Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Contra cepticismo de Cavaco, Costa apresenta um "Governo confiante" e de "garantia"

26 nov, 2015 - 16:56 • Filipe d'Avillez

O recém-empossado primeiro-ministro salientou a importância do apoio de uma maioria parlamentar de esquerda, que "dá apoio e confere legitimidade" ao novo Governo do PS.

A+ / A-
Contra cepticismo de Cavaco, Costa apresenta um "Governo confiante" e de "garantia"
Contra cepticismo de Cavaco, Costa apresenta um "Governo confiante" e de "garantia"

António Costa garante que o XXI Governo Constitucional que, esta quinta-feira, tomou posse no Palácio da Ajuda é um “Governo confiante” e de “garantia”.

Depois de ter ouvido Cavaco Silva a deixar claro o seu cepticismo quanto a esta solução governativa, o novo primeiro-ministro respondeu dizendo que o seu não é um executivo temeroso do futuro, nem preso de movimentos.

“Que não fique a mínima dúvida, este é um Governo confiante. Confiante na mobilização do país, capacidade de trabalho e maioria parlamentar que lhe dá apoio e confere legitimidade.”

“Vale a pena lembrar que o parlamento livremente eleito pelo povo é tão plural quanto quem o escolheu. Da mesma maneira que numa eleição todos os votos contam, também contam todos os mandatos parlamentares, quer para efeito de representação, quer para efeito de governação. A democracia portuguesa ficou demasiado tempo refém de exclusões de facto, que limitavam o leque de soluções políticas possíveis e defraudavam o sentido do voto de boa parte dos nossos concidadãos”, sustentou, numa alusão às forças parlamentares à esquerda do PS.

A legitimidade do Governo, que depende do apoio parlamentar da esquerda, foi algo que Costa fez grande questão de salientar várias vezes no seu discurso, apontando as negociações que permitiram acordos com o PCP, Os Verdes e Bloco de Esquerda como a prova de que “a democracia é bem capaz de gerar alternativas”.

Disse também que se trata de um executivo de garantias, nomeadamente no que diz respeito aos compromissos do país a nível internacional, com o primeiro-ministro a referir especificamente o projecto europeu, o euro e a NATO, entre outros.

Costa atacou ainda o Governo cessante, dizendo que o executivo que agora toma posse encontra um Portugal que, apesar dos sacrifícios, “está mais pobre e desigual, com uma economia mais fraca e o país mais endividado”, e criticou indirectamente Passos Coelho ao dizer que não trará aos jovens portugueses “palavras inaceitáveis de divisão e desistência, como se não restasse aos jovens outra alternativa que não ir procurar lá fora os sonhos que por alguma razão seriam impossíveis de encontrar cá dentro.”

Palavras ao "esforço" de Passos

Mas o novo primeiro-ministro terminou com um público agradecimento aos serviços prestados por Pedro Passos Coelho. “As nossas divergências políticas não me impedem de prestar aqui público reconhecimento à dedicação e ao esforço em prol, estou certo, daquilo que era a sua convicção do interesse nacional.”

António Costa terminou com apelos à unidade nacional, dizendo que “agora é o tempo de reunião e não de divisão” e dizendo que o grande programa do seu governo será “a moderação”.

Passavam dois minutos das 16h00 quando António Costa assumiu o compromisso de honra de cumprir "com lealdade" as funções de chefia do XXI Governo Constitucional e assinou o auto de posse, assinado em seguida também pelo chefe de Estado.

A tomada de posse do Governo do PS acontece 53 dias depois das eleições legislativas e 15 dias após o derrube do executivo PSD/CDS na Assembleia da República pelos socialistas, BE, PCP, PEV e PAN, através da aprovação de uma moção de rejeição.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Herois do mar...
    27 nov, 2015 Lx 12:25
    ...Contra cepticismo de Cavaco...marchar, marchar....
  • Parabéns António C.
    27 nov, 2015 Lisboa 10:48
    Muitas felicidades para o novo governo, de pessoas honestas, integras, e trabalhadores...de quem nunca se ouviu temas (com desculpas esfarrapadas) como a Tecnoforma, os Vistos Gold, licenciaturas tiradas ao Domingo, Falta de pagamentos á segurança Social, Submarinos etc... Viva Portugal, Vivam os Portugueses e a Democracia, que finalmente se libertou do fascismo dos últimos 4 anos!
  • Ao Victor
    27 nov, 2015 Lisboa 10:40
    Olhe que eu acreditava em histórias da carrachinha quando tinha 3 anos...Acho que o Victor deverá ter mais. Que trabalho dos outro? Que dinheiro dos outros? Os tais cofres cheios? Aqueles que retinham o dinheiro do IVA para entregar ás empresas...aqueles que retinham dinheiro da dívida pública?....Ou a taxa de 35% que iam devolver, por estarem a fazer um excelente trabalho, e que agora se verifica que baixou para 0%? Ou os valores do défice que aldrabaram para iludirem as pessoas? Ou a taxa de desemprego que continuam a dizer que baixaram, quando milhares de portugueses tiveram que emigrar, quando há milhares de portugueses que já nem direito têm a subsidio, mas que continuam desempregados...logo deixaram de entrar para a estatística....?....Histórias da carochinha??? Oh Victor, só não vê quem não quer, ou quem não perde 2 minutos a informar-se...Tenha paciência!
  • Oh Sofia
    27 nov, 2015 Lx 10:32
    ...Deixe os ressentimentos de lado, e abrace uma nova era que trará mais felicidade que a que tivemos nos últimos 4 anos. O que não será difícil. Está a referir-se ao Dr. António Costa, com as suas habilitações académicas de excelência e a sua experiencia profissional inequívoca, como PM de segunda? Nem lhe vou perguntar o que acha de Passos Coelho... 2 pesos e duas medidas não conferem nem bom senso, nem exatidão, nem credibilidade a ninguém...
  • Sofia
    26 nov, 2015 Lisboa 23:16
    A RR pela forma como escolhe as respostas de Costa e as contrapõe a Cavaco até parece que está a tomar partido pelo governo de repetentes, com um PM de segunda, que lamentavelmente não durará mais do que 6 meses.
  • Marco Almeida
    26 nov, 2015 Bruxelas 22:38
    Enquanto o povo Português não souber que quando se vota é para eleger deputados e não Governos continuamos a ler comentários sem nexo, o povo elegeu uma maioria de deputados da esquerda, portanto é a essa esquerda de deputados que os governos têm de prestar contas ou ser demitidos como foi o caso do rapazola Passos. Há quem lhe chame golpada, eu chamo-lhe democracia.
  • Leunam
    26 nov, 2015 MONTIJO 22:27
    Um governo legítimo, se o PR não acredita é um problema dele. Os portugueses também têm dúvidas sobre umas aplicações no BPN e, que remédio, senão engolir.
  • 26 nov, 2015 21:44
    Solidariedade e História: palavras chave e sentido de missão.
  • Vitor
    26 nov, 2015 Alcabaça 21:14
    Confiança assente no trabalho dos outros e no dinheiro de todos...assim até eu faria igual. Realmente agora sim vivemos numa sociedade sem moral e princípios básicos!! Nada que não seja apenas a revelação de quem realmente somos na sua maioria!!!
  • 26 nov, 2015 21:11
    Entao e crise de que catarina?fome de poder?

Destaques V+