Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Banif pode vir a ser intervencionado

13 dez, 2015 - 23:08

Banco pode ser dividido em “bom” e “mau”. O Governo está a acompanhar a situação, visando garantir "a confiança no sistema financeiro, a plena protecção dos depositantes".

A+ / A-

O Governo estará a preparar uma solução para o Banco Internacional do Funchal (Banif) já nos próximos dias, avançou a TVI24 no domingo.

Segundo a estação de televisão, a solução pode passar por criar um "banco mau" para onde passam os activos considerados tóxicos, se não for encontrado um comprador para o banco.

A parte “boa" do Banif ficará na Caixa Geral de Depósitos com os accionistas do banco a suportarem perdas. Todos os depósitos estão salvaguardados, mesmo acima dos 100 mil euros.

O jornal “Público” adianta, por seu lado, que o Governo está a estudar todas as soluções, mas é certa a criação de um "banco mau".

Há três anos, o Banif foi nacionalizado pelo anterior Governo do PSD/CDS com uma injecção de dinheiros públicos de 700 milhões de euros e um empréstimo convertível de 400 milhões.

O banco teria de reembolsar a última parcela ao Estado no valor de 125 milhões em Dezembro do ano passado, mas não o fez, colocando o Banif sob vigilância apertada de Bruxelas.

Resolução sem "sentido"

Em comunicado divulgado esta segunda-feira de madrugada, o Banif afirma que qualquer cenário de resolução ou imposição de uma medida administrativa não tem "sentido ou fundamento", após a divulgação de notícias que dão conta de que o Estado se prepara para intervir no banco.

"Em linha com a comunicação que efectuou ao mercado em 11 de Dezembro, o Conselho de Administração reafirma que se encontra actualmente em curso, em articulação com as autoridades responsáveis, um processo aberto e competitivo de venda da posição do Estado português no Banif, no qual se encontram envolvidos diversos investidores internacionais, pelo que qualquer cenário de resolução ou imposição de uma medida administrativa não tem qualquer sentido ou fundamento", refere o banco.

Num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o banco liderado por Jorge Tomé afirma ainda, sobre notícias divulgadas pela TVI24, que "não deixará de apurar em sede judicial toda a responsabilidade dos autores de tais 'notícias' e dos que contribuíram para a sua propagação, na defesa dos melhores interesses dos seus clientes, colaboradores e accionistas".

Centeno acompanha

O Ministério das Finanças está a acompanhar a situação. “O plano de reestruturação do Banif, tal como é de conhecimento público, está a ser analisado pela DG Comp. Paralelamente, decorre um processo de venda do Banco nos mercados internacionais conduzido pelo seu Conselho de Administração", indica um comunicado do Ministério das Finanças.

Segundo o ministério liderado por Mário Centeno, o executivo acompanha a situação do banco com o objectivo de garantir "a confiança no sistema financeiro, a plena protecção dos depositantes, as condições de financiamento da economia e a melhor protecção dos contribuintes".

O objectivo desta corrida para encontrar uma solução antes do final do ano tem que ver com a entrada em vigor da nova legislação europeia, a 1 de Janeiro de 2016, referente à resolução de uma instituição bancária em dificuldades, que impõe o 'bail-in', em que obrigacionistas e grandes depositantes (acima de 100 mil euros) são chamados a pagar parte da resolução.

Na opinião do economista João Duque, perante esta eventualidade há uma questão essencial: será necessária uma injecção de capital? Em caso afirmativo, haverá impacto junto dos contribuintes.

[Actualizado às 7h10 de 14-12-2015]

