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Avança candidatura das Tapeçarias de Portalegre a património mundial

29 out, 2015 - 07:32 • Rosário Silva

O processo deverá ser apresentado apresentado à UNESCO em 2017.

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As tapeçarias de Portalegre vão ser candidatadas a património mundial, pela UNESCO, dentro de dois anos. A decisão foi tomada numa reunião entre a Câmara de Portalegre, a Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo e a Manufatura de Tapeçarias de Portalegre, que detém a patente do produto.

De acordo com a presidente do município, Adelaide Teixeira, o processo está a começar, prevendo-se que fique concluído "dentro de um ano para ser apresentado, em 2017, à UNESCO" , a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.

Em declarações à Renascença, Adelaide Teixeira sublinha a necessidade de preservar o saber fazer destas tapeçarias, algo que, "infelizmente, pode estar em perigo", uma vez que "há cada vez menos pessoas interessadas em aprender".

"Esta candidatura tem a ver com a salvaguarda do património”, sublinha a autarca.

Aprendizagem prolongada e complexa

Aprender a fazer uma tapeçaria pode demorar entre três a cinco anos, mas o processo é ainda mais demorado, uma vez que existe um esmerado conhecimento que torna único, este produto. “Por exemplo, a escolha das lãs, já que a palete é constituída por milhares de cores até se conseguir chegar à cor de origem dos cartões de pintura, pois estas tapeçarias são réplicas de artistas conceituados. E são de tal forma fiéis ao original que os próprios artistas ficam rendidos” assegura Adelaide Teixeira.

A Manufatura de Tapeçarias de Portalegre é um dos últimos centros de produção artística contemporânea de tapeçaria mural do mundo e, nos últimos 60 anos, trabalhou com mais de 200 artistas portugueses e estrangeiros. Entre os mais sonantes, encontram-se Almada Negreiros, Vieira da Silva, Júlio Pomar, Burle Marx, Lourdes Castro, Álvaro Siza, Rigo, Le Corbusier ou Joana Vasconcelos.

O coordenador técnico desta candidatura a património mundial vai ser Paulo Lima, um especialista responsável por outros processos idênticos, como o do cante alentejano, as Festas do Povo de Campo Maior ou da Arte Chocalheira.

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