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Ministro da Economia quer “melhorar rendimento dos trabalhadores”. Patrões colocam reservas

10 dez, 2015 - 02:58

Presidente da CIP avisa que "muitas empresas, pelo seu estado, pelo seu modelo de desenvolvimento, não têm condições para pagar mais".

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O novo ministro da Economia reafirma que vai defender na concertação social a “melhoria do rendimento dos trabalhadores” e assegura que “todos”, patrões e sindicatos, serão ouvidos sobre o salário mínimo nacional. Mas Manuel Caldeira Cabral não se compromete com o montante desse aumento.

Caldeira Cabral, que falava esta quarta-feira à noite, em Barcelos, na véspera da primeira reunião da concertação social do novo Governo, quer encontrar a solução “mais consensual” possível.

“O que é importante é reafirmar a importância que o actual Governo dá à concertação social como uma parte do processo de decisão, que é complementar à parte política, mas que uma não substitui as outras. São dois patamares de discussão, os quais nós respeitamos e aos quais damos a maior importância.”

Sem avançar mais sobre as prioridades dos temas que vão estar em cima da mesa da reunião da concertação social, Manuel Caldeira Cabral reafirmou a necessidade de aumentar o rendimento dos trabalhadores. O primeiro-ministro, António Costa, defende um aumento do salário mínimo para 600 euros, até 2019.

O presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, lembra que ainda não há condições para mexer no salário mínimo.

“Todos reconhecemos que o valor do salário mínimo é baixo, mas também todos temos consciência que muitas empresas, pelo seu estado, pelo seu modelo de desenvolvimento, não têm condições para pagar mais, enquanto não tiverem estes saltos qualitativos. Por isso, temos de ter alguma moderação salarial”, alerta António Saraiva.

O presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP), João Vieira Lopes, apela ao Governo para que as empresas sejam ouvidas.

“O Governo terá toda a legitimidade para legislar como entender, a Assembleia da República tem toda a legitimidade para legislar como entender, mas ouçam-nos. Nós temos, de facto, uma experiência de funcionamento do tecido económico, merecemos ser ouvidos”, disse João Vieira Lopes.

As declarações foram feitas durante a apresentação dos novos órgãos da Associação Comercial e Industrial de Barcelos, onde o novo ministro da Economia prometeu um “comboio” de reformas. Manuel Caldeira Cabral lembrou que empresas e trabalhadores não podem esperar mais.

Comentários
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  • Ze
    10 dez, 2015 Braga 11:40
    E bom que os Portugueses deem mais rendimento pois la for a teem fama de querer so ferias e feriados alem de ser pouco produtivos. So sao produtivos a acelerar nas ruas mas no trabalho la isso e outra historia!!
  • luis
    10 dez, 2015 lisboa 10:45
    É uma vergonha o ordenado mínimo. Os patrões que adiem a compra do Mercedes para o próximo ano.
  • Anónimo
    10 dez, 2015 Sintra 10:20
    Segundo António Saraiva, que está sempre a falar na necessidade de ligar os aumentos salariais aos ganhos de produtividade, temos de concluir que nos últimos quarenta anos as empresas portuguesas andaram todas de marcha-atrás pois só isso pode justificar que seja impossível que o salário mínimo se possa aproximar, e por defeito, do valor real do primeiro então fixado em 3000 escudos.

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