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Judeus, cristãos, budistas, hindus e muçulmanos apelaram à paz em Lisboa

22 nov, 2015 - 16:29 • Joana Bourgard

Judeus, cristãos, budistas e hindus visitaram a Mesquita de Lisboa para um encontro inter-religioso promovido pela Comunidade Islâmica de Lisboa. Apelos à paz, ao diálogo, à harmonia, ao perdão e expressões de solidariedade pelas vítimas dos atentados marcaram o encontro em memória das vítimas do atentado em Paris.

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Desde a semana dos atentados em Paris, que causaram 130 mortos e centenas de feridos, que elementos da Polícia de Segurança Pública fazem turnos à porta da Mesquita da Lisboa. O dia sagrado para os muçulmanos é a sexta-feira, mas todos os dias há orações entre o nascer e o pôr-do-sol.


Abdool Vakil, presidente da Comunidade Islâmica de Lisboa, iniciou as celebrações ao relembrar que os muçulmanos se sentem "horrorizados com os ataques indiscriminados contra pessoas indefesas" e indignados quando dizem "agir em nome do Islão".



Para além de Abdool Vakil esteve presente o imã da Mesquita de Lisboa, David Munir. Juntos presidiram às celebrações com as comunidades religiosas convidadas. O Padre Víctor Melícias representou a comunidade católica com uma oração de São Francisco de Assis, também conhecida como oração da paz.



Os Estados português e francês foram representados por Rui Machete, ministro dos Negócios Estrangeiros, e por Jean-François Blarel, Embaixador de França em Portugal, que salientou a importância de os muçulmanos repudiarem "actos hediondos", como os ocorridos em Paris no dia 13.



Rui Machete alertou que "ninguém está a salvo desse tipo de atentados. Espero que isso não aconteça. Tomaram-se as medidas cautelares para o evitar". O presidente da comunidade judaica, José Carp, declarou que estes encontros "são certamente parte da solução".



Sobre os portugueses que combatem no auto-proclamado Estado Islâmico, Rui Machete referiu que "a polícia tem as suas informações, está vigilante e os serviços secretos tomaram as suas medidas", tratando-se de uma matéria que não pode ser divulgada.



O encontro terminou com a leitura da Oração Ecuménica Universal, um apelo à paz e ao diálogo feita a várias vozes - de um judeu, de um cristão, de dois budistas e de um hindu - depois da introdução feita por um muçulmano.



À saída, David Munir convidou todos os presentes a visitar a sala de orações, onde explicou os rituais do culto muçulmano.



O xeque Munir declarou que os muçulmanos querem que se considere "aquele Estado anti-islâmico", numa referência ao nome do grupo extremista, e lamentou que os muçulmanos tenham de enfrentar quer os radicais, quer os que os discriminam por partilharem a mesma religião.



Comentários
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  • É isto é!
    23 nov, 2015 rqtparta 12:55
    Deixem-nos crescer mais e façam mais mesquitas, e logo se verá. Quanto à marisa do pcp, que diz que a solução não é fazer guerra ao estado islâmico, esta, ou das duas uma, ou faz parte da sua organização, ou então deveria ir viver para o pé deles e ir-lhes falar de moral. Se a europa tem culpa destes grupos, lá isso deve ter, os EU e outros. Agora, quem tem financiado estes grupos também tem sido alguns dos árabes muito poderosos e ricos, como a turquia também tem culpa e está mais interessada em acabar com os curdos do que como desh. As armas sabe-se que muitas foram apoderadas ao exercito de sadam como adquiridas noutros países, mas querer acabar com o estado islâmico só pelo financiamiento ou pelo controlo das armas, dizer isto é patético. Eles já têm muitas em seu poder e arranjem sempre maneira para se financiarem, ou até fazem as suas próprias bombas. Isto sem guerra no terreno não vai lá assim à toa...Então o que fazer? deixar-lhes impunes? Este pcp que tem andado a criticar os outros partidos, agora já se sabe que são mais do mesmo, e quanto aquela proposta de aumentar 60 cêntimos a quem recebe 200 ou 300 euros, isto é o cumulo do ridículo e não é mais do que humilhar os que menos têm... Deveriam ter vergonha. Enfim....
  • 23 nov, 2015 10:56
    Se o ISIS é "anti Islamico" e segundo o que o Dr Vakil disse no programa Prós e Contras é "invocar o nome de Deus em vão" por que razão não lamçam uma FATWA contra o estado islâmico como por exemplo fizeram com Samon Rushdie que também usava o nome de Deus em vão ou seja "blafemava"? Não se pode permanece em estado de negação sobre as raízes islamicas do ISIS, mas pelo contrário deveria haver programas activos de prevenção da radicalização, a cargo das mesquitas, das comunidades islâmicas com envolvimento de outras comunidades religiosas.
  • Banzé
    22 nov, 2015 Braga 23:59
    Em contrapartida o Grande Mufti da Arábia Saudita apelou à destruição de igrejas no Kuwait, porque Maomé que só uma religião deve prevalecer na Pninsula Arábica.
  • Antonio Antonino
    22 nov, 2015 Vila Verde 23:22
    ... e eu como bom cristão TRABALHO QUE ME FARTO para dar de comer a eles todos que NADA FAZEM ....É assim a vida ...
  • 22 nov, 2015 22:47
    Deixa-me rir... Desculpem, Eu quero É Chorar! O ISLÃO está isolado! Quem tem que mudar são eles!
  • Jorge
    22 nov, 2015 Portugal 22:42
    Os chefes religiosos e todo qualquer muçulmano devem publicamente divulgar o seu repúdio a atos que dizem não pertencer à sua religião, ao ficar calados ou apenas a ficar restrito nas Mesquitas, dá um ar de condescendência às barbáries cometidas pelo EI, o que muitas vezes leva os menos entendidos a pré julgarem que o islã cultua a violência. É preciso que transmitam ao povo até à exaustão que não é assim, ou não serão capazes de ir limpando o estigma que tanta violência tem causado pelo mundo.
  • António Costa
    22 nov, 2015 Cacém 17:45
    Os muçulmanos nos países em que são minoria, falam de Paz e de Diálogo. Nos países em que se encontram em maioria perseguem e impedem os outros de praticar as suas religiões.

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