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Rui Machete. “Não é vantajoso para Portugal projectar forças no terreno"

01 dez, 2015 - 10:47 • Pedro Mesquita, com Redacção

Em entrevista à Renascença, o antigo ministro dos Negócios Estrangeiros desaconselha a participação de Portugal na coligação Internacional contra o terrorismo. O país já está a colaborar, dando formação às tropas iraquianas, com 30 militares destacados em Bagdade, lembra Machete.

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O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, Rui Manchete, defende que não faz sentido que “o nosso país projecte forças no terreno”, na luta contra o auto proclamado Estado Islâmico.

Em declarações à Renascença, Rui Machete lembra que Portugal já está a colaborar, dando formação às tropas iraquianas, com 30 militares destacados em Bagdade.

“É um esforço relativamente pequeno, mas nós somos um país que não tem capacidade, do ponto de vista militar, de deslocação de grandes forças e, portanto, não me parece que seja vantajoso para o país estar a projectar forças no terreno. É um teatro de operações que fica muito longe. O que nós podemos fazer bem, e já estamos a fazer, é a formação de tropas do exército iraquiano”, declara.

Para o antigo ministro, é importante pensar, a médio prazo, tendo em conta o clima de tensão vivido nesta região,“que quer a Rússia quer a Turquia têm interesses muito grandes no Mar Negro e no Mediterrâneo”, o mesmo acontecendo com o Iraque e, sobretudo, com a Síria. Face a este jogo de interesses, “tudo precisa de ser afinado”.

“É uma situação complexa e é bom que se converse e que estes países se possam entender. No fundo, para ver se se encontra uma solução aceitável para um governo transitório na Síria”, aponta.

Nesse sentido, Rui Machete defende que Bashar al-Assad não deve ficar definitivamente no comando do governo sírio “ou instalar-se como nada se tivesse passado”. Ainda assim, na busca por um acordo temporário, o líder sírio torna-se num elemento essencial.

“Ele cometeu, ou deixou cometer, crimes de guerra gravíssimos, mas para uma solução provisória, ele vai ser certamente também um actor indispensável. É necessário encontrar a distinção entre o momento provisório em que ele pode intervir e o momento em que deve substituído por alguém que seja relativamente simpático”, sentencia Rui Machete.

Comentários
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  • Mas este ainda mexe?
    01 dez, 2015 lx 21:00
    ...mais uma pérola agora...
  • alfacinha
    01 dez, 2015 14:44
    Porque não perguntam ao actual ministro,essa opinião é que compromete o Estado.
  • aaraujo
    01 dez, 2015 Luxemburgo 14:28
    Qualquer país normal envia tropas. Portugal, um país governado por professores envia formadores. Os políticos são assim. Se são professores a educação é solução para todos os problemas, os deles e os dos outros. Incluindo este senhor que já foi várias vezes professor. Se são militares o conflito é solução para todos os problemas, os deles e os dos outros. Se são trabalhadores o trabalho é solução para todos os problemas, os deles e os dos outros. A conclusão a que se chega é a seguinte. Onde o partido dos guerreiros governa, o povo guerreia. Onde o partido dos trabalhadores governa, o povo trabalha. Onde o partido dos professores governa, o povo estuda. É por isso que Portugal é um país de diplomados burros!
  • Coração de Leão
    01 dez, 2015 14:16
    Rui MANCHETE, a sério? Realmente propício a manchetes da imprensa... afinal o que importa entrevistar um ex- qualquer coisa?
  • 1000 Itar
    01 dez, 2015 LX 14:07
    " nós somos um país que não tem capacidade, do ponto de vista militar, de deslocação de grandes forças..." mais uma vez, um político (ou ex-) apouca e menoriza as capacidades militares do País que sim, são pequenas, mas não desprezáveis, sobretudo se conjugadas com as de aliados. E depois espantamo-nos da população questionar a Defesa...O que o senhor quis dizer e não teve coragem (como é vulgar no "clube") é que o Governo (o dele ou qq outro) não quer assumir as responsabilidades políticas de uma intervenção mais parecida com o que fazem países da nossa dimensão: Bélgica, Dinamarca, Holanda, Noruega...sim, os nórdicos "pacifistas" (julgam alguns) intervêm de forma digna...
  • Licínio
    01 dez, 2015 Gaia 13:05
    Acho muito bem. Eu nem em África pus os costados - em 1971, raspei-me para França. Para guerrear, vão os doutores dos gabinetes.
  • JR
    01 dez, 2015 Lisboa, Puto 12:26
    Então o meu comentário não foi autorizado? Já não se podem dizer verdades. E depois o meu padrinho Salazar é que era o mau da fita.
  • Antonio
    01 dez, 2015 coimbra 12:12
    Este sr que nunca devia ter sido ministro ainda pensa que o é! Quando é que ele mete na cabeça que já não pode passear às nossas custas. Já tem idade suficiente para ter vergonha e deixar de dar bitaites, Que mania têm estas personagens de meterem o bodelho onde não devem. O mais grave é que estes órgãos de informação ainda lhes continuam a dar protagonismo. Porque é que não fizeram a pergunta ao novo ministro dos NE.
  • JJ
    01 dez, 2015 Almada 12:00
    Mas porque é que estes artistas insistem em falar de coisas de que nada percebem ???? Esta insistencia nos disparates começa a cheirar a anquilosidade e atrazo mental.
  • Imperador
    01 dez, 2015 Guarda 11:54
    A que propósito este senhor ainda manda palpites sobre assuntos que já não lhe dizem respeito!

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