Tempo
|
A+ / A-

Poluição do ar na origem de mais de seis mil mortes prematuras em Portugal

30 nov, 2015 - 09:41

Os dados são de 2012. "Os portugueses devem preocupar-se sempre com a qualidade do ar que respiram e devem pedir que as concentrações sejam mais baixas", diz Alberto Ortiz, da Agência Europeia do Ambiente.

A+ / A-

A poluição do ar causou mais de seis mil mortes prematuras em Portugal, no ano de 2012. De acordo com a Agência Europeia do Ambiente, a culpa é da exposição a partículas finas, ozono e dióxido de azoto, poluentes que podem causar problemas cardíacos, respiratórios e cancro.

O relatório sobre qualidade do ar da Agência Europeia do Ambiente (EEA, na sigla em inglês) divulgado esta segunda-feira, conclui que em Portugal os limites de concentração destes poluentes são diariamente ultrapassados em Lisboa devido ao tráfego automóvel.

Em 2012, a exposição a partículas finas PM2.5, a ozono e a dióxido de azoto originaram 6.190 mortes prematuras em Portugal. O maior número de mortes está associado às partículas finas, com 5.400, e as restantes distribuem-se pelos outros dois poluentes.

No total dos 28 Estados-membros da UE, são 432 mil os casos de morte relacionados com PM2.5 e 92 mil nos restantes poluentes.

O relatório refere-se a dados de 2012 recolhidos nos Estados-membros e analisa as concentrações de partículas inaláveis (PM10) e PM2.5, ozono e dióxido de azoto, poluentes que podem causar problemas de saúde, cardíacos, respiratórios e cancro.

A entidade europeia concluiu que nas estações de medição portuguesas há uma situação de ultrapassagem do limite de concentração diária de PM10 em Lisboa, devido ao tráfego automóvel, e dois casos de dióxido de azoto a mais: igualmente na capital e em Braga.

Os valores acima do limite de ozono estavam em Almada, Faro, Lisboa, Setúbal e Vila Franca de Xira. A EEA não aponta quaisquer casos de concentrações acima do autorizado nas PM2.5.

"Portugueses devem preocupar-se sempre com a qualidade do ar que respiram"

Alberto González Ortiz, da divisão da qualidade do ar da EEA, disse à agência Lusa que os valores apresentados "são semelhantes àqueles do ano anterior".

"Os portugueses devem preocupar-se sempre com a qualidade do ar que respiram e devem pedir que as concentrações sejam mais baixas porque a contaminação vai provocar sempre danos na saúde", salientou Alberto Ortiz.

Quando a análise tem em conta os valores limite da Organização Mundial de Saúde (OMS), mais exigentes, são mais os pontos do país com situações acima do indicado.

"A maior parte das estações urbanas em Portugal apresentam valores acima dos limites da OMS no PM10, com excepção para Braga e Vila Franca de Xira", referiu o responsável da EEA. As PM10 resultam principalmente das emissões da indústria, transporte e aquecimento doméstico e podem causar cancro, problemas cardíacos e pulmonares ou arritmias.

Na comparação com o resto da Europa, nas PM10, "Portugal está entre aqueles que têm concentrações mais baixas, abaixo da média europeia, no lugar 11, embora tenha algumas superações", resumiu.

No caso do ozono, atendendo aos valores da Organização Mundial de Saúde, há problemas nas zonas urbanas, Lisboa, Porto e Braga, associados ao tráfego, acrescentou Alberto Ortiz.

"O relatório mostra que muitas cidades continuam a estar expostas a poluentes do ar em níveis inseguros segundo a OMS", salienta a EEA, e acrescenta que os poluentes mais problemáticos são as partículas finas, o ozono e o dióxido de azoto.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • António Costa
    30 nov, 2015 Cacém 13:55
    "Portugal está entre aqueles que têm concentrações mais baixas, abaixo da média europeia..." evidentemente, ao estarmos na "periferia", com o oceano Atlântico ao lado também têm vantagens. No combate à poluição sim, o Homem tem uma grande responsabilidade na melhoria do meio ambiente.
  • rosinda
    30 nov, 2015 palmela 12:58
    As alteracoes climaticas e um assunto que tambem me preocupa imenso! Penso que as televisoes e meios de comunicacao deviam ter um papel importante nestes assuntos pois a grande maioria dos jovens ninguem quer saber porque nao tem sido ensinados!
  • rosinda
    30 nov, 2015 palmela 11:48
    Este e um assunto que me preocupa muito! Como vamos sobreviver a esta poluicao??

Destaques V+