27 nov, 2015 - 09:53 • Rosário Silva
Uma mesa de amigos, um belo de um petisco e o gosto comum pelo cante alentejano. Da conversa à prática nasce, em Janeiro de 2014, o Grupo Coral “Moços da Aldêa”, de Cabeça Gorda, freguesia do concelho de Beja.
“Queremos perpetuar o cante e mostrar ao país e ao mundo, mas também aos alentejanos, que este tem continuidade e vamos trabalhar para isso. Afinal, o cante está-nos no sangue desde pequenos”. Quem assim fala, à Renascença, é Ruben Ramos, o porta-voz do grupo, actualmente com 25 elementos, jovens com idades entre os 15 e os 30 anos que se juntam uma vez por semana, agora já na sua própria sede, para ensaiar.
Com o contributo do ensaiador Paulo Ribeiro, cantor e compositor natural de Beja, os “Moços da Aldêa” somam e seguem, em espectáculos e em modas, explorando toda a sua riqueza e diversidade.
“Temos modas do cancioneiro tradicional, modas originais, com vários temas, amores e desamores, mas sobretudo cantamos o Alentejo” explica Ruben Ramos.
Os objectivos do grupo passam pela defesa do cante alentejano, desde há um ano classificado como Património Cultural Imaterial da Humanidade pela UNESCO. O primeiro aniversário é assinalado a 27 de Novembro, com iniciativas já programadas para muitas localidades do Alentejo.
Este reconhecimento aconteceu precisamente no ano (2014) em que os “Moços da Aldêa” iniciaram a sua actividade. Para os cantadores é mais um incentivo e uma forma de anunciar que o Alentejo está vivo.
“É uma forma de mostrarmos que o Alentejo tem pessoas que querem fazer alguma coisa por ele” sublinha o moço Ruben, até porque, prossegue, “o cante é a mostra da nossa cultura e é preciso que ela chegue às pessoas. Através do cante, dizemos o que é o Alentejo”.