03 dez, 2015 - 16:22
O líder do PSD atacou de novo a legitimidade do XXI Governo. "A coligação PAF foi a formação política que mais mandatos mereceu nas eleições Os derrotados reinterpretaram o mandato dos eleitores e abriram uma crise política", disse Passos Coelho durante o discurso do programa de Governo esta quinta-feira na Assembleia da República.
"O pecado original deste Governo foi não ter sido escolhido pelo povo mas pelos deputados nas costas do povo", defendeu.
O ex-primeiro ministro disse viver bem com o exercício democrático. "Ganhei as eleições, fui escolhido para primeiro-ministro, mas não deixarei de respeitar a escolha dos deputados. Seremos uma oposição determinada, séria e responsável que o povo espera", garantiu.
"Avaliaremos o que é mais importante para o país a cada momento independente da vontade do Governo, mas quando a nossa acção for fundamental esperamos que tirem as conclusões disso e devolvam a palavra ao povo", pediu Passos.
O líder da coligação de direita voltou a insistir que a austeridade é um "mal necessário", e criticou as explicações dos socialistas quando no passado a aplicaram. "A esquerda insiste que a austeridade tinha uma raiz ideológica. Foi o PS quem primeiro cortou nos salários e aumentou impostos, mas na altura dizia que era a contragosto", afirmou.
Passos Coelho justificou ainda a moção de rejeição: "No essencial, do que conhecemos dos valores politicos destes partidos, não concordamos com eles, opusemo-nos e vamos continuar a opor. O PS conduziu negociação de deriva radical. Este novo PS afastou-se do seu património político e histórico e aproximou-se das ideias que combateu no passado".