de Lisboa.

A mais recente greve teve início a 14 de Novembro e prolonga-se até dia 24 deste mês. Na origem da paralisação está o fim do contrato colectivo de trabalho.

Porto de Lisboa perde importância

Marina Ferreira diz que, do ponto de vista institucional, nem o Governo, nem o Porto de Lisboa têm possibilidade de intervir junto dos estivadores que são trabalhadores de empresas privadas.

“A intervenção que podemos ter e estamos a ter é no sentido de assegurar que o serviço público não é posto em causa. Os estivadores são trabalhadores de empresas privadas”, sublinha.

Marina Ferreira diz que não se pode equacionar o encerramento do Porto de Lisboa, mas admite que tem vindo a perder importância no contexto nacional. A presidente do conselho de administração promete intensificar e, se necessário, optar por um diálogo “mais musculado” com os concessionários.

“Os portos de Leixões, Sines e Setúbal têm crescido, têm atraído cargas, têm ganho competitividade. O Porto de Lisboa tem vindo a ser sacrificado em todo este puzzle, no sentido da sua situação laboral estar constantemente em causa”, sublinha.

A Renascença contactou a Maersk e o sindicato dos estivadores, mas não obteve respostas.

Em comunicado, o sindicato garantiu que a saída da Maersk do Porto de Lisboa não está relacionada, até ao momento, com a greve em curso, mas sim com “uma situação operacional deficiente”.

O ministro do Planeamento e Infraestruturas, Pedro Marques, admitiu esta terça-feira que, a confirmar-se, a saída da Maersk do porto de Lisboa "evidentemente não é positivo para a economia portuguesa", garantindo que o Governo vai acompanhar a situação.

O CDS querem esclarecimentos sobre esta situação. Os centristas querem que a ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, vá ao Parlamento dar explicações sobre o caso.

Comentários
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  • luis pereira
    29 abr, 2016 lisboa 08:25
    Eu fico muito contente com as greves no porto de Lisboa que se prolongam há vários anos e que, espero sinceramente, conduzam ao encerramento já de forma definitiva, do terminal "de 3º mundo" de contentores de Alcântara e à escolha da solução mais razoável e de futuro : o porto de Setúbal, que tem as melhores condições para ser o terminal de contentores de toda a região metropolitana a sul do rio Tejo e da grande Lisboa, ficando a capital apenas com os restantes graneis assim como com o novo terminal de cruzeiros a partir de 2017, a escolha do Barreiro seria mais 1 "ELEFANTE BRANCO"
  • Manobras
    16 dez, 2015 Pt 20:00
    Do CDS junto do sindicato para desestabilizar a situação?...
  • all gostinho couto
    15 dez, 2015 usa 21:49
    Esta e para ja umas das grandes vitorias. Do kremelin de que esta actualmente a fre te do nosso pais mandar embora gra des companhias a fazer assim vao longue e ainda so agora estao a comecar.bem como se pode ver
  • all gostinho couto
    15 dez, 2015 usa 21:49
    Esta e para ja umas das grandes vitorias. Do kremelin de que esta actualmente a fre te do nosso pais mandar embora gra des companhias a fazer assim vao longue e ainda so agora estao a comecar.bem como se pode ver
  • all gostinho couto
    15 dez, 2015 usa 21:49
    Esta e para ja umas das grandes vitorias. Do kremelin de que esta actualmente a fre te do nosso pais mandar embora gra des companhias a fazer assim vao longue e ainda so agora estao a comecar.bem como se pode ver
  • tugatento
    15 dez, 2015 amarante 21:04
    Era bom ouvir os sindicatos dos estivadores que fizeram greve, do que pensam sobre a saída deste operador. Pois quando os outros fizerem o mesmo, irão trabalhar na apanha do papel pelas ruas de Lisboa. Isto é gente desmiolada, sera que ganham pouco? Estas greves são vergonhosas e criminosas.
  • Lenine Marx da Costa
    15 dez, 2015 Vila Verde - Provincia 20:08
    O PCP a trabalhar em força e no seu melhor . Claro que quanta maior for a miséria no país maior será a clientela do pcp e bloco .Força camaradas ! ... AVANTE ! ...

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