Tópicos
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • calma!
    14 dez, 2015 Santarém 16:01
    Nada de preocupações, com este novo governo assessorado pela extrema-esquerda todos eles sempre com a língua bem afiada para criticarem sobretudo quem governa responsabilizando-os por tudo de mau que possa acontecer certamente não vão deixar molestar ninguém com este caso, se na oposição tinham solução para tudo com toda a certeza agora no governo mais boas soluções vão encontrar.
  • Lucio
    14 dez, 2015 Lisboa 11:13
    Hoje em dia as tretas com impacto economico e politico pré-anunciadas são cada vez mais porque não se limitam a dar as noticias depois destas ocorrerem.
  • Paulo
    14 dez, 2015 vfxira 11:07
    E não culpados? é extraordinário nesta républica das bananas,ninguém ser preso por estes crimes.Será que iremos ter um novo BES? um novo BPN,......e quem virá a seguir?
  • Manel das Coves
    14 dez, 2015 Alverca 10:46
    Mais uma fatura para pagarmos em 2016, mas para o salario mínimo, cuidado com a economia !
  • jose
    14 dez, 2015 porto 04:14
    4. Consequências Legais k) Disseminação de informação falsa ou enganosa através dos media, incluindo Internet, ou por qualquer outro meio de divulgação com a intenção de produzir uma alteração no preço de um instrumento financeiro. Esta prática pode articular-se com transacções sobre os instrumentos financeiros visados pela informação ou instrumentos com eles relacionados. O crime de manipulação de mercado é punido com penas principais, penas acessórias e com consequências jurídicas especiais ao nível da perda das vantagens económicas do crime. Assim: O crime de manipulação de mercado é punível com pena de prisão até três anos ou com pena de multa (que pode ir de 10 dias a 360 dias de multa, nos termos do art. 47.º do Código Penal). Com penas acessórias de (a) interdição temporária do exercício de profissão, actividade ou funções relacionadas com o crime cometido, por um prazo não superior a cinco anos, e (b) publicação da sentença condenatória a expensas do arguido (art. 380.º). A omissão dolosa do dever de impedir de imediato práticas manipuladoras no âmbito dos intermediários financeiros é punida com pena de prisão até 2 anos ou pena de multa até 240 dias, se pena mais grave não lhes couber por força de outra disposição legal. Além disso, o novo regime prevê a possibilidade de demandar como parte civil no processo-crime um terceiro, seja uma pessoa singular seja uma pessoa colectiva, cuja carteira esteja envolvida nas transacções, para efeito da apreensão das vantagens d
  • jose
    14 dez, 2015 porto 03:43
    Tudo isto é mentira!!!! Já desmentido pelo Presidente do Banif. Cuidado que a apresentação de noticias falsas no sentido de lesar a instituição Banif com a mexida nos mercados acções e obrigações É PUNIDO POR LEI!!! Cuidado jornais mal intencionados que querem gerar uma corrida aos depositos. isto amanha vai trazer consequencias mas voces vão ser condenados por mentiras e falsas calunias! Tudo mentira, Banif cumpre todos os rácios da Troika. Sim atrasou-se no pagamento ao Estado como é do conhecimento publico mas cumpre os rácios de depositos acima de qualquer Banco Nacional. Banco apresenta solidez nos depositos. Tudo MENTIRAS!
  • Salgado
    14 dez, 2015 Cascais 03:11
    O Banif é um banco zombie. Mas como havia eleições todos fingiram que não se passava nada.
  • 13 dez, 2015 23:48
    Eu pago eles engordam
  • Domingos
    13 dez, 2015 Covilhã 23:46
    Como é possível, para ajudar outros bancos, aos poucos estarem a enterrar a CGD? Esta, era um banco sólido! Anualmente distribuía dividendos de milhões ao seu acionista estado. Agora já está obrigada a cobrar as comissões mais caras do mercado e com isso a perder mercado para a concorrência apenas porque tem de servir de bombeira de serviço e o seu acionista estado não lhe reforça o capital na proporção em que a obriga a socorrer os restantes bancos, obrigando-a, isso sim, a pagar ao estado juros muito mais elevados do que a concorrência? Como é possível que se continue a enterrar milhões na banca para salvaguardar dinheiros de acionistas privados que apenas apostam no ganho fácil? Com esta estratégia estão a afundar a joia de coroa do estado (CGD)? Será muito difícil deixar falir os bancos já por si falidos e com isso fazer automaticamente com que os bancos concorrentes se fortaleçam? Se não existe mercado para todos então que alguns fechem portas! Não devem é levar ao fundo a CGD com o propósito de servir de bombeira de serviço da banca e no final estão salvos os privados e falido o banco publico. Existe algum outro setor de mercado onde as empresas concorrentes entre si sejam obrigadas a salvar concorrentes suas pré falidas? Obviamente que não! Então qual o motivo que a banca tem tratamento diferente? Mudamos de governo e as politicas financeiras continuam iguais (BPN, BPP, BES, BANIF, próximo Montepio? Caixa Agrícola? Novo Banco? CGD?)! Quanto terá a CGD já pago no total
  • Paulo
    13 dez, 2015 vfxira 23:44
    Os "nossos amigos" de Bruxelas sempre prontos a ajudar-nos,será que um dia .....seremos livres?..é caso para dizer,com amigos assim,quem precisa de inimigos,este pobre país assim,será muito difícil ter futuro.

Destaques V+