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Nobel aconselha Portugal a ter cuidado com aumento do salário mínimo

15 dez, 2015 - 01:54

Governo e parceiros sociais reúnem-se para discutir subida, tendo o executivo proposto que esta remuneração passe dos actuais 505 euros para os 530 euros em 2016.

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O economista e prémio Nobel da Economia de 2008, Paul Krugman, faz um aviso a Portugal: É preciso muito cuidado com o aumento do salário mínimo.

Questionado esta segunda-feira, em Lisboa, Paul Krugman defendeu que está em jogo a economia portuguesa.

“Eu acho que é problemático, infelizmente. O euro está em desvalorização interna, o que é uma frase magnífica para dizer corte de salários e de preços até, através disso, se ganhar competitividade. Por isso, é preciso ter muito cuidado. Se não sair do euro for o caminho escolhido por Portugal, temos que ter muito cuidado com tudo o que possa minar esse processo”, alertou o Nobel da Economia.

Eleitores odeiam a austeridade", mas "adoram o euro"

Numa conferência de homenagem ao economista José Silva Lopes, que morreu em Abril, organizada pelo Banco de Portugal, Krugman criticou a forma como o euro foi criado, mas admitiu que deixar a moeda única pode não ser a melhor opção.

Regressar às moedas nacionais seria "muito complicado", não pela desvalorização dos depósitos, mas também politicamente, porque, apesar de "odiarem a austeridade", os eleitores "adoram o euro".

Questionando que impactos teria a saída do euro nos bancos e nos depósitos, o Nobel da Economia admitiu que deixar a moeda única seria "um pesadelo, talvez um pesadelo temporário" e que "não seria impossível, mas muito difícil".

Além disso, defendeu que a saída do euro "está politicamente fora da discussão", porque a maioria dos eleitores são favoráveis à moeda única.

Na sua opinião, a zona euro precisa de "uma verdadeira união bancária" europeia, considerando que pensar que "a responsabilidade de apoiar os bancos em tempos difíceis é nacional é basicamente uma ideia maluca".

Subida do SMN em análise

O Governo e parceiros sociais reúnem-se para discutir o aumento do salário mínimo nacional (SMN).

O encontro realiza-se na sequência da primeira reunião de concertação social do Governo socialista, na quinta-feira, onde este apresentou aos parceiros sociais uma proposta de aumento do SMN para a legislatura, começando pelos 530 euros no próximo ano e terminando nos 600 euros em 2019.

Para chegar aos 600 euros em 2019, o executivo propõe, no seu programa de Governo e num anexo entregue aos parceiros, que no próximo ano o SMN seja de 530 euros, passando para os 557 euros em 2017 e para os 580 em 2018.

O SMN esteve congelado nos 485 euros entre 2011 e Outubro de 2014, quando aumentou para os 505 euros, na sequência de um acordo estabelecido entre o Governo, as confederações patronais e a UGT.

O acordo tripartido para o aumento do SMN vigora até dia 31 deste mês.

Comentários
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  • Vera
    15 dez, 2015 Palmela 12:55
    Centeno diz 530euros! Costa diz 600euros! o melhor é fazerem um acordo e ficarem nos 550euros, é menos mal! menos 50 euros faz falta, mas +20 ajuda qualquer coisa e não deve fazer assim tanta diferença!!! assim sendo as pensões mínimas já podem subir aos 300euros (de 280 com duodécimos, são só mais 20euros também), ou seja aumenta-se 20euros no salário mínimo e 20euros aos pensionistas e reformados com menos do ordenado mínimo. Pode ser que em 2017 já possam aumentar os 50 euros a ambas as partes, é regime de igualdade para os que menos têm! Como vêem contento-me com pouco, é uma questão de 'boa vontade'.
  • joseferreira
    15 dez, 2015 Smiguel 12:54
    Completamente de acordo, Augusto Saraiva. Ainda ontem me revoltou tanto ver nos prós e contras, alguém destes empresários, que deveriam sentir vergonha na cara, quando se poem a comentar, dizendo que as pessoas têm uma escolaridade baixa e que não merecem mais que o salário minimo, qualquer pessoa vê que é falso, muitas vezes a falta de formação está é neles, e ainda por mais quando se sabe que muitos dos licenciados estão no desemprego, ou então por que têm escola a mais, ou seja, se não é da malha é do malhão, de tudo se servem estes canalhas, sem caráter, para explorarem os trabalhadores ou para poderem desvalorizá-los ao máximo. É de uma falta de respeito, de sensibilidade, falta de seriedade e de um egoismo, que nem há explicação. Infelizmente é por estas mentalidades e por outras que somos o país que somos.
  • Augusto Saraiva
    15 dez, 2015 ceausa41@hotmail.com 12:15
    Lamentável a visão destes economistas! Como é que se passa todo este tempo a discutir o SMN se nunca foi fixado o Salário Máximo Nacional?! Como é que se entende que uma empresa não pode pagar mais de 500 euros a um trabalhador, quando a mesma paga milhares de euros ao gestor dela? E ninguém é capaz de fazer a simples pergunta a esses senhores e aos da concertação social: «E o senhor, quanto é que ganha?»...
  • Joséferreira
    15 dez, 2015 smiguel 11:02
    Os eleitores odeiam a austeridade e adoram o euro???!!! Com certeza que não passa por mim esta afirmação. Mas se é assim e se pensam assim, não há mais nada que tenha maior grau de estupidez do que esta realidade. Mas até acredito que haja muitos destes. Quando somos um país pequeno, com pouca competitividade e uma economia fraca, ter uma moeda destas para competir com países fortes, esta é que é o cúmulo da estupidez! Mas este país, infelizmente, é assim, é pequenino, mas quer ser grande à força, nem que para isto tenha que fingir ser grande. Um país que já perdeu a sua autonomia, a sua democracia, copiando tudo o que os outros são, mas sempre abaixo dos outros, e ainda com orgulho. Qual é o resultado??? Um país cheio de miséria, com o custo de vida que passou de 8 para 80, e como uma das causas está a mudança do escudo para a moeda única (…) que todos estes eleitores burros adoram. Nem vejo ninguém falar sobre isto, é uma cegueira completa. Cheio de desemprego, salários precários, e já estão congelados há cinco anos, dos mais baixos desta Europa, que nem me dá orgulho de ser europeu, na qual muitos nem ganham para as despesas, com grande parte que já tem emigrado, mas ainda assim os eleitores adoram o euro. É como aquelas mulheres: “quanto mais me bates, mais gosto de ti"
  • Rui Pedro Guerreiro
    15 dez, 2015 Montijo 08:50
    Não existe nenhum prémio "Nobel da economia"...

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