Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Acabaram os exames do quarto ano

27 nov, 2015 - 12:38

Os exames neste nível de ensino foram criados por Nuno Crato, enquanto ministro da Educação do governo de coligação PSD-CDS.

A+ / A-

O Parlamento aprovou esta sexta-feira o fim dos exames do 4.º ano de escolaridade, com os votos favoráveis do PS, do PCP, do Bloco de Esquerda, do PEV e do PAN.

PSD e CDS-PP votaram contra os projectos de lei apresentados pelo Bloco de Esquerda e pelo PCP com vista à eliminação das provais finais do 1.º Ciclo, realizadas pelos alunos no 4.º ano de escolaridade.

Os exames neste nível de ensino foram criados por Nuno Crato, enquanto ministro da Educação do governo de coligação PSD-CDS.

Durante a intervenção no debate que abriu a sessão plenária, a deputada socialista Susana Amador defendeu que os exames "desvalorizam a avaliação contínua" realizada pelos professores ao longo do ano.

Criticou também a "prematuridade" destas provas, aplicadas a crianças de nove e 10 anos, alegando que Portugal se tornou "um caso de estudo" na Europa com estes exames, ficando "isolado e só acompanhado pela Turquia".

Ao fazer a defesa do projecto de lei comunista que acaba com as provas finais do 4.º ano, o PCP avançou que não pretende ficar por aqui e que já entregou uma iniciativa legislativa para eliminar também os exames do 2.º Ciclo, realizados no 6.º ano de escolaridade, e do 3.º Ciclo (9.º ano).

"As provas finais assentam em premissas falsas de rigor e qualidade", disse a deputada comunista Ana Virgínia Pereira no plenário, sublinhando: "as aprendizagens dos alunos não melhoram, pioram".

O BE, através de Joana Mortágua, considerou mesmos que os exames aplicados a crianças de nove anos são "uma violência".

Para o BE, trata-se de "uma prova cega", que "não faz as crianças mais capazes" e traduz uma "visão quadrada e conservadora" da educação.

O CDS-PP criticou os partidos de esquerda por pretenderem acabar com as provas "sem apresentarem alternativas" e destacou que a avaliação contínua se sobrepõe em 70 por cento ao peso dos exames.

"Não queremos voltar a tempos de facilitismo, mas dotar o nosso sistema de ensino de critérios de exigência", argumentou Ana Rita Bessa, do CDS-PP.

Na mesma linha de intervenção, a deputada social-democrata Neusa de Sena começou por declarar que na vida "nada se consegue com facilidades" e perante as críticas das bancadas de esquerda avisou: "Tenham calma senhores deputados, daqui para a frente o desconforto só pode aumentar".

