27 out, 2015 - 14:46 • João Paulo Ribeiro
João Paulo Costa é mais um treinador português de sucesso no estrangeiro. O técnico, que durante muito tempo trabalhou na formação do Benfica, foi campeão de Angola, pelo Recreativo de Libolo, aos 43 anos.
Depois de substituir, no cargo de treinador principal, o francês Sébastien Desabre, João Paulo Costa e a restante equipa técnica portuguesa (Pedro Sacramento, Pedro Caravela e Márcio Santos) conduziu o Libolo ao título, numa luta, até à última jornada, com o 1º de Agosto.
"Foi um ano com passagens muito enriquecedoras para mim e para a minha equipa técnica. Chegámos satisfeitos ao final, embora nos tenha faltado a presença na final da Taça. Posso dizer que foi, também, um ano de afirmação para mim, enquanto treinador. Comecei pelo futebol de formação e a minha expectativa era a de ser enquadrado num projecto nacional. Existiram algumas abordagens mas, em Portugal, quase que temos de pagar para sermos treinadores", refere, em entrevista a Bola Branca.
Bernardo Silva é o expoente máximo da formação do Benfica dos últimos anos
João Paulo Costa esteve, vários anos, ligado à formação do Benfica e viu "nascer" alguns craques. Para o treinador do Libolo, o extremo Bernardo Silva talvez seja o expoente máximo da formação encarnada dos últimos anos.
"É o que tem tido mais sucesso. Desde cedo, percebemos que tinha uma qualidade acima da média e foi, desde logo, enquadrado numa turma com maior competitividade. Mas há mais "Bernardos" na formação do Benfica", considera.
Mourinho e Queiroz no topo
João Paulo Costa tem como referências os treinadores que ajudaram à sua formação, casos de Rogério Mota, António Bastos Lopes e José Paisana mas não esquece o contributo que outros treinadores têm tido para a "afirmação do técnico português no exterior".
"Há que dar mérito ao Carlos Queiroz e José Mourinho pelo que têm feito. E a uma segunda "vaga" onde incluo José Peseiro, André Villas Boas, Marco Silva, Paulo Sousa ou Pedro Caixinha que muito têm feito para revelar a qualidade e competência do treinador português".
Atento à Liga Portuguesa, João Paulo Costa assistiu ao dérbi do último domingo entre Benfica e Sporting. O treinador do Libolo reconhece a qualidade de Jorge Jesus e de Rui Vitória, admitindo que o técnico leonino esteve melhor que o benfiquista, na partida do Estádio da Luz.
"A estratégia de fechar o corredor central trouxe dividendos à equipa do Sporting e criou maiores dificuldades ao Benfica, que não conseguiu explorar o jogo exterior. O Sporting teve felicidade ao marcar logo no início da partida e em termos globais, a estratégia implementada por Jorge Jesus foi mais forte do que a de Rui Vitória, como o resultado final demonstra", conclui.