27 nov, 2015 - 13:20
O Presidente da República afirmou que o combate ao terrorismo "não passa pela construção de fortes ou de muros", mas por uma "acção concertada" com cooperação nos domínios da defesa, segurança e justiça.
"A resposta a essas novas ameaças, como o terrorismo transnacional, não passa já pela construção de fortes imponentes ou de muros. Passa pela acção concertada, pelo reforço da cooperação nos domínios da defesa, da segurança e da justiça", disse o chefe de Estado, durante o discurso da cerimónia de inauguração das obras de reabilitação do Forte da Graça, em Elvas.
Uma colaboração, continuou, "tendo em vista o objectivo comum de uma sociedade tolerante e humanista, onde cada um possa viver em segurança e respeito mútuo".
Para Cavaco Silva, estes valores, que são o "timbre" do projecto europeu, "não podem ser colocados em causa", defendendo, por isso, que devem ser "sublinhados e proclamados" pelo conjunto das nações europeias, cientes de que a "união as faz mais fortes".
"Num tempo em que, face à pressão de fluxos migratórios e perante as novas ameaças, voltamos a ouvir falar de fronteiras, devemos recordar a conquista que representou o estabelecimento de um `espaço de liberdade, segurança e justiça` no interior da União Europeia", disse.
O Presidente da República sublinhou ainda que a liberdade de circulação de pessoas estabelecida no Acordo de Schengen, ao qual Portugal aderiu em 1991, é "estruturante" para o projecto europeu.
"Devemos ser firmes na sua defesa. Faz hoje parte do modo de vida no interior da União Europeia, pontuando uma era de paz e de melhoria das condições de vida sem precedentes na história do nosso continente", disse.
As obras de reabilitação do Forte da Graça representam um investimento de 6,1 milhões de euros. O emblemático forte, que espera receber 100 mil visitantes, durante o próximo ano, é composto por um conjunto de fortificações abaluartadas, classificadas como Património Mundial, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).