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Luis Conceição
    28 nov, 2015 Alcobaça 01:15
    Pois...eu também sou do tempo em que se fazia a ´prova' da classe. E também acho que não fiquei traumatizado. Só que não me parece mesmo nada que tivesse ficado a saber mais devido a um exame de hora e meia. Se para um jovem (ou adulto) isso obriga a alguma responsabilidade e estudo, para uma crinaça de 9/10 anos é mais uma coisa, ainda por cima stressante para os alunos e professores. E além disso, e independentemente da pertinência da prova. ela só foi posta em cima da mesa porque fazer política também passa por tentar tapar os olhos ao povo com areia, disfarçando assim os reais problemas, com por exmploe simplesmente a falta de investimento na educação. O resto é conversa de político convencido que é melhor que outros.
  • Á Maria da Bandalhic
    27 nov, 2015 Lx 21:14
    Não sei se a senhora frequentou alguma Universidade, eu tive a sorte de frequentar duas - Uma privada e Uma publica -, dado ter investido bastante nos meus estudos, com muito esforço e sacrifício...pessoal, financeiro.... E posso dizer-lhe por experiência própria, que a univ. privada foi muitíssimo mais dura que a publica. Para começar, todos os exames suplementares era pagos e bem pagos, pelo que quase toda a gente era levada a exame...cada cadeira em atraso era um balúrdio, então todas as pessoas tinham cadeiras em atraso, devido ao enorme rigor programático...da máxima exigência. Não lhe vou dizer quais foram as universidades, mas ambas são de enorme notoriedade e muito bem classificadas, sem que haja algum ponto negativo a apontar-lhes seja no que for. Nunca foram alvo de noticias negativas pela comunicação social, muito pelo contrário. Por isso, nem todas as universidades particulares são iguais, como nem todas as universidades publicas são iguais, como nem todas as pessoas são iguais.
  • joao luis
    27 nov, 2015 porto 18:31
    eu sou do tempo em que se fazia exame na 4ª classe, penso que não me fez nenhum mal..nesse tempo havia exame de para ir para o Liceu prova escrita e oral (orais acabaram só nas línguas) depois tive exame no 3º5º e 7º anos ...depois provas de acesso à Universidade escrita e oral....não tenho conhecimento que as pessoas desta época tenham ficado transtornados , doentes ......foi um geração de grandes pessoas em todos os campos...esquerdices que querem parecer simpaticos com os miudos e familiares....que fiquem a saber alguma coisa não lhes interessa
  • Manuela Baptista
    27 nov, 2015 Lisboa 18:23
    Hoje preocupam-se muito com a violencia infringida às crianças e eu acho bem , mas...há coisas tão mais importantes que os exames Eu e os da minha geração que tiveram a sorte de ir à escola tínhamos exames de terceira e quarta classe e esse dia era para nós um dia de festa .Tudo depende da maneira como as coisas são mostradas Nesse tempo podia haver menos instrução mas havia com toda a certeza muito mais educação. (Não respeito o acordo ortográfico) M.B.
  • joao
    27 nov, 2015 aveiro 18:18
    já acabem com os restantes exames só facilidades uma ideia que tal os pai e os meninos receberem em casa os testes com as soluções para depois de muito trabalho entregarem ao professor....seria excelente....coitadinhos das crianças
  • Jose Seco
    27 nov, 2015 Lisboa 15:33
    A minha experiência de psicólogo escolar revela que o dito exame nada contribui. É uma medida hipócrita, entre tantas outras.
  • domingos silva
    27 nov, 2015 Santo Tirso 15:17
    Acabem-se todos e quaisquer exames, incluindo os exames médicos.
  • Marta Marques
    27 nov, 2015 Lisboa 15:02
    O governo de Costa iniciou a legislatura com uma medida que, em minha opinião, é bastante acertada. Tenho uma filha com nove anos (quadro de mérito por duas vezes) que já anda preocupada com os exames. Estas provas quase que obrigam os professores a reservar o terceiro período para a preparação dos exames, deixando o primeiro e segundo períodos para lecionar um programa demasiado longo para tão pouco tempo. Não é com uma prova que se distinguem os alunos. Até porque nesse dia estariam demasiado nervosos. Parabéns pela medida.
  • Maria da BANDALHICE
    27 nov, 2015 s.matias 14:49
    Proponho que acabem todos os exames seja no primário, secundário ou no ensino superior ( neste caso ainda existem no nas univs. publicas, já que nas privadas existem mas é só para fazer de conta pois por aqui basta pagar a mensalidade e esperar pelo diploma).
  • Pouco indignado
    27 nov, 2015 leiria 14:47
    eu sou do tempo em que se fazia exame na 4ª classe, penso que não fazia mal nenhum avaliar as crianças, que sabe segue quem não sabe fica, mas para este governo o que parece ser bom é ter daqui a uma duzia de anos um País com 90% de engenheiros que nem sequer sabem somar 2+2. em resposta ao "Crato" não entendo porque é que avaliar os conhecimentos de alguém é "Radical maoista, virado radical de direita!" esta ideia só provavelmente de alguém que fez curso ou ensino superior "ás cavalitas" dos outros

Destaques V+